quinta-feira, 30 de outubro de 2008

O FASCISMO PROSPERA.

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foto:Mussolini e Hitler, continuam a empolgar.


por Wálter Fanganiello Maierovitch

ROMA. A cada período do dia tem uma manifestação de rua contra o governo Sílvio Berlusconi. Com isso, o tráfego está ruim até para os que usam bicicleta. E nas calçadas tem sempre alguém para pedir a sua assinatura, isto a fim de conseguir quorum para postulação de uma consultação popular, tipo referendo. Em resumo, protesta-se 24 horas por dia e, à noite, têm os debates televisivos, sempre com auditórios cheios.

No particular, Berlusconi e alguns dos seus ministros dão de bandeja motivos para protestos. Mais ainda, a sua ministra para a Igualdade, ex-miss Itália e no passado de modelo com fotos nuas em revistas, anima, com o seu despreparo e foras monumentais, --bem maiores do que o Coliseu--, os programas de humorismo no rádio e na televisão.

O ministro da Justiça, por exemplo, encaminhou à maioria parlamentar berlusconiana um projeto que se transformou em lei e voltado a suspender os processos criminais emcurso contra o primeiro-ministro (Berlusconi), o presidente do Senado, da Câmara e da República. A propósito, e por evidente, apenas Berlusconi é réu em processos criminais. Num deles, a instrução e os debates estavam concluídos. Ou seja, ia sair a sentença, que, em face das provas, os operadores do Direito apontavam para a condenação de Berlusconi, em co-autoria, por tentar corromper juízes.

Como essa legislação “ad-hoc” (contempla Berlusconi), -- que levou o nome de “Lodo Alfamo” (laudo Alfamo, nome do ministro da Justiça) pode ser inconstitucional, a procuradoria de Justiça já postulou a manifestação da Corte Constitucional. Enquanto isso, o parlamentar Antonio di Pietro, que iniciou a Operação Mãos Limpas quando era do ministério Público de Milão, colhe assinaturas de cidadãos italianos. Isto para ter legitimação ao seu pedido de consulta popular sobre a revogação da lei “ad-hoc”, o tal Lodo Alfamo.

A ministra da Educação, por sua vez, conseguiu unir e colocar, contra ela, universitários, pais, e professores nas ruas. Eles protestam contra duas normas. A primeira, nas escolas, prevê um só professor por classe, ou seja, o mestre tem de ser um sabe-tudo em língua italiana e estrangeira, geografia, história, matemática, literatura, filosofia, etc. Para a universidade, a ministra quer reduzir as verbas para pesquisas, cursos de pós graduação, etc.
Não bastasse, veio o racismo. Ou seja, a infeliz idéia de separar, em salas de aulas diversas, os imigrantes dos italianos. A integração cultural, a troca de experiências, a solidariedade, tudo foi esquecido. Berlusconi e a ministra da Educação, com essa forma de racismo, mostram, na verdade e lamentavelmente, temer as diferenças.

Quando os estudantes iniciaram os protestos, Berlusconi declarou, em jornais e televisões, que colocaria a polícia na repressão. No dia seguinte, em face das críticas sobre essa postura neofascista, Berlusconi, que prima pelo caradurismo, afirmou “jamais ter falado em convocar a polícia para reprimir estudantes”.

Ontem, o ministro da Administração pública, que não tem nenhuma competência para questões sobre Justiça e Magistratura (juízes e representantes do Ministério público) saiu a proclamar que colocaria catracas eletrônicas (tornelli) nos fóruns e tribunais. Tudo para controlar o horário de trabalho dos magistrados, que, segundo ele, comparecem poucas vezes, e ficam poucas horas por semana, nas salas de audiências e nos ofícios judiciais. No momento, o sindicato nacional dos Magistrados lavra uma representação, a ser endereçada ao Conselho da Magistratura, sobre a intromissão do tal ministro, que desconhece a separação dos Poderes e o autogoverno da Magistratura.

PANO RÁPIDO. Com a divisão da esquerda e a traição dos centristas, caiu o governo do então premier Romano Prodi. Aí, o centro-direita, com apoio dos neofascistas da Aliança Nacional e dos separatistas da Padânia, elegeram Berlusconi, como primeiro ministro. De quebra e depois de sete anos, foi eleito, para prefeito de Roma, um ultradireitista, ex-integrante da Juventude neofacista.

Aos curiosos, desejosos de saber o que estou fazendo aqui há mais de 30 dias, respondo que o trabalho que faço não tem nenhum vínculo com o governo Berlusconi.

Fonte: Blog do Wálter Fanganiello Maierovitch

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EDUCAÇÃO: A BRIGA NO RIO ESTÁ ERRADA

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Por Viviane Mosé (*)

Acabar com a aprovação automática parece ser uma evidência no atual momento político no Rio de Janeiro. Mas o que ficou conhecido como aprovação automática é a má aplicação do que se chama progressão continuada, uma das medidas essenciais quando queremos sanar as dificuldades da escola. Ao invés de anos, ciclos de aprendizagem, que avaliam, mas não reprovam, ao contrário, acompanham o desenvolvimento de cada aluno, ajudando-o em seu pleno desenvolvimento. A aprovação automática, como ficou conhecida aqui no Rio de Janeiro, não reprova, mas também não consegue acompanhar os alunos com dificuldade.

O sistema educacional que ainda predomina no Brasil foi inspirado no modelo industrial. Nossa escola é como a linha de montagem de uma fábrica: as diversas disciplinas, sem conexão umas com as outras, são partes de um mundo que está distante do aluno. A vida, o contexto ficou afastado da escola, que mais parece um presídio de alunos. A educação moderna não tem como alvo o ser humano, sua formação integral, intelectual, física, estética, existencial etc., mas busca, através de um sistema excludente, produzir as diferentes peças de uma engrenagem social estratificada.

Aliado à industrialização tardia, convivemos ainda com as marcas de um regime militar que tratou como subversivo todo tipo de pensamento crítico, toda atitude corajosa e reflexiva. E hoje temos uma educação essencialmente passiva, fundada no acúmulo de dados; uma escola que, além de isolada do mundo e da vida, nomeia de "grade" o currículo e de "disciplina" os conteúdos.

O sistema de reprovação que ainda vigora no Brasil é um dos mecanismos mais excludentes e cruéis de nossa sociedade. Quando reprovamos um aluno estamos afirmando que ele é o único responsável por seu mau desempenho. Nem os professores, nem a diretora, nem a família, nem o sistema de ensino serão reprovados, apenas ele. E isto se deve, entre outras coisas, ao fato de que a escola está historicamente centrada no ensino, não na aprendizagem. Os professores, o corpo técnico, os gestores se sentem responsáveis pela transmissão de conteúdos, mas não se sentem comprometidos com a aprendizagem; se o aluno aprende ou não é problema dele, não da escola.

Em alguns municípios brasileiros 60% das crianças ficam reprovadas na primeira série. Eles têm em geral seis ou sete anos, e vão pagar por essa não aprendizagem. A reprovação faz com que, multo cedo, as crianças sofram a exclusão, a segregação social que tanto massacra nossa sociedade adulta. Uma mulher que abordei na rua, em um bairro muito pobre da cidade, disse-me que seus filhos tinham saído da escola porque não conseguiam aprender. "A escola só gosta de quem sabe", ela disse. E deveria ser o contrário, a escola deveria se dedicar de um modo especial a quem não aprende no tempo estipulado.

Hoje, no Rio, temos crianças na escola que não sabem ler, aos 12 anos de idade; antes da progressão continuada elas também não sabiam, mas estavam fora da escola, das estatísticas. O objetivo da progressão continuada é manter crianças e jovens na escola, e isso ela tem conseguido. Mas, se as crianças, mesmo na escola, não estão aprendendo, então devemos brigar por uma escola que ensina, em vez de reivindicar uma escola que reprova.

O sistema seriado de ensino que temos, dividido em anos, com diversas disciplinas Isoladas umas das outras e distante da vida, permanece porque está centrado no poder do professor. Um novo modelo de escola se dedica menos ao ensino e mais à aprendizagem, não se satisfaz em ministrar conteúdos, mas acompanha e estimula os alunos no exercício de suas diferenças, monitorando suas dificuldades e aptidões.

Não é de reprovação que precisamos, mas de uma escola que se comprometa com qualquer aluno, que se dedique a cada um deles, que trabalhe em prol do seu sucesso, e, para isso, promova situações de aprendizagem cada vez mais elaboradas e integradas entre si. Precisamos de uma escola disposta a se transformar e crescer para atender às necessidades das diferentes crianças e jovens, em seu processo de desenvolvimento. Uma escola que estimule a participação, a pesquisa e o pensamento crítico, uma escola democrática, que possa existir realmente para todos.

(*) Viviane Mosé é filósofa.

Fonte: Fazendo Media

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Marcio Pochmann: American way of life em xeque

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Pela emergência e profundidade da crise financeira internacional, a refundação das bases do capitalismo voltou ao centro dos debates. Cada vez mais se pronuncia a necessidade de construção de um novo Bretton Woods, capaz de desconectar da arquitetura financeira internacional o vírus da desregulamentação geradora de brutal instabilidade. No mesmo tempo que sobra especulação, faltam investimentos produtivos pois, sem o controle público, a economia compromete-se essencialmente com o curto prazo e com o sentido pró-cíclico das atividades econômicas. Assim como potencializa a expansão dos negócios de fôlego restrito, reforça para baixo as atividades produtivas na fase de contração do ciclo.


Por Marcio Pochmann*

Nesse contexto de enorme complexidade, o discurso neoliberal de corte aos gastos públicos e maior liberalização do Banco Central torna-se ainda mais retrógrado, parecendo pretender jogar mais álcool na fogueira mundial da recessão econômica e da depressão de preços. Com o fracasso das experiências de auto-regulação do sistema financeiro apoiadas nas agências de classificação de riscos, a queda generalizada no nível de emprego e da renda dos trabalhadores apresenta-se iminente, caso as empresas privadas sigam avançando nas decisões de proteção de suas margens de lucro por meio do enxugamento de custos, enquanto as administrações governamentais procuram reduzir despesas públicas. Diminuição positiva mesmo seria nos serviços financeiros relativos aos enormes gastos com juros do endividamento público e privado.

Esses dois caminhos tão distintos quanto polarizados na gestão dos efeitos da crise financeira global parecem não estar suficientemente atentos aos obstáculos instalados na trajetória que vem sustentando a dinâmica econômica mundial, sobretudo nos EUA. Em grande medida, sabe-se que ela se apóia na difusão do padrão de vida do ''ter'', originado do fordismo americano a partir do início do século 20 e posteriormente generalizado internacionalmente no segundo Pós-Guerra.

