domingo, 27 de julho de 2008

Eleições Americanas: Obama na Europa

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O DISCURSO DE BERLIM

Obama na Europa

É difícil acreditar que Obama fará tudo o que prometeu, principalmente, no que se refere à construção de uma face mais humana da grande nação do Norte. A promessa foi feita, resta esperar e torcer que ele vá ainda mais longe do que indicou em Berlim. Não há dúvida, que com ele começará uma nova fase da história mundial e o impacto disto mundo afora não será pequeno, inclusive no Brasil. A análise é de Luís Carlos Lopes.

Barack Obama, virtual novo presidente dos EUA, foi recebido como tal, na
sua recente visita à Europa. Parece não haver mais qualquer dúvida sobre
sua vitória, fortemente pautada na atual crise econômica e social norte-americana, bem como na malograda guerra e ocupação do Iraque. O outro fator que assegura o seu quase certo triunfo é o imenso índice de rejeição local e internacional do atual mandatário do país mais rico da face da Terra. Este é, sem dúvida, o principal cabo eleitoral do primeiro afro-americano a se candidatar ao posto maior do país.

Há uma certa ironia no caso. O texano representa uma figura conservadora
típica do país. Suas posturas e crenças remetem ao que alguns chamam de América profunda, isto é, do núcleo fundador dos mitos nacionais do grande país do hemisfério norte. Sua provável substituição por um filho de um queniano imigrante, casado com uma mulher branca norte-americana, muda o sentido das representações midiáticas mais recentes da persona presidencial. De algum modo, busca-se um novo eixo, agora pautado nas origens multiétnicas do país e na forte presença negra, quase sempre em posição subalterna. Ao que parece a América dos negros, hispânicos, orientais e outros ganhará maior visibilidade e reconhecimento no novo cenário político que se avizinha.

De outro mirante, Obama representa a materialização do american dream, alguém que veio de baixo, da periferia dos grandes centros, mestiço de feições africanas, que "venceu" com o apoio do sistema educacional do país e de suas instituições democráticas. Ele, antes de chegar ao Senado, era um advogado brilhante formado pelas melhores instituições de ensino locais. Ao contrário do seu antecessor, o provável futuro presidente é proprietário da arte de se comunicar, falando com imenso cuidado para os mais diversos auditórios. Sua simpatia e inteligência lembram as de Kennedy e ele nada tem, felizmente, do yuppie Clinton.

O seu discurso, proferido nas ruas, frente a mais de duzentas mil pessoas,
no centro de Berlim, na última quinta-feira, resume seus principais pontos
de vista e deve ser lido com atenção. Nesta fala, Obama veio buscar a recuperação da antiga aliança com os países mais ricos da Europa. Não é casual que a Alemanha e a cidade de Berlim tenham sido os locais escolhidos para tão denso pronunciamento. Ele falou de lá para toda a Europa e, aproveitou a oportunidade da internacionalização de sua campanha, dirigindo-se à humanidade.

Escolheu este sítio para lembrar o ponto de partida da hegemonia norte-americana: o fim da Segunda Guerra Mundial e o início da Guerra Fria, com a construção do Muro de Berlim. De modo simbólico, retornou ao passado e comemorou o que ele acredita como vitória ocidental, na contenção da expansão soviética do pós-guerra. Falou da história, esquecendo alguns fatos e aumentando a importância de outros, tal como convém a retórica presidencial de um país de tão grande importância.

Há no seu discurso uma versão da história, que volta ao passado, a partir
da derrocada do socialismo real de Estado, que deu fim à chamada bipolaridade e à possibilidade mais efetiva de um novo confronto mundial. Esqueceu, dentre outros fatos, que sem a aliança com os soviéticos a vitória sobre a Alemanha Nazista não teria sido possível. Não lembrou do imenso esforço dos povos sob ocupação para se libertarem. Não se poderia esperar mais do candidato, falando para o mundo, sob a concessão do país mais rico da Europa atual.

