segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Populistas de pés de barro

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por Luiz Carlos Azenha

Faltando oito dias para a escolha do futuro presidente dos Estados Unidos a disputa eleitoral se concentra em estados vencidos por George W. Bush em 2004. Um mau sinal para a campanha do republicano John McCain.

Pior: em todos eles as pesquisas indicam empate técnico ou vantagem do democrata Barack Obama.

A maratona final de comícios ficará concentrada nesses estados: Flórida, Ohio, Virgínia, Carolina do Norte, Missouri e Indiana. McCain precisa vencer em todos eles e ainda virar o jogo em algum estado democrata. Os republicanos apostam na Pensilvânia e acreditam que os eleitores brancos de classe média baixa são vulneráveis a um discurso camuflado de identidade racial.

Como não é aceitável dizer que branco não vota em negro, os republicanos sugerem que Obama é pró-welfare, uma espécie de Bolsa Família dos americanos, cuja clientela inclui um grande número de famílias negras.

Mas há indícios de que esse discurso perdeu a força: além de liderar entre as mulheres, Obama está empatado com McCain entre os homens brancos.

Além disso, num momento de crise econômica, revelações recentes da mídia mostram que a mensagem central da chapa McCain-Sarah Palin tem pés de barro. Os dois dizem que são reformistas e que representam o "homem comum" contra "as elites".

O que não combina com o fato de que McCain e a mulher, Cindy, são proprietários de 13 automóveis, oito casas e viajam de jato particular.

Cindy McCain, filha de um magnata da distribuição de bebidas, gastou 300 mil dólares nas roupas e acessórios que usou na Convenção Republicana. O Partido Republicano torrou 150 mil dólares no guarda-roupa de Palin, que fez gastos substanciais para bancar a maquiadora e a cabeleireira que viajam com ela em campanha.

Não cai bem num momento como esse, em que muitos eleitores americanos estão perdendo a casa, a aposentadoria e o emprego.

Fonte: Carta Capital

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