Noutras palavras, trata-se do American way of life, que se fundamenta no papel ativo dos serviços financeiros prestados à economia real, com a imposição do endividamento de empresas, governos e famílias atrelado a exigências de investimento e consumo estabelecidas pelas escalas gigantescas de produção. Ademais do consumismo dependente, prevalecem também impactos ambientais inegáveis, que somente no período mais recente passaram a ser percebidos como insustentáveis no planeta Terra.

Na economia americana, constata-se que o grau de endividamento médio anual dos habitantes relacionado ao nível de poupança individual chegou a limite máximo. Em 2008, por exemplo, a dívida por habitante nos EUA era de US$ 118 mil para uma poupança per capita de US$ 392. Ou seja, a poupança média anual por habitante representa somente 0,3% do total do endividamento individual. Meio século antes, em 1958, a dívida individual alcançava a soma de US$ 24,8 mil, ao passo que a poupança média anual por habitante era de US$ 4,2 mil, equivalente a 17% do endividamento pessoal.

Com isso, percebe-se que até o final da década de 1960, por exemplo, parecia haver conexão relativamente adequada entre o movimento das finanças e o nível de produção e consumo. Nota-se claramente que no ciclo de expansão econômica do Segundo Pós-Guerra (1947 a 1973), a poupança média anual por habitante passou de US$ 1,8 mil para US$ 7,4 mil, enquanto a dívida média anual cresceu de US$ 9,7 mil para US$ 40,1 mil. Em síntese, poupança e dívida média anual por habitante cresceram no mesmo ritmo (4,1 vezes).

Mas, com o desmoronamento do sistema financeiro internacional durante a primeira metade da década de 1970, quando o dólar deixou de ter paridade com o ouro – as taxas de juros passaram a ser flutuantes, geralmente acima da inflação –, e a desregulamentação ganhou ênfase, dois mundos distintos terminaram sendo recriados: o das finanças e o da produção e consumo. Pelo processo de financeirização da riqueza, os serviços com o endividamento cresceram exorbitantemente, deslocando-se do sistema de produção e consumo. Entre 1973 e 2007, por exemplo, a poupança média anual por habitante nos Estados Unidos decaiu de US$ 7,4 mil para US$ 449, enquanto a dívida aumentou de US$ 40,1 mil para US$ 121,6 mil. Para uma queda de 93,4% na poupança média anual individual, houve o aumento de três vezes no total da dívida por habitante.

Outra forma emblemática de constatar o descolamento dos ganhos financeiros em relação ao sistema produtivo pode ser identificada na comparação do PIB com a quantidade de recursos aplicados em derivativos. Em 2007, por exemplo, o PIB mundial alcançou o patamar de US$ 54,6 trilhões, segundo informações oficiais do FMI. Em contrapartida, o volume dos direitos de riqueza contabilizado no sistema financeiro mundial alcançou o montante de US$ 596 trilhões, em conformidade com o relatório do banco dos bancos centrais (BIS).

Essa diferença de mais de dez vezes entre o montante dos direitos à riqueza e o tamanho da própria riqueza produzida pela economia real revela grande parte das dificuldades atuais para reconectar novamente os serviços das finanças à dinâmica da economia real. Ademais do enquadramento necessário do sistema financeiro às necessidades da economia real, coloca-se em xeque as exigências do mundo da produção e consumo na economia do ter.

O seu necessário revigoramento não deveria ser nas mesmas bases destrutivas do meio ambiente. É nesse sentido que o desafio atual coloca-se não apenas no enfrentamento da crise financeira internacional, mas na construção de alternativas ambientalmente sustentáveis ao american way of life.

* Marcio Pochmann é presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e professor licenciado do Instituto de Economia e pesquisador do Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho da Universidade Estadual de Campinas.

Artigo originalmente publicado no Valor Econômico (30/10)

Fonte: Vermelho

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VEM AÍ O ÍNDICE "QUANTO PIOR MELHOR"!

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A Miriam AINDA não é Prêmio Nobel

VEM AÍ O ÍNDICE "QUANTO PIOR MELHOR"!

por Paulo Henrique Amorim

Máximas e Mínimas 2061

Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista

. O Conversa Afiada durante muito tempo mediu, com precisão matemática, as frases, gestos e comportamentos que tinham por objetivo derrubar o Presidente Lula.

. Criou, para isso, um termômetro, um índice, “IVDL”, ou seja o “Índice Vamos Derrubar o Lula”.

. A Miriam Leitão, por exemplo, freqüentou muitas vezes esse índice.

. E atingia pontos culminantes na nossa – repito, científica – medição.

. Agora, não se trata mais de derrubar o Lula.

. Primeiro, porque ele se derrubou.

. Quando o ínclito delegado Protógenes Queiroz prendeu Daniel Dantas e se instalou o Golpe de “Estado da Direita”, liderado pelo Supremo Presidente Gilmar Mendes, Lula caiu.

. Mendes o chamou “às falas” por um grampo falso – clique aqui para ler “cadê o áudio” – e Lula foi, correndo.

. A tarefa, agora, é multiplicar a crise econômica internacional, multiplicar seus efeitos sobre o Brasil e fazer o presidente sangrar e chegar à eleição de 2010 exangue.

. É a teoria do “sangramento”, renovada pela crise financeira.

. O raciocínio é simples: o que segura o Lula é a economia.

. Então, vamos derrubar a economia, que ele cai junto.

. Mesmo que a economia caia menos do que o PiG diz.

. Assim decidimos criar, em breve, o índice "QPM", ou “Quanto Pior Melhor!”

. Se já estivesse em funcionamento (será breve, com um “Conversa Afiada" totalmente vitaminado, aguardem !), hoje, por exemplo, o "Bom (?) Dia Brasil" ganharia o "QPM".

. Um repórter demonstrou de forma cabal que a crise é tão profunda que os milhares, centenas de milhares de brasileiros que iam visitar a Acrópoles de Atenas não vão mais ...

. Impressionante, que crise!

. A mesma reportagem demonstrou que as vendas nos supermercados acabaram.

. Ninguém compra mais nada – nem pão.

. Daqui a pouco, se o "Bom (?) Dia Brasil" continuar assim, nenhum anunciante compra mais espaço na Globo ...

. Ao mesmo tempo, o jornal "Valor", das Organizações (?) Globo, diz, na primeira página, que “as vendas em supermercados do país cresceram 5,5% em setembro”.

. A Miriam Leitão, que, em breve, como Paul Krugman, receberá o Prêmio Nobel da Paz Verde, disse que a inadimplência não se instalou na economia “AINDA” !

. “AINDA” !

. Porque breve, prevê a ilustre ganhadora do Nobel, se instalará de forma implacável e feroz.

. Ninguém vai pagar mais nada a ninguém!

. Nem os anunciantes da Globo vão pagar os comerciais exibidos !

. A inadimplência será generalizada e irreversível (até o Serra ser eleito, é claro ...).
O “QPM” vem aí, aguardem !

. Ou melhor, vem aí, AINDA !

Leia também:

IEDI: tudo o que o Banco Central não fez para reativar a economia

Clique aqui para ler "Meirelles não obriga os bancos a emprestar".

Clique aqui para ler "Lula quer enquadrar bancos. Meirelles concorda ?"

Clique aqui para ler "Meirelles vai cometer um crime: torrar reservas para ajudar os bancos".

Clique aqui para ler "Meirelles, faça como Paulson e obrigue os bancos a emprestar".

Clique aqui para ler "Meirelles, faça alguma coisa antes que a crise te engula ! - Meirelles, você vai quebrar o Brasil !"

Clique aqui para ler "Tatcher, coitada, não pode acreditar !"

Clique aqui para ler "EUA vão estatizar Citibank e o Bank of America".

Clique aqui para ler "Lula diz que pode estatizar bancos".

Clique aqui para ler "Estatização salva o capitalismo. E ajuda Krugman a ganhar o Nobel".

Clique aqui para ler "Europa decide estatizar bancos. "Estatizar" não morde, mas o PiG não usa".

Clique aqui para ler "A maxi-desvalorização da Miriam. Ou como se disseminar o pânico".

Clique aqui para ler "PiG tem medo da estatização dos bancos nos EUA".

Clique aqui para ler "Medidas de Meirelles não seguram Bovespa".

Clique aqui para ler "Meirelles joga para a platéia".

Clique aqui para ler "Krugman apóia Brown: saída para a crise é a estatização".

Clique aqui para ler "Meirelles finge que não entendeu".

Clique aqui para ler "Crise: melhor colunista inglês é a favor da estatização (provisória)"

Clique aqui para ler "Acrefi: crédito para consumo já subiu mais 3% ao ano".

Clique aqui para ler "Pacote americano não é Proer".

Clique aqui para ler "Santayana: Proer de FHC socorreu banqueiros fraudadores".

Clique aqui para ler "Crise financeira internacional: estatizar os bancos ou nada".

Clique aqui ler para "Agência de risco tenta explicar por que não viu que o Lehman ia quebrar".

Fonte: Conversa Afiada

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CADÊ O ÁUDIO DO GRAMPO DA VEJA E DO GILMAR?

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Será que o Supremo Presidente achou um áudio embaixo da ponte ? (*)


CADÊ O ÁUDIO DO GRAMPO DA VEJA E DO GILMAR?

por Paulo Henrique Amorim

Máximas e Mínimas 2060

Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista

. Soube-se outro dia que o senador Eduardo Suplicy ia visitar o Supremo Presidente do Supremo, o empresário Gilmar Mendes.

. (Ele tem um negócio tão próspero que consegue anunciar na Veja!!! – clique aqui para ler ...)

. Seria o caso de o Senador perguntar ao Presidente Supremo se ele tem alguma idéia de como achar o áudio do grampo da Veja, aquele em que o Supremo Presidente e o Senador Demóstenes Torres aparecem num diálogo inútil.

. Até hoje, a nova Polícia Federal, que protege Daniel Dantas, não achou o áudio do grampo.

. Será uma contribuição do Brasil à tecnologia universal, uma revolução copernicana: criar um grampo telefônico sem áudio.

. Este áudio sem grampo (até agora) foi aquele que levou o Ministro serrista da Defesa, Nelson Jobim, a mentir para o presidente Lula (lembram da babá eletrônica do Ministro Jobim?) e provocar a demissão do ínclito delegado, Dr. Paulo Lacerda, da ABIN.

. Outra questão pendente: será que a Polícia Federal, que, agora, protege Daniel Dantas, não conseguiu ainda decifrar as 12 fitas que o ínclito delegado Protógenes Queiroz achou atrás da parede falsa do apartamento de Dantas em Ipanema?

. Que dificuldade, hein?

. O Conversa Afiada, modestamente, consultou um especialista – Dantas sabe quem é ... – e mostrou à Policia Federal que não há código que não possa ser quebrado.

. E ensinou como se deve decifrar essas fitas ...

. É só querer.

