terça-feira, 22 de julho de 2008

O preconceito e a república dos sindicalistas


por Renato Rovai


Gosto muito da metáfora da árvore para tratar de coisas que às vezes parecem complicadas. Recentemente o midialivrista Gustavo Gindre utilizou-a para explicar o que significa levar banda larga para todas as cidades, em especial para escolas públicas. Se o esquema Daniel Dantas fosse uma árvore quase todos os partidos teriam seus galhos nela, incluindo o PT, mas sua raiz e seu tronco seriam certamente demo-tucano. Na próxima Fórum vamos tratar com detalhes desse assunto, por isso não vou me alongar nele aqui.

Mas se essa árvore tivesse alguns lenhadores tentando derrubá-la (e têm) entre eles estiveram no campo da imprensa a Carta Capital, sempre com Mino Carta e muito com Bob Fernandes, que hoje faz o mesmo bom trabalho no Terra Magazine; Paulo Henrique Amorim, que foi inclusive grampeado pelo distinto orelhudo; e antes um atento Aloysio Biondi, que nas suas denúncias contra o modelo demo-tucano já falava de como esses partidos viam oportunidades no tal Oportunity; sites como o Vermelho, a Carta Maior, NovaE; e por que não esta Fórum, que em muitos momentos repercutiu o tema em algumas reportagens tanto na revista impressa como neste site.

Também é preciso reconhecer que foi do movimento sindical cutista (principalmente bancário) que sempre veio a maior oposição aos movimentos de Daniel Dantas. Luis Gushiken, ex-líder sindical e um dos mais influentes conselheiros do presidente Lula, foi contra qualquer acordo com Dantas mesmo ainda na campanha de 2002.

Aliás, são da cota de indicação de Gushiken e do movimento sindical bancário no governo Lula os presidentes da Previ e da Petros, Sérgio Rosa e Wagner Pinheiro, também ex-bancários. Em conjunto com o capixaba Guilherme Lacerda, da Funcef, que até onde sei não tem relação com o movimento sindical, mas que como economista sempre foi próximo do PT, foram eles os três mosqueteiros na cruzada no combate ao crescimento dessa árvore chamada esquema Daniel Dantas entre os fundos de pensão.

Provavelmente se fossem empresários e tivessem ligação com outro partido, hoje seriam considerados os guardiões da moral brasileira. Como tem origem sindical, nunca serão tratados dessa forma. Ao contrário, estarão sempre sob suspeita.

Fonte: Blog do Rovai - Revista Fórum
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