Ele deu o seu recado, lembrando da OTAN e da necessidade de vigilância contra qualquer possibilidade de oposição à nova ordem internacional criada nos escombros do Muro de Berlim.

Há na mesma fala vários pontos que indicam a desmontagem de alguns aspectos da atual política externa dos EUA. Ao que parece, Obama fará várias inflexões. Talvez a mais importante seja a da mudança de foco militar. Ele disse que vai sair do Iraque, reconhecendo a impossibilidade de vencer. Trocará o país pelo Afeganistão, onde acredita poder controlar a insurgência dos talibãs e o, cada vez maior, tráfico de heroína. Segundo ele, atacar os insurgentes deste último país significaria tirar fôlego da misteriosa rede terrorista internacional (Al-Quaeda) que teria ainda suas bases neste país e no Paquistão.

Aproveitou a ocasião para pedir um maior comprometimento europeu com o mesmo esforço de guerra. De certo modo, pode-se presumir que se estará assistindo a uma nova escalada militar. Não existe ainda como prever, exatamente, o que de fato irá ocorrer.

O candidato, falando como já tivesse sido eleito, despertou, no mesmo discurso, várias esperanças. Reconheceu a responsabilidade norte-americana e chinesa no preocupante atual nível de poluição mundial, deixando a entender que fará importantes mudanças. Falou nos esquecidos da mundialização, prometendo maior justiça aos imigrantes e aos pobres de seu país e do resto do mundo. Disse que irá defender os direitos humanos, onde eles forem desrespeitados, citando a AIDS, os casos de tortura, os problemas na Ásia e na África. Prometeu aos
condenados da Terra uma nova posição de seu país, que estaria agora na defesa de todos, reconhecendo erros anteriores.

Pela primeira vez da história da diplomacia de seu país, reconheceu formalmente a necessidade de desarmamento nuclear global. Defendeu a idéia de destruir os arsenais nucleares ainda armazenados no Oriente e no Ocidente. Alertou para o que considera como risco, no que se refere aos arsenais mal guardados e geridos de modo inadequado. Insistiu na política de seu país de evitar o aumento do atual clube atômico internacional. Reafirmou, portanto, a vocação de intervenção e participação em todas as questões eleitas como fundamentais pelos articuladores da política externa dos EUA.

Pode-se concluir que a paz ainda estará longe do seu governo. Haverá uma
mudança, mas não a tão sonhada paz negociada. De qualquer forma, Obama anunciou que não vai mais se alinhar automaticamente à política de guerra de Israel. Deixou claro em seu atual périplo pelo mundo que vai preferir a negociação ao confronto. Reconheceu a importância do conflito no Oriente Médio para a paz mundial, vendo que a solução do mesmo é a chave para evitar maiores problemas político-militares. Defendeu o direito à existência do Estado de Israel, bem como o fortalecimento da criação do Estado palestino. Por causa disto, as direitas estão dizendo que ele é muçulmano em pele de cordeiro. Nada mais raivoso e mentiroso.

É difícil acreditar que Obama fará tudo o que prometeu, principalmente, no
que se refere à construção de uma face mais humana da grande nação do Norte. A promessa foi feita, resta esperar e torcer que ele vá ainda mais longe do que indicou em Berlim. Não há dúvida, que com ele começará uma nova fase da história mundial e o impacto disto mundo afora não será pequeno, inclusive no Brasil.

Fonte: Agência Carta Maior

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Barack Obama em Berlim

Barack Obama assume agora o tom de dar duas no cravo e cinco na ferradura. Mas uma coisa é certa: ele já se tornou um fenômeno de política, o líder nos Estados Unidos mais carismático desde a geração de John Kennedy e Martin Luther King. E os jovens gostam dele.