. E mandar aos corajosos Juiz De Sanctis e Procurador da República De Grandis ...

Em tempo: por falar em Justiça, quando será que a turma do Ministro Eros Grau vai reexaminar os DOIS Habeas Corpus que o Supremo Presidente deu a Daniel Dantas em QUARENTA E OITO HORAS ?

(*) No grampo da privatização, quando alguém disse “isso vai dar m...” e “chegamos ao limite da nossa irresponsabilidade”, tudo para o Daniel Dantas ganhar o leilão, o governo Fernando Henrique achou o áudio embaixo de uma ponte ... Vai ver que é a mesma ponte onde se esconde o áudio do Presidente Supremo...

Fonte: Conversa Afiada

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JOSÉ SERRA É O “NOSSO GUIA”



Serra é o único “preparado” para
nos salvar de qualquer crise


JOSÉ SERRA É O “NOSSO GUIA”

por Paulo Henrique Amorim

Máximas e Mínimas 2058

Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista

.“ A tenacidade e o sangue frio de José Serra fizeram dele o maior vencedor da eleição de domingo. Aliou-se ao PMDB, elegeu seu poste, derrotou os adversários internos e, num lance de SORTE CRONOLÓGICA (sic), habilitou-se para UMA LIDERANÇA POLITICA QUALIFICADA PARA TRATAR COM OS EFEITOS DA CRISE INTERNACIONAL SOBRE A ECONOMIA BRASILEIRA (sic).”

. É assim que começa a colona (*) de Elio Gaspari, hoje, na Folha (da Tarde**) e no Globo, dois baluartes do PiG.

. Gaspari, como se sabe, preside, na sombra da madrugada, a bancada de jornalistas que trabalha à luz do Sol para José Serra.

. Ninguém tem mais ascendência sobre Serra do que Gaspari.

. Nem a filha, Veronica Allende Serra, que mereceu da Istoé Dinheiro (onde pontifica Leonardo Attuch), na Web, um perfil encomiástico.

. Veronica Serra, como se sabe, fez negócios com a irmã de Daniel Dantas na empresa Decidir.Com Inc.

. É “a mulher mais importante da internet brasileira”, diz a IstoÉ de Leonardo Attuch ...

. Nem ela, tão importante, tem sobre José Serra a ascendência que Gaspari tem.

. Serra não dá um passo sem consultar Gaspari.

. A recíproca não é verdadeira, porque Gaspari não leva Serra tão a sério quanto Serra leva Gaspari ...

. Nesta colona de hoje, como sempre, é muito difícil entender o que diz Gaspari.

. Mas, supõe-se que seja o seguinte:

. Serra deu uma sorte danada: ganhou a eleição na hora em que a economia mundial (e brasileira) foi para o saco.

. (Serra e Fernando Henrique co-presidem o movimento “Quanto Pior Melhor”.)

. É o que Gaspari chama de “sorte cronológica” ...

. E por que a “sorte cronológica” ?

. Porque Serra “habilitou-se para uma liderança política”.

. Se o amigo leitor prestar muita atenção e tiver acompanhado a carreira de Gaspari como ghost adviser de Serra, terá percebido que Gaspari quis dizer:

. Só Serra está preparado para resolver a crise.

. Serra, como se sabe, é muito “preparado”.

. “Preparado” para quê, não se sabe.

. Mas é o que seus bajuladores dizem.

. Serra está “preparado” para tudo.

. Essa conversa é velha.

. Serra se vende como o ÚNICO capaz de resolver qualquer crise, há muito tempo.

. Ele sempre teve “sorte cronológica”.

. Quando o Governo do Farol de Alexandria ia à breca – e foi três vezes - , Serra tinha “sorte cronológica” e se apresentava – em off, no PiG - como o que poderia salvar o Brasil, desde que Fernando Henrique o colocasse no lugar do Pedro Malan.

. Na sucessão de Fernando Henrique, quando Serra disse que o Brasil ia virar uma Argentina e a Regina Duarte morria de medo, Serra teve “sorte cronológica”, já que seria o ÚNICO capaz de resolver aquela crise, porque ele é “preparado”.

. Quando estourou a crise financeira corrente, Serra voltou aos colonistas do PiG para “explicar” como administrar o câmbio.

. E já se sabe como é que se resolve o câmbio, para Serra: o câmbio tem que ficar no ponto exato para ajudar as exportações paulistas e impedir a importação de produtos que venham a competir com os produtos paulistas.

. Essa é a “política cambial” de Serra, a “política cambial paulista” do Serra.

. Serra entende tanto de câmbio quanto de Polícia Civil ...

. Mas, ele é “preparado”.

. Na verdade, o Gaspari acaba de transformar o Serra no verdadeiro “Nosso Guia” !

(*) Se refere à “colônia”, dá a idéia de pessoa “colonizada”, submetida ao pensamento hegemônico que se originou na Metrópole e se fortaleceu nos epígonos coloniais. Epígonos esses que, na maioria dos casos, não têm a menor idéia de como a Metrópole funciona, mas a “copiam” como se a ela pertencessem.

(**) Já estava na hora de a Folha tirar os cães de guarda do armário e confessar que foi “Cão de Guarda” do regime militar. Instigado pelo Azenha – clique aqui para ir ao Viomundo – acabei de ler o excelente livro “Cães de Guarda – jornalistas e censores do AI-5 à Constituição de 1989”, de Beatriz Kushnir, Boitempo Editorial, que trata das relações especiais da Folha (e a Folha da Tarde) com a repressão dos anos militares. Octavio Frias Filho, publisher da Folha (da Tarde), não quis dar entrevista a Kushnir.

Fonte: Conversa Afiada

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A QUEM SERVIU O ÓDIO À ESQUERDA?

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por Luiz Carlos Azenha

Num post anterior falei sobre a ascensão dos neocons nos Estados Unidos, em aliança com a direita religiosa.

Faltou a pergunta principal: a quem serviu o ódio aos "liberais" e aos "esquerdistas", que esteve no centro do discurso disseminado pelos neocons em revistas, seminários, palestras, livros, na internet, no rádio e na televisão?

A quem servem Reinaldo Azevedo, Demétrio Magnoli, Ali Kamel e essa turma no Brasil? Trata-se apenas do bom combate ideológico?

Siga o dinheiro, é o que sugiro. Nos Estados Unidos os institutos que deram empregos e bolsas de estudos aos neocons foram financiados pelos capitães da indústria, que também financiaram revistas como a Weekly Standart e outras através de publicidade.

Alguns dos neocons atingiram um status financeiro notável, não só por conta de seu trabalho intelectual, mas em atividades na iniciativa privada, especialmente na área de consultoria.

Quais as idéias que eles promoveram?

-- Uma política externa ativista dos Estados Unidos, com o uso do poderio militar sempre que necessário.

Beneficiados: os fabricantes de armas.

-- Ataques aos sindicatos como corruptos ou símbolos do atraso.

Beneficiados: empresas que combateram e combatem a sindicalização -- Wal Mart, por exemplo -- como forma de "flexibilizar" o uso de mão-de-obra, cortar salários e benefícios.

-- Ataques ao funcionalismo público como "ineficiente" e custoso para a sociedade.

Beneficiados: todos aqueles que defendiam a redução da carga tributária na versão implantada por George W. Bush.

-- Ataques aos programas sociais do governo, como o "welfare", que dá ajuda a famílias de baixa renda.

Beneficiados: todos aqueles que defendiam a redução da carga tributária das empresas.

-- Ataques a um sistema nacional de saúde como "socializante".

Beneficiados: indústria farmacêutica e empresas de seguros de saúde privados.

-- Ataques ao Social Security, a previdência social dos Estados Unidos, com pedidos de privatização.

Beneficiados: empresas de previdência privada, como as que administram os planos 401(k), em que as aposentadorias rendem de acordo com as ações na bolsa de Valores de Nova York; através do pagamento de taxas e comissões esse sistema transferiu bilhões de dólares dos trabalhadores para as corretoras de Wall Street.

-- Ataques generalizados ao "governo que pesa nas costas do trabalhador" e pregação do "estado mínimo"

Beneficiados: as empresas que tiveram sua carga tributária reduzida; também tiveram os custos reduzidos por conta da desregulamentação do sistema financeiro; da perda de poder das agências fiscalizadoras do governo, dentre as quais a Food and Drug Administration (FDA), encarregada de alimentos e remédios; a FCC (Federal Communications Comission), que zelava por evitar a formação de monopólios da mídia; a EPA (Environment Protection Agency), encarregada de zelar pelo meio ambiente.

-- Ataques ao feminismo e a todos os movimentos sociais organizados.

Beneficiados: os empregadores, com a desmobilização dos grupos de pressão que defendiam direitos.

De acordo com o ex-presidente Bill Clinton, nos últimos oito anos 90% de toda riqueza gerada na economia americana beneficiou aos 10% mais ricos. Agora vocês entendem a quem serviram os neocons?

Fonte: Vi o Mundo

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A globalização, a crise atual e o mundo do trabalho

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por Ricardo Young*

A OIT – Organização Internacional do Trabalho divulgou, na semana passada, um relatório muito revelador sobre o mundo do trabalho na era da globalização. Ele merece uma reflexão à luz da responsabilidade social empresarial.

Em primeiro lugar, vamos comentar as diferenças entre os modelos econômicos baseados na intervenção estatal e no denominado “neoliberalismo”. Depois do fim da segunda guerra, um consenso entre as nações criou um sistema em que o excedente do capital não tinha função especulativa e, em tese, não devia gerar inflação. O Estado recolhia este excedente via impostos e distribuía para a sociedade de acordo com um planejamento estratégico (para beneficiar este ou aquele setor econômico), garantindo um mínimo de qualidade de vida para a população (o “bem estar social”).

Foi um período de estabilidade nos países industrializados, com grande avanço dos benefícios sociais. Nos países periféricos (ou emergentes), o “bem estar social” foi menos evidente. Em alguns casos, significou independência política, como na Índia e na grande maioria dos países africanos; em outros, uma relativa melhora da qualidade de vida das populações urbanas, por conta do impulso dado à industrialização pelos governos nacionais (caso do Brasil).

Este cenário começou a deteriorar-se a partir dos anos 60 pela ocorrência de vários fatores que podem ser resumidos no binômio ampliação dos direitos de cidadania x incapacidade de expansão dos meios econômicos para atender as demandas. Os movimentos sociais e (contra)culturais que surgiram na época foram sintomas deste embate.

Foi deste caldo que se alimentou o embrião do que, nos anos 80, veio a ser o “neoliberalismo”. Assimilando as demandas por mais liberdade individual, foi construído um novo arcabouço econômico para o mundo em que o Estado não exerceria mais a “função distributiva” do modelo anterior. A regulação dos recursos passaria a ser feita pelo “mercado” que, por ser formado por indivíduos livres, racionais e proativos, seria mais “capaz” de alocar os recursos onde eles fossem mais necessários (entenda-se lucrativos). Dentro desta lógica, os serviços públicos deveriam ser privatizados e os demais recursos, postos a serviço da especulação.

