__________________________________________________________________ Por Luciano Martins Costa | |
Os jornais de quinta-feira (24/7) dão repercussão à decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central de aumentar em 0,75% a taxa básica de juros. A porcentagem surpreendeu os analistas, que previam uma elevação de 0,5%, e, segundo os jornais, indica que o Copom optou por remédio mais forte por tempo mais curto. Isso quer dizer que os juros não devem continuar subindo por muito tempo e que a expectativa do governo é de impedir que a inflação contamine as metas de 2009. A Folha de S.Paulo observa, na primeira página, que a taxa de juros do Banco Central é apenas uma referência, pois quem precisa de crédito sabe que, na prática, a vida é muito mais dura. O noticiário sobre a reunião do Copom e os sinais de que o governo não pretende relaxar no combate à inflação reduziram em parte a visibilidade do grande assunto das últimas semanas. Mas o lado obscuro da economia, aquele que mistura negócios com o crime organizado, ainda está presente nos jornais. O tema central hoje no caso Opportunity é a suposta tentativa do banqueiro Daniel Dantas de cooptar a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Roussef. Os jornais relatam a atividade dos lobistas em torno do governo, indicando que o objetivo principal do grupo era influenciar a ministra para favorecer a fusão entre as operadoras Brasil Telecom, que já foi controlada por Dantas, e a Oi, controlada pela Andrade Gutierrez e pelo grupo LaFonte, da família Jereissati. Segundo o Globo, a ministra rejeitou todas as tentativas de aproximação da quadrilha supostamente encabeçada por Dantas, que usou os serviços do advogado petista Luiz Eduardo Greenhalgh e até de representantes da oposição. A Folha faz uma conexão entre Daniel Dantas e outro personagem do mundo dos negócios que seduz os jornalistas de economia – Eike Batista, o dono da mineradora MMX. O jornal revela que a MMX foi constituída a partir de uma empresa que só existia no papel e foi comprada por Eike Batista do Banco Opportunity em 2005. O noticiário apenas resvala num emaranhado de negócios que a própria polícia tem dificuldade para esclarecer. O que fica cada vez mais claro é que personagens incensados pela imprensa nos cadernos de economia podem a qualquer momento virar personagens de novela policial. No apagar das luzes A julgar pelos detalhes que vêm sendo revelados pela imprensa, os negócios do grupo Opportunity no setor de telecomunicações são mais apropriadamente descritos como uma crônica mafiosa do que como empreendimentos. Segundo os jornais, praticamente todos os passos de Daniel Dantas no setor são motivo de investigação. As iniciativas do banqueiro no setor de logística também já tinham virado tema da crônica policial e a imprensa começa agora a esclarecer suas recentes atuações na região amazônica. Os jornais publicam hoje que as fazendas de Daniel Dantas na Amazônia foram adquiridas de forma irregular. Quase tudo que se sabe sobre as atividades do banqueiro que se tornou sinônimo de capo mafioso vem das longas investigações da Polícia Federal, que incluem muitas horas de escuta telefônica e monitoramento de e-mails, inclusive entre os suspeitos e seus advogados. Em meio ao noticiário sobre os resultados da ação policial, chama atenção a revelação de que, quase na surdina, o Congresso aprovou um projeto do deputado Michel Temer que cria uma blindagem em torno dos escritórios de advocacia. Se for transformado em lei, a Justiça só poderá autorizar a escuta telefônica de advogados se eles estiverem sendo oficialmente investigados. O projeto, que já está no gabinete do presidente da República para ser sancionado, torna invioláveis os escritórios dos advogados, bem como seus computadores, telefones e documentos. A proposta de Temer, que foi aprovada de madrugada, na última votação do Senado antes do recesso, está sendo contestada pelo Ministério Público Federal e a Associação dos Juízes Federais. Fonte: Observatório da Imprensa |
Seguiremos em marcha até que todas sejamos livres
Em 2010, a Marcha Mundial das Mulheres vai organizar sua terceira ação internacional. Ela será concentrada em dois períodos, de 8 a 18 de março e de 7 a 17 de outubro, e contará com mobilizações de diferentes formatos em vários países do mundo. O primeiro período, que marcará o centenário do Dia Internacional das Mulheres, será de marchas. O segundo, de ações simultâneas, com um ponto de encontro em Sud Kivu, na República Democrática do Congo, expressará a solidariedade internacional entre as mulheres, enfatizando seu papel protagonista na solução de conflitos armados e na reconstrução das relações sociais em suas comunidades, em busca da paz.
O tema das mobilizações de 2010 é “Seguiremos em marcha até que todas sejamos livres”, e sua plataforma se baseia em quatro campos de atuação sobre os quais a Marcha Mundial das Mulheres tem se debruçado. Os pontos são: Bem comum e Serviços Públicos, Paz e desmilitarização, Autonomia econômica e Violência contra as mulheres. Cada um desses eixos se desdobra em reivindicações que apontam para a construção de outra realidade para as mulheres em nível mundial.
Estão previstas também atividades artísticas e culturais, caravanas, ações em frente a empresas fabricantes de armamentos e edifícios da ONU, manifestações de apoio às ações da MMM em outros países e campanhas de boicote a produtos de transnacionais associadas à exploração das mulheres e à guerra.
No Brasil
A ação internacional da Marcha Mundial das Mulheres no Brasil acontecerá entre os dias 8 e 18 de março e será estruturada no formato de uma marcha, que vai percorrer o trajeto entre as cidades de Campinas e São Paulo. Serão 3 mil mulheres, organizadas em delegações de todos os estados em que a MMM está presente, numa grande atividade de denúncia, reivindicação e formação, que pretende dar visibilidade à luta feminista contra o capitalismo e a favor da solidariedade internacional, além de buscar transformações reais para a vida das mulheres brasileiras.
Serão dez dias de caminhada, em que marcharemos pela manhã e realizaremos atividades de formação durante à tarde. A marcha será o resultado de um grande processo de mobilização dos comitês estaduais da Marcha Mundial das Mulheres, que contribuirá para sua organização e fortalecimento. Pretendemos também estabelecer um processo de diálogo com as mulheres das cidades pelas quais passaremos, promovendo atividades de sensibilização relacionadas à realidade de cada local.
Para participar
A mobilização e organização para a ação internacional da Marcha Mundial das Mulheres no Brasil já começou. Entre os dias 15 e 17 de maio, a Marcha realizou um seminário nacional, do qual participaram militantes de 19 estados (AM, AP, AL, BA, CE, DF, GO, MA, MS, MG, PA, PB, PE, PR, RJ, RN, RO, RS e SP), além de mulheres representantes de movimentos parceiros como ANA, ASA, AACC, CONTAG, MOC, MST, CUT, UNE e Movimento das Donas de Casa). Este seminário debateu e definiu as diretrizes da ação de 2010.
Os comitês estaduais da MMM saíram deste encontro com tarefas como arrecadação financeira, seminários e atividades preparatórias de formação e mobilização, na perspectiva de fortalecimento dos próprios comitês e das alianças entre a Marcha Mundial das Mulheres e outros movimentos sociais. Neste momento, estão sendo realizadas plenárias estaduais para a formação das delegações e organização da atividade.
Para participar, entre em contato com a Marcha Mundial das Mulheres em seu estado (no item contatos) ou procure a Secretaria Nacional, no correio eletrônico marchamulheres@sof.org.br ou telefone (11) 3819-3876.
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