Barack Obama falou no Tiergarten (Parque dos Animais Silvestres, ou Parque da Fauna), em Berlim. Antes houve uma polêmica, pois a primeira hipótese é de que ele falaria na Brandenburgen Tor, o Portão de Brandemburgo, portal entre as antigas duas Berlins. Os partidos conservadores sentiram-se ofendidos, pois aquilo lhes parecia uma heresia, afinal, era um mero candidato, não um presidente como Kennedy ou Reagan, e ainda, era um candidato... (não, não vou escrever a heresia que pensei). Em todo caso, isso é ilustrativo: a esquerda hesita, tergiversa, polui, turva, sobre o significado da candidatura de Obama. A direita, ao contrário, sabe muito bem que tem que apoiar ou louvar o nome de McCain, e desdenhar o de Obama. Repito: o significado da candidatura. Quem achar que Obama é de esquerda labuta em erro, tanto quanto quem achar que sua candidatura não significa grande coisa porque “é tudo farinha do mesmo saco”.

No lugar onde Obama falou, junto à coluna de um Anjo da Vitória (não me lembro muito bem que vitória, mas alguma), cabem milhões de pessoas. Mas a polícia de Berlim (talvez a da Alemanha) não está preparada para essas coisas. Esperavam-se 100 mil pessoas. Compareceram 250 mil, algo do tamanho do 5° Fórum Social Mundial em Porto Alegre, o maior de todos. A polícia tinha literalmente engradado o local com passagens, cercas de ferro, controles, etc. O resultado foi desastroso: em alguns momentos, sobretudo na saída, as pessoas sentiram-se confinadas, houve princípios de pânico. Durante toda a manifestação houve empurra-empurra e mal-estar. Tudo poderia ser evitado se o esquema de segurança fosse menos rígido e mais maleável, pois o plano para 100 mil não servia para os 250 mil.

Não que não devesse haver segurança rigorosa. Eu, cá com os meus botões, tenho certeza de que alguém, ou alguéns, nos Estados Unidos, estão tramando a morte de Obama. Terão sucesso? Não sei, os tempos mudaram, a Guerra Fria é de outra natureza, a direita norte-americana hoje prefere atuar na frente judiciária e da organização eleitoral, como ficou comprovado pelo golpe de estado que “elegeu” Bush Filho para seu primeiro mandato. Mas ninguém vai me convencer de que a trama não existe, em algum desvão de alguma conspirata do tipo da que assassinou os Kennedy, John e Robert, e Martin Luther.

Obama, que agora busca inclinar seus discursos para começar ganhando apoios conservadores, falou primeiro do heroísmo anti-comunista de Berlim, bem, pelo menos da parte ocidental. Falou da ponte-aérea de quando os soviéticos bloquearam o acesso por terra à cidade. Enfim, fez um elogio de Berlim como um dos marcos da defesa da liberdade em estilo capitalista. Conseguiu agradar os conservadores, aliás, porque é verdade que Berlim acabou se tornando uma ilha especial de liberdade num mar de Alemanha Oriental autoritária. Uma certa liberdade: houve muita repressão contra a esquerda em Berlim Ocidental, onde, aliás, nasceu, em 1968, o movimento das revoltas estudantis que culminaram com o maio de 1968 n França e no resto do mundo.

Depois, Barack entrou no momento de seu discurso em que sai pela meia-esquerda. Falou dos preconceitos religiosos, das desigualdades, da necessidade de acabar com as armas nucleares, do racismo, tudo aquilo que certamente 250 mil das 250 mil pessoas que lá estavam gostavam – e precisavam – ouvir. Ou seja, o discurso de Barack Obama está adquirindo uma certa forma de fôrma: ele entra pela meia-direita e sai pela meia-esquerda.