Deu no que deu. A realidade mostrou que o mercado não só não aloca os recursos de maneira regular e equânime onde eles são mais necessários, como as forças especulativas, livres de amarras, são muito maiores que a sociedade. Capitais foram utilizados para alavancagens infinitas, criando uma moeda virtual que gerou inflação, ineficiência, desigualdade e desemprego.

As dez regras básicas do Consenso de Washington:
• Disciplina fiscal
• Redução dos gastos públicos
• Reforma tributária
• Juros de mercado
• Câmbio de mercado
• Abertura comercial
• Investimento estrangeiro direto, com eliminação de restrições
Privatização das estatais
• Desregulamentação (afrouxamento das leis econômicas e trabalhistas)
• Direito à propriedade intelectual

que, segundo seus autores (FMI, o Banco Mundial e o Departamento do Tesouro dos Estados Unidos, fundamentadas num texto do economista John Williamson, do International Institute for Economy, e que se tornou a política oficial do Fundo Monetário Internacional em 1990) deveriam espalhar prosperidade pelo universo, produziram justamente o contrário. No mundo do trabalho, o lado mais sensível da chamada “economia real”, foi o mais atingido, de acordo com o relatório da OIT. Centenas de milhões de pessoas não receberam os benefícios do crescimento ocorrido nos últimos anos e ainda vão “pagar a conta” da crise financeira e econômica atual.

Os modelos econômicos adotados pelos países, e que foram baseados nos princípios do Consenso de Washington, reproduziram a desigualdade com a mesma velocidade com que criaram recursos inexistentes. Estes modelos refletem um processo de globalização financeira que intensifica a instabilidade econômica; fortes aumentos nos salários dos executivos não relacionados ao rendimento da empresa; mudança institucional e políticas de redistribuição mais fracas.

Se é verdade que, em termos globais, o emprego aumentou 30% entre 1990 e 2007, é também verdade que aumentou a concentração de renda e a disparidade entre ricos e pobres. Isto porque a geração de emprego não distribuiu renda. Em 51 dos 73 países pesquisados, a participação dos salários como parte da renda diminuiu em 20 anos. A maior diminuição foi registrada na América Latina e no Caribe ( -13 pontos percentuais), seguida da Ásia e Pacífico ( -10 pontos percentuais) e das Economias Avançadas ( - 9 pontos percentuais).

Em países com inovação financeira sem regulamentação, os trabalhadores e suas famílias se endividaram cada vez mais para poder enfrentar os investimentos imobiliários e o consumo.

Entre 1990 e 2005, aproximadamente dois terços dos países tiveram um aumento da desigualdade de renda. No mesmo período, a disparidade entre os 10% de assalariados com renda mais alta e os 10% com a renda mais baixa aumentou em 70%. Por isso, está aumentando a disparidade de renda,a um ritmo cada vez maior, entre os altos executivos e o empregado médio. Em 2007, por exemplo, os diretores executivos (CEO) das 15 maiores empresas dos Estados Unidos receberam salários que seriam mais de 520 vezes superiores aos do trabalhador médio, comparado com uma diferença de 360 vezes em 2003.

Comparado com períodos anteriores de expansão, os trabalhadores receberam uma cota menor dos frutos do crescimento econômico, uma vez que a participação dos salários na renda nacional diminuiu na grande maioria dos países;

Agora, os Estados estão despejando trilhões de dólares para salvar as instituições financeiras. Quem vai pagar este almoço? Milton Friedman? Os executivos beneficiados por bônus espetaculares? Os “criativos” dos derivativos?

Nos anos de “exuberância” do mercado, várias companhias adotaram uma outra maneira de fazer negócio, pois perceberam que havia algo errado em um mundo onde o lucro crescia em oposição ao bem estar da sociedade. Estas empresas construíram o movimento da responsabilidade corporativa e iniciaram a busca por um modelo de desenvolvimento sustentável que garanta estabilidade para os negócios, para a sociedade e para o meio ambiente. Isso exige mudar a maneira de produzir e consumir.

Nesta hora de crise – quando o velho já morreu e novo ainda não nasceu – não será o momento de aprofundar as práticas e, mais do que isso, buscar influenciar as partes interessadas, a concorrência e os governos de que já passou da hora de construir um planejamento que busque soluções criativas para evitar desemprego, crise ambiental e estagnação econômica. O desenvolvimento sustentável pode ser a saída.

*Ricardo Young, 51 anos, empresário, graduado em Administração de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas, São Paulo, pós graduado em Administração Geral pela PDG/EXEC. Presidente do Conselho Deliberativo do Yázigi Internexus; fundador e presidente por três mandatos da Associação Brasileira de Franquias (ABF). Presidente do Instituto Ethos e do UniEthos; conselheiro das organizações Global Reporting Initiative (GRI) em Amsterdam, Holanda, Accountability, em Londres (Inglaterra) e Grupo de Zurich (Suiça) . Foi membro do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), da Presidência da República, até dezembro de 2006.

Fonte: Carta Capital

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A derrota do "estado mínimo"

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por Luiz Carlos Azenha

Nas últimas horas o senador John McCain foi informado, por assessores, de que sua vitória em Indiana não está assegurada. O estado foi um sólido bastião republicano durante a era Bush.

Faltando cinco dias para as eleições nos Estados Unidos, McCain só conseguirá se eleger se vencer não só em Indiana, mas na Flórida, Ohio, Virgínia, Carolina do Norte, Missouri e na Pensilvânia. A campanha eleitoral está concentrada nestes sete estados. Nas pesquisas, McCain só está na frente em Missouri e Indiana -- e por pequena margem.

A campanha democrata gastou mais de 5 milhões de dólares ontem à noite para colocar no ar um programa de meia hora de duração nas principais emissoras dos Estados Unidos.

Além disso, Barack Obama lançou mão de artilharia pesada em comícios na Pensilvânia e Flórida, contando com a presença do ex-presidente Bill Clinton.

Clinton é essencial para atrair eleitores que tem resistido ao apelo de Obama: homens de classe média baixa. O ex-presidente tem um argumento poderoso: no governo dele os Estados Unidos viveram oito anos de expansão econômica.

Em seu discurso-padrão, Clinton tem lembrado os eleitores que nos últimos oito anos 90% de todos os ganhos da economia americana ficaram com os 10% mais ricos. O ex-presidente diz que a sociedade americana sempre foi construída "de baixo para cima" e acusa o governo Bush de ter invertido a pirâmide, transferindo renda de baixo para cima.

Bill Clinton é craque em campanha. Vai direto ao assunto. Diz que o sistema de saúde dos Estados Unidos é "uma desgraça" e dá os números: 1 de cada 8 pacientes de câncer não pode pagar pelos remédios necessários ao tratamento e o país caiu para a vigésima nona posição no ranking mundial da mortalidade infantil.

O mote da campanha de McCain passou a ser a acusação de que, eleito, Barack Obama vai aumentar os impostos. Porém, a mensagem já não encontra a ressonância que teve no passado. Obama está avançando na classe média por conta de sua promessa de só aumentar os impostos dos mais ricos e de dar ajuda federal especialmente na saúde e educação.

Insegura, a classe média já não aposta no "estado mínimo", cujas supostas vantagens embalaram os triunfos eleitorais de Ronald Reagan e George W. Bush.

Fonte: Carta Capital

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Qual o papel de um banco na sociedade?

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O circulo vicioso do sistema bancário

Atualmente, uma vez mais os contribuintes dos Estados Unidos, da Europa e Ásia estão sendo forçados a recapitalizar os bancos. Agora vem à luz que a realidade financeira é o contrário do que os economistas nos quiseram fazer crer: vemos que os bancos sempre receberam dinheiro dos contribuintes através dos bancos centrais para emprestá-lo, a juros, aos próprios contribuintes.

St. Augustine, Florida, outubro/2008 – As últimas ações empreendidas pelos governos e bancos centrais para injetar maciçamente dinheiro novo em seus bancos deixa os cidadãos médios ultrajados e desconcertados. Não eram os bancos os lugares que guardavam nossos depósitos e depois nos emprestavam para construirmos nossas comunidades e fazer crescer nossos negócios? Disseram-nos que tínhamos de confiar nos bancos. Agora descobrimos que os bancos não confiam entre si.

Não é de estranhar que as chocantes revelações sobre os erros de Wall Street, estimulados pela falta de regulamentação e supervisão, tenham levado a uma falta de confiança nos bancos. Suas temerárias especulações financeiras estão levando ao questionamento da maneira fundamental com que foram estruturados os sistemas bancário e monetário. Os pânicos bancários foram recorrentes no século passado e sempre foram os contribuintes, através de seus governos, que salvaram os banqueiros de seus erros.

Atualmente, uma vez mais os contribuintes dos Estados Unidos, da Europa e Ásia estão sendo forçados a recapitalizar os bancos. Agora vem à luz que a realidade financeira é o contrário do que os economistas nos quiseram fazer crer: vemos que os bancos sempre receberam dinheiro dos contribuintes através dos bancos centrais para emprestá-lo, a juros, aos próprios contribuintes. Como permitimos que tal fraude continuasse por tanto tempo?

O Banco Central dos Estados Unidos (Federal Reserve) é uma corporação privada dirigida por 12 bancos regionais com apenas os membros da direção e da presidência designados pelo governo. O Fed empresta nosso dinheiro, criado pelo Tesouro, aos bancos, que são autorizados a emprestá-lo em quantidade 10 vezes superior às suas reservas monetárias, o chamado encaixe bancário. Aos bancos pede-se que mantenham 8% de seus ativos em reserva, mas exercem incessante pressão para reduzir esse “colchão” amortizador de perdas.

Desde que o Fed foi criado em 1913, o Congresso cedeu seu poder constitucional de criar as existências em dólares ao sistema bancário. Agora, vemos a um simples olhar como isto funciona. Quando os bancos estão com problemas, correm riscos estúpidos, etc, o Fed simplesmente imprime mais dinheiro e o dá aos bancos. E se isto não é suficiente, o Fed acrescenta novas reduções de taxas de juros, empréstimos especiais e resgates bancários, como o plano do Secretário do Tesouro norte-americano, Henry Paulson, de US$ 700 bilhões.

Paulson pretendia que os contribuintes cedessem os US$ 700 bilhões aos seus ex-colegas da Goldman Sachs, Morgan Stanley e outras instituições financeiras de Wall Street em troca dos “tóxicos” empréstimos hipotecários destinados a credores insolventes criados por essas mesmas instituições. Felizmente, o Congresso criou algumas salvaguardas e US$ 250 bilhões agora irão diretamente para a compra de ações dos bancos em risco, bem como incorporando muitos planos alternativos.

