quinta-feira, 23 de outubro de 2008

O tiro que não houve

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Do Estadão

'Não houve tiro antes da invasão''


Nayara nega versão da polícia e de vizinhos de que ação só ocorreu após disparo; para coronel, tiro ''não era primordial''

Bruno Tavares, Diego Zanchetta e Josmar Jozino

Em seu primeiro depoimento após o assassinato de Eloá Cristina Pimentel, Nayara, de 15 anos, revelou ontem que ela e a amiga só foram baleadas por Lindemberg Alves, de 22, depois que policiais do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) detonaram os explosivos colados na porta do apartamento. O relato da adolescente diverge da versão apresentada pelo comando da Polícia Militar, de que a invasão só ocorreu porque o Gate ouviu um tiro vindo de dentro do cativeiro (continua).

PM x Polícia Civil

Gate pode ser punido por fazer função do GER
Segundo resolução de 1990, caberia à elite da Polícia Civil fazer negociação

Bruno Tavares e Eduardo Reina

Os homens do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) que atuaram no cárcere privado de Eloá Cristina Pimentel, de 15 anos, podem ser responsabilizados por desrespeito à Resolução 22 da Secretaria da Segurança Pública. Editada em abril de 1990 - um mês depois d o trágico desfecho do seqüestro da professora Adriana Caringi, morta acidentalmente por um atirador da Polícia Militar -, a norma estabeleceu que cabe ao Grupo Especial de Resgate (GER), unidade de elite da Polícia Civil, negociar a libertação de reféns.

A função do Gate, conforme o artigo 4º da resolução, é providenciar o isolamento da área. O texto também detalha como as polícias devem proceder caso o seqüestrador se recuse a libertar o refém. "Exaurindo-se as negociações por parte da Polícia Civil, passar-se-á à fase seguinte, quando então a PM, como polícia ostensiva, de repressão da ordem pública, comandará a totalidade da operação, decidindo quanto à oportunidade, conveniência, forma e procedimentos operacionais", diz o texto do artigo (continua)
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Comentário de Luis Nassif:

Pergunta que fica no ar: em que a condução desastrada do governo paulista, na greve da Polícia Civil, contribuiu para esse clima de acirramento entre as duas polícias a ponto da Polícia Militar avançar nas atribuições da Civil? Essa questão é relevante para apurar se houve ou não responsabilidade objetiva da Secretaria de Segurança Pública e do governo de São Paulo na tragédia de Santo André.

Fonte: Blog do Luis Nassif

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