Esperemos que, quem sabe, seu mandato possa ter esse formato.
Uma observação: novamente apareceu na multidão um retrato (de que voltarei a falar) muito peculiar da situação alemã, senão européia. Como em Rostok, no ano passado, quando das manifestações contra a reunião do G-8 em Heiligendam, dos 250 mil, certamente mais de 150 mil eram jovens de até 30 anos, e certamente mais de 50 mil eram jovens (os eternos) de 60 anos ou mais, os às vezes louvados, às vezes desprezados, às vezes odiados, às vezes incensados “soixantehuiteurs”, os de 68. Há, na Alemanha, uma “geração perdida”, entre os 30 e os 60 anos, cujo perfil conservador é evidente. Mas ela está fenecendo. A juventude que aí vem é de melhor índole. E adora Obama.

*Colaborou Zinka Ziebell.

Flávio Aguiar é editor-chefe da Carta Maior.

Fonte: Agência Carta Maior

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Pinga, fusca e torresmo: quem é que pode com o discurso populista?

por Luiz Carlos Azenha

WASHINGTON - A campanha de Barack Obama cometeu um erro grave nos últimos dias, oferecendo ao senador John McCain uma oportunidade de ouro para reduzir a margem de vantagem do democrata nas pesquisas, que tem oscilado em torno dos seis pontos: aquele comício em Berlim. Sim, com certeza Obama saiu bem na foto, tendo atraído mais de 200 mil pessoas para ouví-lo numa praça da capital alemã. Sabemos que o objetivo foi dar ao democrata ares de estadista e demonstrar ao eleitor americano que o senador negro é bem visto na Europa. "Velha Europa", diria o ex-secretário de Defesa Donald Rumsfeld.

Os assessores de Obama talvez não tenham considerado todos os aspectos negativos do "espetáculo". O primeiro é justamente esse. Foi um espetáculo sem sentido. Patrocinado justamente pelo candidato que prometeu acabar com as campanhas "de espetáculo", baseadas em comerciais de 30 segundos, em ataques ao adversário e na valorização da imagem em detrimento do conteúdo. Barack Obama não disse nada no discurso. Não disse nada de substantivo, nem para os europeus, nem para os eleitores americanos. Não poderia mesmo ter dito. Afinal, é apenas candidato a presidente.

O que nos leva ao segundo aspecto negativo. O comício reforça a imagem, magistralmente explorada por Hillary Clinton durante a temporada de primárias, de que Obama é presunçoso, calçou salto alto e está contando com a vitória antes mesmo da eleição. Os republicanos, que sabem como ninguém fazer campanha, acusaram a oportunidade. John McCain deu entrevista dizendo que, diante do bombardeio de imagens positivas de Obama no Oriente Médio e na Europa se sentia "deixado para fora da festa". "Pode ser que você sinta o mesmo", disse McCain, se dirigindo aos eleitores.

O que nos leva ao terceiro aspecto negativo. O americano médio não está preocupado, neste momento, com o que se passa na Europa ou no Oriente Médio. Está preocupado com a alta no preço da gasolina e a vertiginosa queda no preço de seu principal patrimônio, a casa. Existe um nexo entre a situação no Oriente Médio e o preço do petróleo, mas explicá-lo em uma campanha eleitoral exige um discurso sofisticado. Foi o que Obama prometeu, mas o que farão os republicanos é imprevisível.

Foi o discurso francamente populista dirigido à classe média baixa e assalariada que permitiu a Hillary Clinton sobreviver tanto tempo no embate contra Obama. Ela pintou o senador como um liberal desconectado dos problemas do povo, elitista formado em Harvard, amiguinho da turma do vinho branco, do Volvo e do Starbuck's. Hillary deu de entrar em bares do meio oeste e beber cerveja, que é a bebida do "povo" nos Estados Unidos. Volvo é carro sueco cheio de frescura, americano que é patriota compra um carro da Chrysler. O Starbuck's cobra cinco dólares por um café que pode ser comprado por 50 centavos de dólar no posto de gasolina.

Pinga, fusca e torresmo - quem é que pode com um discurso populista quando os salários estão em queda, bancos quebram e todo mundo é vítima de insegurança econômica?