Como muitos altos funcionários, incluindo Paulson, são ex-executivos da Goldman Sachs, os contribuintes deveriam insistir para que Goldman Sachs e Morgan Stanley, cujas equipes aconselharam o Tesouro no salvamento, e outras firmas envolvidas sejam excluídas de todo manejo desses US$ 700 bilhões. Entretanto, Paulson anunciou que um ex-empregado da Goldman Sachs, Neel Kashkari, estará encarregado da administração dos US$ 700 bilhões dos contribuintes norte-americanos.

Para a longamente atrasada reforma dos sistemas monetários, há propostas bem pensadas: nos Estados Unidos pelo American Monetary Institute, na Grã-Bretanha pelo reconhecido especialista bancário James Robertson e no Canadá por Comer.org. Chegou a hora de regulamentar Wall Street e o cassino global, bem como de fazer com que o sistema financeiro volte ao limitado papel de servir às necessidades das economias reais e produtivas. Com estas e outras reformas se poderá conseguir que os bancos cumpram seus propósitos originais.

Eles podem financiar a manutenção das esquecidas infra-estruturas públicas e complementar os investimentos privados que agora estão entrando em torrente na crescente economia verde, na medida em que muitos países estão tentando sair da anterior Era Industrial baseada nos combustíveis de origem fóssil e entrar na sustentável Era Solar. (IPS/Envolverde)

* A economista Hazel Henderson (http://www.ethicalmarkets.com) é autora de Ethical Markets: Growing the green economy (2007) e co-autora do índice sobre qualidade da vida Calvert-Henderson (http://www.calvert-henderson.com).

Fonte: Agência Carta Maior

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quarta-feira, 29 de outubro de 2008

OS MIDIOCRATAS E A DERROTA ELEITORAL DE MARTA

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As derrotas de 26 de Outubro: as lições do fracasso

por MAURO CARRARA

As lições de uma eleição decidida pela negligência da esquerda e pelo empenho dos midiocratas

Primeiramente, por razões óbvias, é necessário definir o que é esquerda neste contexto. Inclue-se aqui o PT, o PCdoB e uma pequena parcela do PSB. O PPS constitui-se hoje em sigla lucrativamente alugada à direita. PSOL, PSTU e PCO orbitam na nebulosa região do fanatismo, do cinismo invejoso ou da insanidade militante.

Portanto, tomemos como referência aquelas agremiações que podem ser seriamente entendidas como esquerda no Brasil. Foram dolorosas suas derrotas (todas da agremiação de Lula) em São Paulo, Porto Alegre, Salvador, Juiz de Fora e, especialmente, em Santo André, reduto histórico do Partido dos Trabalhadores.

Há, de certo, ingredientes diferentes em cada uma das disputas. No entanto, apresentam-se também elementos comuns que podem lançar luzes sobre o malogro pontual dos vermelhos.

1) O Brasil caminha celeremente para um cenário de tripartidarismo. De um lado, a esquerda. De outro, a direita, representada, sobretudo, pela dupla PSDB-DEM. Ao centro, consolida-se uma massa fisiológica (ainda que tendente à direita) que oferece seus préstimos a quem melhor pagar.

2) Em cidades como São Paulo, o eleitorado também costuma se dividir em três. A esquerda tem a simpatia de 30% dos paulistanos. A direita tem seus 30%. Outros 40% são disputados a cada confronto. O que se verifica, entretanto, é que a ala destra midiocrata tem estabelecido um diálogo freqüente e eficaz com significativa parcela desse eleitorado de centro.

3) Nesses processos, que se repetem em outras cidades, o anti-petismo tende a alinhar todos os "inimigos" da esquerda na prova do segundo turno. Os números da apuração mostraram que Marta Suplicy mal conquistou os eleitores de Soninha, a moça seduzida por José Serra num camarote do Parque Antarctica.

À parte essas considerações, é necessário que se leve em conta o papel determinante da mídia na definição das eleições. Mais descarada do que em outras ocasiões, a imprensa paulista e paulistana trabalhou diuturnamente para desconstruir a imagem de qualquer candidato que se apresentasse sob a legenda do partido de Lula.

No caso da terra bandeirante, os principais difusores de opinião, Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo, trabalharam disciplinada e obedientemente para incompatibilizar a candidata petista com o eleitorado.

O "relaxa e goza" foi repetido mil vezes pelos articulistas. Pintou-se a loura como arrogante, fútil e até como esposa infiel. Tudo que era particular foi incluído no processo de injúria e difamação.

No entanto, a primeira indagação de cunho pessoal lançada contra o candidato Kassab gerou um escândalo conveniente e hipócrita. A revolta dos midiocratas foi imediata e para lá de estridente.

Em Agosto de 2.008, por exemplo, o articulista Contardo Calligaris, da Folha, disse o seguinte à revista Imprensa:

- Não estamos falando apenas da divulgação do imposto de renda, mas inclusive com quem ele [político] transa. Isso interessa a todos a partir do momento que é candidato.

Já em Outubro, no calor da disputa pela Prefeitura, mudou de idéia:

- Para a maioria, menos desavisada do que parece, essas perguntas assinalam que as campanhas de Marta e de McCain estão dispostas a uma boa dose de indignidade moral para se manterem em vida.

Para esse tipo de funcionário do publisher José Serra, a coerência não tem a mínima importância. Se necessário for para atender seu chefe, o articulista pode bem defecar na cabeça de seus leitores. Faz parte desse tipo de jogo de sabujos.

O jornalismo da Folha nos brindou com inúmeros outros exemplos dessa estratégia de esculacho informativo.

No dia 24 de Outubro, por exemplo, a versão eletrônica do jornal tratou alucinadamente da carta enviada pela Prefeitura a famílias que seriam despejadas.

O título deveria entrar para os anais do cafajestismo midiático:

- Marta arma pegadinha para Kassab em debate com suposta carta de despejo.

O termo "pegadinha" leva o leitor a acreditar que se trata de uma farsa, numa referência que coloca sob suspeita a candidata. Afinal, é isso que as pessoas entendem da expressão. "Pegadinha" é a tramóia lúdica de Sérgio Malandro. Coisa de enganar. Coisa de iludir.

Em seguida, utiliza o termo "suposta" para descaracterizar a denúncia. Os vassalos tecladores da Folha nem se deram ao trabalho de checar a informação. Os assessores de imprensa do DEM talvez fossem mais cuidadosos do que os folhistas em questão dessa importância.

No dia seguinte, o mesmo UOL reconheceu a autenticidade do documento num texto truncado, ilustrado por um Kassab sorridente em meio a um bando de correligionários, numa festa no bairro da Liberdade. A Folha, tal qual porta-voz do candidato, afirma sonsamente que a carta foi coisa do "quarto escalão" da Prefeitura.

Opus Estadão


Para liderar a campanha de Kassab, o Grupo Estado precisou submeter-se a um radical processo de modificação na cobertura da área de Cidades.

Desde Abril, o editor-chefe José Roberto Gazzi (ex-editor de Cidades) trabalhou para transformar a redação em uma espécie de agência de publicidade. A estratégia principal foi exagerar o impacto das obras de Kassab e, ao mesmo tempo, esconder tudo que lhe fosse negativo. No Estadão, os jornalistas obraram estimulados por mimos generosos ou coagidos pelo implacável chicote.

A supervisão desse trabalho esteve a cargo de Carlos Alberto Di Franco, numerário da Opus Dei, emissário no Brasil da ultra-conservadora Universidade de Navarra e diretor do curso Máster em Jornalismo. Estranhamente, deu as costas a seu colega de seita, o alquimista desempregado.

Entre outras atividades, Di Franco costuma aliciar jovens jornalistas e conduzi-los a cursos de "aperfeiçoamento" na Espanha. O ferrenho defensor da moral e dos bons costumes, discípulo do Monsenhor Escrivá, continua respeitado pela família Mesquita, mesmo depois que foi encontrado em trajes sumaríssimos vagando assustado pelas margens do Rio Pinheiros.

O Estadão tratou de informar com timidez ou simplesmente ignorar todos os lances da prisão do fiscais mafiosos da Mooca, na Zona Leste. Os líderes do grupo eram o braço direito do subprefeito e um dedicado cabo eleitoral de Kassab. Boa parte das matérias levantadas pelos repórteres acabaram na lata de lixo do editor-chefe, usuário permanente do chamado "telefone azul", linha de conexão direta com o governador José Serra.

A negligência vermelha


O processo de desconstrução da imagem da esquerda tem como referência também a incapacidade das lideranças em oferecer respostas rápidas e assertivas às falsidades e deturpações produzidas pelos midiocratas.

Logo após o embate entre policiais civis e militares, diante do Palácio dos Bandeirantes, o editor-chefe de todos veículos de comunicação foi à TV imputar ao PT e à CUT a responsabilidade pelo conflito.

Ora, se o governador usa som e imagem para acusar uma entidade, o que se espera dos caluniados? Qualquer manual básico de guerrilha informativa dirá: valha-se do mesmo "canal" (a TV) e desminta o acusador no tom indignado que a situação exige.

O presidente do PT estadual (que é jornalista!!!), entretanto, preferiu emitir uma notinha escrita para rebater as acusações. Se estivesse alerta e soubesse lidar apropriadamente com o problema, deveria ter convocado uma coletiva de imprensa. Assim, diante das câmeras, poderia contestar o governador.

A burocracia interna, a desmobilização da militância e a ausência de uma política de comunicação efetiva têm produzido sérios danos à esquerda brasileira, especialmente ao PT.

As respostas são lentíssimas. Por vezes, não há resposta alguma. Os midiocratas afirmam o que bem entendem, sem contestação. Muitas vezes, os próprios petistas se orgulham (ridiculamente) de aparecer na Folha ou no Estadão, o que apenas empresta credibilidade a seus algozes.

Até recentemente, parte dessa campanha difamatória permanente era combatida no boca-a-boca, na atuação determinada da militância. Esses grupos de abnegados, entretanto, remanescentes da excelente (e antiga) política de nucleação por bairros, desapareceram. O PT de base foi substituído pelo PT parlamentar e pelo PT das altas instâncias partidárias.

Perdidos e tontos


Poucos meses antes da eleição, a região Brás-Mooca sofria com a já citada livre ação da máfia dos fiscais. Ainda assim, o subprefeito local ganhou uma elogiosa matéria de capa, com 9 páginas, na revista Planeta Mooca, que tem tiragem de 10 mil exemplares. Eduardo Odloak, membro veterano da Juventude do PSDB, é ali tratado como um superstar pop. Nada se relata de suas ligações com a máquina da extorsão no comércio popular.

