quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Notícias do planeta Terra

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por Luciano Martins Costa

O noticiário sobre a crise financeira começa a se desvanecer nos jornais, dando lugar às medidas anunciadas por todo canto para evitar que a economia real seja contaminada pela histeria que tomou conta do chamado mercado – o lugar virtual onde se vendem e compram ilusões de lucros mirabolantes. De volta à vida real, o Estadão traz uma informação divulgada pelo Programa da ONU para o Meio Ambiente, segundo a qual as emissões de dióxido de carbono, o principal responsável pelo efeito estufa, cresceram a níveis alarmantes nos últimos anos. Segundo os dados da ONU, o pior cenário previsto era de aumento de 2,7% ao ano, e a realidade mostra que o lançamento de CO2 na atmosfera cresce 3,5% por ano. Outro aspecto alarmante do levantamento publicado hoje pelo jornal paulista é que a elevação do nível dos oceanos, causada pelo aumento da temperatura nos pólos, está acontecendo mais rapidamente do que se esperava. Além disso, os pólos da Terra vêm perdendo mais cobertura de gelo nesta década do que nos anos 1990. E o que isso tem a ver com a crise financeira? Segundo o Estado de S.Paulo, a ONU está encaminhando a governos e empresas um apelo para que não sejam reduzidos os investimentos nas mudanças tecnológicas impostos pela nova realidade ambiental. E qual é a realidade? A realidade é que empresas e governos parecem ter abandonado as preocupações com o futuro comum da humanidade em função de uma crise criada por especuladores. Nos países ricos, observa o Estadão, os governos enfrentam crescentes reações das empresas privadas em investir nas mudanças dos processos de produção e logística que produzem os gases que estão sufocando o planeta. Depois da divulgação do relatório sobre mudanças climáticas, em fevereiro de 2007, a imprensa dedicou páginas e páginas a previsões catastrofistas. Segundo especialistas que se reuniram em São Paulo na semana passada, durante o Seminário Latino-americano de Comunicação e Sustentabilidade, o catastrofismo apenas produziu muita irracionalidade e não ajudou a mudar a mentalidade de governantes, empresários e consumidores. A gastança, o desmatamento e a poluição continuam. Agora a conta está chegando.

Fonte: Observatório da Imprensa

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