A turma de McCain parece mais antenada para tirar proveito do ressentimento do público, que numa hora como a atual procura bodes expiatórios e se manifesta num caldo de cultura que inclui nacionalismo, patriotismo, racismo e xenofobia. É hora de culpar o outro, de desconfiar do estrangeiro, do diferente. Os republicanos nunca tiveram qualquer problema em tirar dividendos eleitorais explorando esses sentimentos. O pêndulo empurra a política externa americana para uma fase "isolacionista", ainda que isso seja contraditório com a globalização.

Em junho Barack Obama arrecadou 70 milhões de dólares, contra 30 de McCain. O republicano é o candidato de George W. Bush, que tem taxa de aprovação inferior a 30%. Surpreendentemente, no entanto, McCain se mantém competitivo. Está se vestindo de "average Joe", o Zé americano, enquanto Obama troca tapinhas nas costas com a elite européia.

Fonte: Vi o Mundo

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Obama em Berlim

É difícil dizer algo que já não tenha sido dito sobre a viagem de Barack Obama ao Oriente Médio e à Europa, cujo ponto alto foi o comício-show em Berlim, diante de 200.000 pessoas. A íntegra do discurso de Obama está no YouTube, claro:

(para quem prefere a transcrição, aqui vai o link).

A viagem à Europa é um cálculo arriscado em período pré-eleitoral nos EUA. Na arena internacional, claro, não há risco: Obama vai se transformando numa figura tão querida como os Beatles, Telê Santana ou o blog do Inagaki. Nos jornais alemães – mesmo com a sutil e indireta sugestão de que ele cobraria mais comprometimento da Alemanha no Afeganistão –, tudo foi elogio e babação de ovo: O Tagesspiegel se perguntou se alguma vez tantos alemães já se reuniram para um evento político, enquanto a repórter do Bild, Judith Bonesky, teve seu momento de tietagem explícita, abandonando todos os protocolos de distância jornalística para tirar uma foto não do, mas junto com o candidato. A viagem gerou uma enxurrada de fotos, vídeos e textos na internet (enquanto isso, como lembrou muito bem o Tiago Dória, no Brasil o TSE retira do ar sites e comunidades de candidatos).

O cálculo de Obama nesta viagem foi arriscado porque ser o queridinho da Europa é última pecha que você precisa ante o eleitorado dos grotões americanos, convictamente monoglota e xenófobo. Mas aqui Obama não tinha escolha. Apesar da forte vantagem que tem sobre McCain nas pesquisas quando a questão é a economia – e a economia americana, sabemos, não vai nada bem --, Obama precisava falar como estadista internacional e se impor no tema da política externa. Neste quesito, há a percepção de que McCain é mais forte, dada sua experiência – embora McCain, o suposto "especialista" em política externa, incrivelmente dê entrevistas falando da “fronteira do Iraque com o Paquistão”.

Cada palavra do discurso em Berlim foi meticulosamente escolhida para que Obama pudesse, por um lado, diferenciar-se claramente de Bush sem parecer, aos olhos do público americano, anti-patriótico em solo estrangeiro. Convenhamos, é uma engenharia discursiva complicada. O impacto mundial da viagem de Obama é inegável, mas ainda é cedo para saber se ela alterou, positiva ou negativamente, as pesquisas nacionais. Em 2004, a pecha de “afrancesado” foi decisiva na derrota de John Kerry. Este ano, os sites de extrema-direita tentaram capitalizar o nacionalismo americano contra Obama por sua declaração de que ele era um “cidadão do mundo”. Até agora, não colou. Mas jamais subestime a miopia de um eleitorado que votou duas vezes em George W. Bush.

PS: Sobre a viagem de Obama, nos blogs brasileiros, leia também o Tordesilhas e o Mestre Mauricio Santoro.

Fonte: O Biscoito Fino e a Massa

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