A esquerda distrital e municipal, entretanto, não apresentou qualquer contestação à cobertura laudatória. Subestima-se, hoje, tremendamente, o poder de persuasão da chamada imprensa de bairro. Nela, tanto na Capital, como em cidades do ABC, como Santo André, as forças conservadoras atuam de maneira ativa, comprando espaços editoriais para enaltecer seus representantes ou para enxovalhar a esquerda.

Entre perdidos e tontos, um ou outro ainda recorda a necessidade urgente de se constituir um "UOL vermelho" ou um jornal impresso que se proponha a oferecer informação limpa e variada. Afinal, não se pode pensar num veículo destinado a tratar exclusivamente de política.

Um dia antes da eleição paulistana, o Corinthians sacramentou seu retorno à elite do futebol nacional. Ao mesmo tempo, o Palmeiras perdeu de 3 a 0 para o Fluminense. São fatos importantíssimos no contexto do esporte, especialmente para os milhões de torcedores jovens que foram ler sobre esses jogos nos portais de Internet da Folha, do Estadão e da Globo.

Nesse momento, foram logo bombardeados por toda a campanha midiocrata a serviço dos candidatos conservadores. Ali, as manchetes tinham caráter imperativo, escoradas nas pesquisas de opinião: "Kassab deve ser eleito".

Na Itália, onde a esquerda enfrenta uma crise sem precedentes, acumulam-se inúmeros equívocos políticos e também uma desmobilização dos núcleos sindicais e cooperativos de militantes. Gramsci foi quase esquecido e não há um projeto pedagógico para a formação de novas lideranças. Os vermelhos lá são velhos, fenômeno que começa a se reproduzir também no Brasil.

Ainda assim, há pelo menos dois jornais de alcance nacional a serviço das idéias transformadoras, ambos com sites na Internet. Aqui, nem isso. Nada. Coisa alguma. Um vácuo de palavras. Vivemos uma ditadura informativa liderada por truões como Reinaldo Azevedo, Mainardi e outros pilantras bem remunerados. Enquanto isso, na sala de controle, os perdidos e tontos, órfãos da mídia, contentam-se apenas com migalhas .

Fonte: Vi o Mundo

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Homofobia explícita no Centro Acadêmico de Veterinária da USP

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Um episódio de intolerância à orientação sexual na Universidade de São Paulo (USP) virou caso de polícia ontem. Os estudantes de Letras José Eduardo Góes, de 18 anos, e Jarbas Rezende Lima, de 25, registraram na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) um boletim de ocorrência contra o Centro Acadêmico de Veterinária por constrangimento ilegal e lesão corporal. Os rapazes foram expulsos de uma festa da entidade porque se beijavam.

No dia 10 de outubro, durante um "happy hour", como os alunos se referem à festa agitada por funk, quando meninos e meninas sobem em palcos para dançar e também se beijar, o DJ interrompeu o som por volta de 1h30, as luzes foram acessas e o casal gay, repreendido. "O DJ ficou apontando. Acredito que um casal heterossexual não teria sido tão exposto e agredido", afirma Lima. "Em segundos, um cara nos arrancou de lá." A balada foi encerrada.

A Guarda Universitária foi chamada, mas, segundo os estudan tes, os funcionários disseram que nada poderiam fazer. Góes e Lima, com o BO, afirmam que vão solicitar audiência na reitoria para questionar a conduta dos profissionais no trato com o público gay. A reitoria e a direção da Faculdade de Veterinária foram procuradas, mas, por causa do feriado do Dia do Servidor, não foram localizadas.

A direção do Centro Acadêmico Moacyr Rossi Nilsson informa que a festa foi interrompida porque os garotos exageraram no beijo. A entidade rebate a acusação de homofobia e diz que há estudantes homossexuais que freqüentam a entidade e nunca foram discriminados. Na semana passada, o CA procurou os rapazes para resolver o "mal-entendido" , mas não foi possível acertar um horário.

O estudante de doutorado em Literatura e membro do Corsa, uma ONG LGBT, Dário Neto, lamenta o episódio. Ele acompanhou os rapazes na Decradi. "O inquérito policial agora vai avaliar o caso. Com o BO, vamos solicitar uma comissão processante na Secretaria de Justi ça, com base na Lei 10.948", explica. A lei, estadual, pune administrativamente casos de homofobia.

Punição

O assessor de Defesa e Cidadania da Secretaria de Justiça, Dimitri Sales, explica que a entidade pode ser punida até com multa. "O Estado tem poder de polícia. Quando virar processo, ouviremos as partes. A secretaria forma um juízo e aplica sanção ou isenta", afirma. Em relação ao caso da USP, ele afirma que a homofobia é estrutural no País. "O preconceito está em todos os lugares, até em espaço de produção do conhecimento. A homofobia precisa ser combatida." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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O QUE OS DEMOCRATAS APRENDERAM COM OS REPUBLICANOS

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por Luiz Carlos Azenha

Vou fazer um balanço de várias coisas que escrevi ao longo dos anos neste site. Uso os Estados Unidos como exemplo por um motivo simples: passei lá, baseado em Nova York, a maior parte de minha vida profissional. E acompanhei de perto os embates políticos entre conservadores e liberais, o que no Brasil equivale, respectivamente, à direita e à esquerda, ao PSDB e ao PT.

Lembrem-se que nos Estados Unidos uma gama variada de opinião, especialmente à esquerda, não sai na mídia corporativa, especialmente aqueles que se dedicam à crítica da própria mídia.

Porém, essa gente tem outras plataformas para atingir o público: o mercado editorial é gigantesco e há um grande número de editoras "alternativas"; a banda larga está disseminada e há organizações não-governamentais que se dedicam especificamente a fazer o trabalho de watchdog, cão de guarda, da mídia.

É por isso que gente "do contra" consegue falar nos Estados Unidos. No Brasil, seja pelo controle editorial centralizado -- como o que Ali Kamel desempenha nas Organizações Globo --, seja pela má qualidade dos novos jornalistas e do "novo Jornalismo" -- profissionais sem formação crítica, produção de notícias em massa, sem qualquer contextualização -- quem pensa diferente é jogado para escanteio.

É importante que você, caro leitor, se dê conta de que isso não é irrelevante. Quem faz parte da "panela" tem um sem número de vantagens: garantia eterna de emprego, aumentos salariais, ascensão rápida, promoção dos livros que escreve, dentre outros. É sedutor para qualquer jornalista puxar o saco não só do patrão como de interesses políticos e econômicos que, lá na frente, poderão recompensá-lo.

O Luís Nassif já tratou de aspectos relativos ao uso da mídia em disputas comerciais, cujo exemplo mais grotesco é o engajamento de O Estado de São Paulo, Folha de S. Paulo e revistas Veja e IstoÉ nos interesses associados ao banqueiro Daniel Dantas.

Aqui vou tratar, portanto, apenas do aspecto político.

MATRIZ DE OPINIÃO

O ativismo dos neocons é um belíssimo exemplo a ser estudado. Os intelectuais fundadores do "movimento" -- que se organizou para defender uma política externa ativista dos Estados Unidos, de defesa de Israel e de combate ideológico à esquerda em geral -- migraram do Partido Democrata para o Partido Republicano entre os anos 70 e 80.

Washington, uma cidade que nunca teve uma "elite intelectual" comparável à burocrata, era um vazio que foi preenchido pelos neocons, muitos dos quais eram ex-trotskistas. Eles se organizaram em torno de algumas revistas e alguns institutos financiados pela iniciativa privada. E passaram a disseminar a sua "matriz de opinião" nas publicações, em livros, palestras e na crítica a integrantes do governo.

Na internet, o Drudge Report passou a ser o endereço dos neocons. Nas rádios, Rush Limbaugh passou a disseminar o pensamento dos conservadores.

O problema dos neocons é que faltava a eles "povo", ou "a militância". O problema foi resolvido quando eles fizeram aliança com a direita religiosa dentro do Partido Republicano. Ainda que fossem seculares, os neocons abriram espaço em suas publicações para as causas queridas à coalizão religiosa que juntou católicos, evangélicos e judeus conservadores.

Dentre elas o combate ao aborto, ao ensino do evolucionismo nas escolas públicas, à separação entre Estado e Igreja e o apoio ao financiamento público de programas organizados por instituições religiosas.

Essa atuação se deu mesmo quando a coalizão não estava no poder. No primeiro governo Clinton, o projeto de criar um sistema nacional de saúde, idealizado pela primeira dama Hillary, foi derrotado no Congresso depois de uma intensa campanha pública em que grandes interesses econômicos se juntaram aos neocons e à direita religiosa.

A campanha de ataques a Hillary, definida como "bitch", uma "cadela", se parece muito com os ataques pessoais feitos à petista Marta Suplicy depois que ela se separou do marido ou aos ataques feitos pelo blogueiro Reinaldo Azevedo à vereadora Soninha, quando ela ainda estava no PT.

Nos Estados Unidos, o nome de Bill e Hillary foi associado ao suicídio de Vincent Foster da mesma forma que o assassinato de Celso Daniel, em Santo André, foi associado ao PT no Brasil. Foster era advogado da Casa Branca e amigo de Hillary. Ele se matou em julho de 1993.

O site Drudge Report e Rush Limbaugh tiveram papéis essenciais na disseminação de rumores, meias-verdades, boatos e falsidades a respeito de Clinton, no que Hillary mais tarde definiria como "a grande conspiração de direita".

O democrata se reelegeu graças ao bom desempenho da economia, mas o envolvimento do presidente com a estagiária Monica Lewinsky foi a oportunidade que os republicanos esperavam para detonar o legado de Clinton. Apesar de ter presidido os Estados Unidos por oito anos ininterruptos de crescimento econômico, Bill Clinton chegou ao fim do governo tão estigmatizado que foi mantido à distância da campanha de Al Gore.

Com George W. Bush os neocons, enfim, assumiram plenamente o poder. Mas estiveram em campanha permanente, como "vanguarda intelectual" do movimento, desde os anos 90. Dominaram o debate político e intelectual, preencheram cargos no governo e ocuparam espaços na mídia a ponto de tornar a palavra "liberal", que nos Estados Unidos equivale a "esquerdista", um palavrão.

Como é que Barack Obama vem enfrentando a máquina de moer carne dos republicanos, que é especializada em disseminar mentiras, boatos, rumores e meias-verdades?

1) Os democratas dispõem de sua própria rede informal de blogueiros. São os blogueiros "liberais", que se reúnem anualmente na maior convenção do gênero nos Estados Unidos. Os militantes se organizaram em torno do Daily Kos. E os democratas em geral em torno do Huffington Post. Os dois projetos são patrocinados pela iniciativa privada ou por contribuições arrecadadas através da própria internet.

