quarta-feira, 23 de julho de 2008

A verdadeira babá eletrônica

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por Luciano Martins Costa


A falta de limites na busca lucros no mundo midiático pode produzir idéias monstruosas.

É o caso da emissora de TV criada para entreter bebês.

Luiz Egypto, editor do Observatório da Imprensa:

- Num dia qualquer de 2003, dois profissionais de marketing – Guy Oranim e Sharon Rechter – tiveram a idéia de criar uma emissora de TV dirigida a crianças de seis meses a três anos de idade. Por mais estapafúrdia que pudesse parecer – e é –, a iniciativa resultou rentável. Assim nasceu a BabyFirst TV, com sede em Los Angeles (Califórnia) e programação em inglês, espanhol e francês. Seu sinal chega a 28 países e o negócio fechou 2007 com treze milhões de assinantes.

No ano passado a emissora chegou à França e despertou reações virulentas, como mostra matéria de Leneide Duarte-Plon, na edição online deste Observatório (ver "A perigosa relação do bebê com a TV"). Um manifesto organizado por psiquiatras especializados em crianças recomendava uma moratória para esse tipo de canal, até que se debatesse a fundo a qualidade de sua influência na formação dos bebês. Agora o assunto voltou à baila na revista semanal do Le Monde, a Monde 2, que avaliou com especialistas a exposição de bebês à TV. "A simples idéia desse canal contraria tudo o que sabemos sobre o psiquismo do bebê", disse o psicanalista Serge Hefez, ouvido pela revista.

Por cinco dólares ao mês, o preço da assinatura nos Estados Unidos, contrata-se uma babá eletrônica por 24 horas ao dia, sete dias por semana. Tristes tempos.

Fonte: Observatório da Imprensa
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