2) Políticos democratas passaram a considerar essa "mídia liberal" tão importante quanto a mídia tradicional. É comum ver o senador Edward Kennedy dando entrevista para blogs "liberais" dos Estados Unidos. Barack Obama fez o mesmo. Ou seja, os políticos liberais tiraram proveito ao mesmo tempo em que ajudaram a promover essa mídia. Hoje o Huffington Post dá alguns dos maiores furos sobre política nos Estados Unidos.

3) Não deixar ataques sem resposta. A campanha de Obama credenciou um grande número de porta-vozes para responder aos ataques de forma imediata, em todos os meios -- jornais, rádio, televisão e internet. Hoje uma informação falsa ganha o mundo em questão de horas. Combatê-la na fonte é necessário. Quando um livro repleto de inverdades e insinuações foi publicado nos Estados Unidos a respeito de Obama, a campanha já tinha um texto-resposta contestando ponto a ponto o autor.

4) Usar o You Tube. A TV tradicional está perdendo espaço junto aos formadores de opinião. Os jovens não têm mais paciência de esperar as notícias no Jornal Nacional. O You Tube tem um incrível poder multiplicador. Mas é preciso adequar a linguagem. O humor e o deboche são essenciais para qualquer conteúdo na internet, especialmente os destinados ao You Tube. As mensagens devem ser curtas. Barack Obama gravou vídeos para o You Tube: sem maquiagem, sem marqueteiro, sem firula.

5) Denunciar a mídia. Os republicanos conseguiram convencer os americanos de que a mídia do país é "liberal", embora ela tenha se tornado muito conservadora, especialmente depois que Rupert Murdoch começou sua onda de aquisições nos Estados Unidos. Os republicanos sempre fizeram campanha denunciando a mídia. Os democratas só aprenderam a fazer isso com Barack Obama, cuja campanha manifesta publicamente sua discordância do noticiário. Ajudar o público a entender o papel da mídia é esencial, especialmente quando ela se torna protagonista da disputa política.

6) Denunciar publicamente o cinismo alheio. A campanha de Gilberto Kassab foi preconceituosa, especialmente no rádio, quando atacou "Dona Marta" por estar em Paris quando houve enchentes em São Paulo. No entanto, quando a campanha do PT sugeriu que Kassab é homossexual acabou denunciada de forma cínica pela mídia, a mesma mídia que fez gato e sapato de Marta pelo fato dela ter se separado de Eduardo Suplicy e casado com um argentino. O que a campanha de Kassab fez, com a ajuda da mídia, foi transformar o prefeito em "vítima". Os republicanos perpetraram algumas das maiores barbaridades contra adversários políticos nos Estados Unidos e ainda assim posam de "vítimas". A campanha de Barack Obama vai a público para denunciar todas as manobras do adversário, mesmo sem dispor do horário eleitoral gratuito.

7) Finalmente, os seis pontos acima se aplicam a políticos de todos os partidos brasileiros. O protagonismo das empresas de mídia veio para ficar. Acabou, se um dia houve, o Jornalismo como atividade fim. Hoje nossa profissão é vista como atividade meio, para obter vantagens políticas e econômicas. Você, que se julga beneficiado pela mídia corporativa hoje, pode ser vítima dela amanhã.

Fonte: Vi o Mundo

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Rodini: sobre muros e lamentações

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do Blog Entrelinhas

Em mais uma colaboração para o blog Entrelinhas, o santista Jorge Rodini, diretor do instituto de pesquisas Engrácia Garcia, comenta os efeitos da crise financeira global na vida real das pessoas. A seguir, o texto na íntegra.

Nestes dias sombrios de nuvens calmas e mercados nervosos, tenho tentado manter equidistância do ímpeto e da inércia.

Ímpeto de sair por aí e gritar contra a queda do muro - de Wall Street, a Rua do Muro. E a inércia de ficar ruminando sobre o destino, sobre o futuro, sobre o que se acumula ou do que se deixou de aproveitar. O mercado socorrido pelo Estado. Ou melhor, pelos Estados americanos e europeus.

E o que é mercado? É algo que acumuladores inventaram para garantir seus altos ganhos com especulação. Mas as regras só valem para quando ganham. Quando perdem, passa a valer a intervenção do Estado. E quem é o mercado? Na euforia, quem se apropria dele são os investidores peixes grandes. Na depressão, são os investidores bagrinhos que herdam o esqueleto... Ou, pior, os reles consumidores endividados.

A globalização vale para quando as coisas andam bem, mas é muito rigorosa nos tempos das vacas frias. Se a crise começou nos seniors EUA, ela se propaga para os países asiáticos, para as potências européias e para os estagiários latino-americanos.

Uma frase que ouvi por aí pode explicar melhor este turbilhão de idéias: "quem não planeja, tem destino. Quem planeja, tem futuro". Mais uma vez, o cavalo passou arriado e o Brasil não aproveitou.

O cidadão comum vê no açougue que o bife já não é mais seu. Que o sonho do carrinho acaba no posto mais próximo. Que a casa própria estava tão perto e agora foi parar no abismo americano. Que a educação de melhor qualidade vai ficar, no máximo, para seus netos. E percebe que todo o dinheiro arrecadado de seu suor que havia parado nas mãos do Estado vai sumir no meio de mais uma bolha.

E o cidadão, mais uma vez, senta na mesa para contar para seus filhos que está na hora de economizar. Que o bolo parou de crescer. Haja farinha. Haja....

Fonte: Blog Entrelinhas

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Márcio Alemão: Mídia, Eloá e a crise internacional

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por Luiz Antônio Magalhães

Deixando um pouco as eleições de lado, vale a pena ler o artigo abaixo, reproduzido do site Terra Magazine, de autoria do colunista Márcio Alemão. Aliás, cabe aqui um elogio público ao Terra Magazine, editado pelo craque Bob Fernandes: seja na cobertura da crise, seja nas análises de temas cotidianos - eleições, inclusive -, o site tem se revelado um dos veículos mais criativos e interessantes da internet brasileira, mostrando que com inteligência é possível oferecer reportagem e análises de qualidade, ainda que contando com poucos recursos. A maior virtude ali é o ineditismo dos enfoques das matérias e análise.

Bob e sua equipe estão sempre olhando para a realidade de um jeito diferente do que o dos jornalões e grandes portais. Quem lê jornal em São Paulo sabe bem: a capa da Folha e do Estadão em geral são parecidíssimas, a diferença entre os dois se dá apenas no grau de anti-petismo de cada um. E de resto, as coberturas são sempre idênticas, é até chato ler os dois jornalões. No Rio, na prática só há um impresso disponível, O Globo, porque o JB já não pode mais ser considerado propriamente um jornal.

E na internet, blogs à parte, é claro, basta navegar um pouco para perceber que a diversidade é mínima, os sites dos portais se limitam a reproduzir as mesmas coisas, sempre, com pequeníssimas mudanças no texto ou foco da reportagem. Por tudo isto é que vale sempre a pena dar um pulinho no Terra Magazine para ver o que Bob Fernandes anda aprontando. A seguir, a íntegra do texto de Márcio Alemão.

Cobertura da tragédia

Vale a pena comentar sobre os urubus e hienas do caso Eloá?

Talvez valha citar um momento muito interessante, no qual o roto indignou-se com o rasgado. Datena não poupou críticas à "irresponsabilidade" de Sonia Abrão.

Pouco vi, confesso.

Acompanhei à distância e tentei manter este bom distanciamento, que não foi possível porque durante esses eventos ninguém te deixa em paz, esteja você onde estiver.

Mesmo sem querer, ouvi várias sugestões e não posso dizer que alguma tenha feito sentido. "Entra logo lá e mata esse f... " foi a mais ouvida. Pois eu cheguei a imaginar um cenário: todo mundo caindo fora. Cobertura zero, silêncio. Francamente não acho que mudaria o final trágico da história, mas é certo que levaria centenas, milhares de hienas ao desespero.

É provável que um reporter se disfarçasse de carteiro para entrar no prédio com uma micro câmera. É possível que dois se vestissem de zebra, aquela famosa zebra de circo, na esperança que o sequestrador, encantado com a presença do inesperado animal abrisse a janela para jogar um pedaço de pão a ele.

Esforços de todas as partes não seriam poupados para que a determinação de manter o silêncio fosse burlada e o furo jornalístico se realizasse. Não faz muito que fomos brindados com esses excessos, durante o caso Isabella. Escrevi a respeito citando o filme de Billy Wilder, "A Montanha dos 7 Abutres" (leia aqui).

Quem sabe não tenha chegado o momento de discutir com maior seriedade essa questão: como reagem esses psicopatas quando a mídia faz deles uma celebridade, ainda que seja do mal? Já fizeram esse estudo? Não seria bom fazê-lo?

O que eu sei é o que vejo em filmes. Em determinado momento eles percebem que foram muito além da conta. Tão além que não acreditam no perdão ou na "suavização" da eventual pena. Não existe saída, por mais que os negociadores insistam em dizer o contrário.

Isso, esclareço mais uma vez, é o que vejo em filmes.

Fato é: o caso rendeu boa audiência para quem se aproveitou da tragédia. E não tem sido muito diferente o noticiário econômico. São milhões de deseperados no mundo. Os negociadores insistem: "não vendam todas suas ações; não saquem o dinheiro dos bancos, as coisas irão melhorar".

Totalmente alucinados, eles não ouvem e vendem tudo e sacam tudo e a quebradeira é geral e as pessoas começarão a pular de sacadas, estourar miolos e audiência estará garantida.

Não chegaremos a esse ponto, é claro. E vou além em uma aposta: as pessoas estão ficando fartas do jornalismo carniceiro. Alguém se lembra do extinto "O Povo na TV"? Alguém se lembra do sucesso do Ratinho? É por aí a minha aposta.

Márcio Alemão é publicitário, roteirista, colunista de gastronomia da revista Carta Capital, síndico de seu prédio, pai, filho e esposo exemplar.

Fonte: Blog Entrelinhas e Terra Magazine

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Crise? Eleição? O internauta não quer saber

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por Luiz Antônio Magalhães

O que vai abaixo é a lista das cinco matérias mais lidas nesta segunda-feira na Folha Online. Não deixa de ser interessante reparar que até em um site que pode ser considerado "de elite" na internet (não se trata de um portal popular, focado no jornalismo de celebridades ou coisa semelhante), o que o público quer mesmo é TV, gente famosa e crime violento. Pelo andar da carruagem, só quando o pessoal do mercado financeiro começar a dar tiros na cabeça é que o brasileiro médio vai se interessar pela crise global. E tem gente achando que não demora muito...

1. Amy Winehouse volta a ser internada
2. Globo antecipa pesquisa sobre "Negócio da China", informa Outro Canal
3. Grupo invade a Bienal e picha o segundo andar
4. Mãe diz que Nayara está chateada com críticas no Orkut
5. Em entrevista a TV, Nayara volta a negar tiro de Lindemberg antes da invasão da PM

Fonte: Blog Entrelinhas

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Diogo Mainardi faz escola

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por Luis Antônio Magalhães


Os neocons devem estar em polvorosa nos EUA. Pegaram alguns deles com a boca na botija, como se pode ver abaixo e na matéria da Folha Online. Por aqui, essa turma de brucutus tem como ídolo máximo o colunista (?) Diogo Mainardi, da revista Veja. Nothing personal, mas seria prudente os funcionários da agência brasileira de inteligência ficarem espertos. O que é bom para os seguidores de Mainardi quase sempre não é bom para a democracia.

Em foto sem data de site da internet, Daniel Cowart, 20, segura arma de fogo

A seguir, a íntegra da matéria da Folha Online:

Agentes americanos dizem ter frustrado plano para matar Barack Obama

da Associated Press, em Washington

Agentes americanos frustraram um plano para assassinar o candidato democrata à Presidência, Barack Obama, e para matar a tiros ou decapitar outros 102 negros em uma onda de assassinatos no Estado do Tennessee.

Em registros da Justiça divulgados nesta segunda-feira, agentes federais afirmaram ter frustrado os planos de dois skinheads neonazistas que pretendiam roubar uma loja de armas e atacar uma escola cuja maioria dos alunos é negra. Os agentes dizem que os skinheads não revelaram o nome da escola.

Jim Cavanaugh, agente especial responsável pelo escritório de campo de Nashville do Escritório para Álcool, Tabaco, Armas de Fogo e Explosivos, disse que os dois homens planejavam atirar em 88 negros e decapitar outros 14. Os números 88 e 14 são simbólicos na comunidade que prega a supremacia branca.

Os homens também queriam realizar uma onda nacional de assassinatos, tendo Obama como seu alvo final, afirmou Cavanaugh à agência Associated Press.

"Eles disseram que esse seria seu último, seu ato final --que eles tentariam matar o senador Obama", disse o agente. "Eles não acreditavam que fossem conseguir, mas que morreriam tentando."

Uma porta-voz do presidenciável que o acompanha na Pennsylvania não comentou o caso.

Os dois homens, Daniel Cowart, 20, e Paul Schlesselman 18, estão detidos sem fiança.

Agentes apreenderam um rifle, uma arma de cano curto e três pistolas dos homens quando eles foram presos. Autoridades disseram que os dois homens tentavam invadir uma loja de armas para roubar mais armamentos.

Cowart e Schlesselman são acusados de porte de arma não registrada, conspirar para roubar armas e ameaçar um candidato a presidente. A investigação continua, e eles podem receber mais acusações, disse Cavanaugh.

Fonte: Blog Entrelinhas

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BANCOS QUEREM JUROS MAIS ALTOS E USAM A FOLHA COMO PORTA-VOZ

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Schwartsman quer sempre aumentar os juros dos bancos

por Paulo Henrique Amorim

Máximas e Mínimas 2057

Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista

. Alexandre Schwartsman foi diretor do Banco Central, na gestão do presidente do BankBoston, Alexandre Schwartsman.

. Ele faz dupla com Ilan Goldfajn, também do diretor do Banco Central na gestão do presidente do BankBoston.

. Os dois formam uma dupla de uma nota só: imediatamente depois de deixarem o Banco Central, arrumaram um lugar no PiG para falar mal do Governo a que serviram, o Governo do Presidente Lula, um presidente que tem medo e entregou o Banco Central a adversários políticos.

. O Banco Central, sob a presidência provisória do presidente do BankBoston, está para anunciar a nova taxa de juros.

. O que querem os bancos?

. Os bancos sempre querem juros mais altos.

. É o mesmo que perguntar a macaco se ele quer banana.

. Alexandre Schwartsman agora é colonista (*) da Folha (da Tarde) (**).

. E hoje, na primeira página, publica uma míssil dirigível: “Manter a demanda interna aquecida só vai gerar inflação.”

. A demanda aquecida, anuncia o profeta da catástrofe, “... trará depreciação cambial e mais inflação”.

. Ou seja, juros mais altos – é o que os meus ex-colegas devem fazer hoje.

. Schwartsman ocupa o cargo de economista chefe do Santander para a America Latina e tem PhD pela Universidade da Califórnia (Berkeley).

. O mais interessante é que ele deve ser o “tipo ideal” dos diretores do Banco Central na gestão do presidente que entregou o Banco Central a gênios PhDs neo-liberais.

. Se o Banco Central aumentar os juros hoje, se o Presidente Lula não fosse o presidente que tem medo, mandava toda a diretoria do Banco Central, seu presidente à frente, para administrar os fundos do Banco Opportunity, como fez outro gênio do BC, o Afonso Bevilaqua – clique aqui para ler “Se Meirelles aumentar os juros...” .

. O Brasil será o ÚNICO país sério do mundo que, depois do tsunami concebido e gerado nas entranhas de outro economista genial – o Greenspan –, aumentou os juros.

. O problema dos bancos centrais no mundo hoje não é a inflação.

. É a recessão, é a depressão !

. O desemprego.

. A queda do padrão de vida.

. É a supressão dos programas de proteção social.

. É o desmonte do serviço público de saúde e de educação.

. (É armar a rede para o presidente eleito, José Serra, se deitar...)

. Já seria tempo de o Banco Central e o PiG pegarem esses neoliberais de quinta extração e trocar por uns keynesianos.

. Como fizeram os países sérios do mundo, que transformaram esses Schwartsman, Bevilaqua e Goldfajn em keynesianos desde criancinha.

. Em tempo: o Alexandre Schwartsman deveria ter lido o respeitado Martin Wolf no jornal Valor, página A-11: "os Bancos Centrais precisam reexaminar as suas economias e reduzir taxas em pelo menos um e, idealmente, em dois pontos percentuais".

.Outra que acredita que é preciso sufocar a demanda é a candidata ao Prêmio Nobel de Economia, Miriam Leitão, no caderno de Economia do Globo - clique aqui.

(*) Se refere à “colônia”, dá a idéia de pessoa “colonizada”, submetida ao pensamento hegemônico que se originou na Metrópole e se fortaleceu nos epígonos coloniais. Epígonos esses que, na maioria dos casos, não têm a menor idéia de como a Metrópole funciona, mas a “copiam” como se a ela pertencessem.

(**) Já estava na hora de a Folha tirar os cães de guarda do armário e confessar que foi “Cão de Guarda” do regime militar. Instigado pelo Azenha – clique aqui para ir ao Viomundo – acabei de ler o excelente livro “Cães de Guarda – jornalistas e censores do AI-5 à Constituição de 1989”, de Beatriz Kushnir, Boitempo Editorial, que trata das relações especiais da Folha (e a Folha da Tarde) com a repressão dos anos militares. Octavio Frias Filho, publisher da Folha (da Tarde), não quis dar entrevista a Kushnir.

Fonte: Conversa Afiada

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VEJA OS COMERCIAIS QUE MARCAM A CAMPANHA ELEITORAL NOS ESTADOS UNIDOS

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Nunca antes, em nenhum país, se utilizou
tanto a internet em uma campanha presidencial

por Paulo Henrique Amorim

. Em 1999, a Budweiser, a maior produtora de cerveja dos Estados Unidos, produziu um comercial de televisão que fez história: o “Whassup”.

. “O que é que há de novo?”

. Clique aqui para ver o comercial original.

. Agora, a campanha de Barack Obama “plagiou” o comercial para falar de desemprego, guerra do Iraque e da crise financeira.

. Clique aqui para ver:

. Essa versão Barack Obama do “Whassup” gerou mais de dois milhões de acessos ao YouTube.

Fonte: Conversa Afiada

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O VELHO "ESTADÃO" VIROU "ESTADINHO"?

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LEITORA RECLAMA DE MACHISMO NO JORNAL!

por Rodrigo Vianna

A leitora Fernanda Estima escreve-me indignada. Conta-me que leu no site do "Estadão" - pouco antes da eleição de domingo- uma enquete "engraçadinha". Engraçadinha, mas ordinária. Veja, e julgue você mesmo, leitor:

"Quais reivindicações femininas você faria ao Prefeito(a) eleito(a) no domingo?

Se todos os problemas estruturais da Cidade já estivessem resolvidos (Educação, Saúde, Transporte, Segurança ...) que reivindicações femininas você faria?

* Banheiros públicos femininos cheirosos e com secador de cabelo
* Vai e vem para o shopping, sobretudo na época das compras de Natal
* Programa "mãe paulistana em forma". Junto com o enxoval vem a "bolsa malhação"
* Kit maquiagem em casa, distribuído no dia de seu aniversário
* Vale-chapinha para usar em emergências, como os compromissos de última hora
* Bilhete múltiplo aceito em todas nas clínicas de estética
* Manicures poupa-tempo em pontos estratégicos: dentro do ônibus, na fila do banco"


Quando li a mensagem da leitora, confesso que cheguei a duvidar que o "Estadão" tivesse publicado algo do tipo.
Pedi que a Fernanda me enviasse o link da tal "enquete". E não é que ela existe mesmo!!

Está aqui: http://www.estadao.com.br/pages/enquetes/default.htm?id_enquete=320
Será que foi publicada "sem-querer"? Será que foi um erro? Ou tratar-se-ia (usando a linguagem dos editoriais da família Mesquita) de miragem eletrônica?
Será que alguém, usando o nome do "Estadão", quis fazer uma "brincadeirinha" pré-eleitoral?
Será que o jornal (ou site do jornal) já se desculpou pela enquete machista, e de péssimo gosto (sem falar que foi publicada perto da eleição em que uma das concorrentes em São Paulo era mulher)?

O "Estadão" é um jornal conservador. Todo mundo sabe. Defendeu o golpe de 64 (e depois ficou contra o golpe, porque viu que o regime se estenderia mais do que o imaginado). Isso também todos sabemos.
O jornal publica há décadas editoriais destrambelhados (alguns, até, incompreensíveis para simples mortais; parecem escritos por Camilo Castelo Banco), e nos últimos anos deixou que a posição editorial contaminasse de forma descarada o conteúdo jornalístico de suas páginas seculares. Tudo isso é sabido. Ninguém lê o "Estadão" enganado.

Mas, essa enquete ultrapassa qualquer limite de civilidade.
Transforma o "Estadão" em "estadinho".

Deixemos que a leitora Fernanda Estima conclua:

"Estou empenhada em encher a caixa de mensagens desta gente com minha indignação. Num país onde as mulheres seguem sendo mortas por seus supostos amores, é um desserviço, um retrocesso, um atraso para a vida das mulheres.
Reclamações podem ser encaminhadas para editor@estadao.com.br e para A responsável lucia.camargo@grupoestado.com.br
Saudações feministas"

Fonte: Blog do Rodrigo Vianna

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