terça-feira, 29 de julho de 2008

O PiG CORRE CONTRA O PASSADO OU DANTAS E OS ADVOGADOS



Kakay: por que será que Dantas
paga tão bem aos advogados ?

O PiG CORRE CONTRA O PASSADO OU DANTAS E OS ADVOGADOS

Paulo Henrique Amorim

Máximas e Mínimas 1323

Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista

“O sol é o melhor desinfetante.”
(Autor anônimo)


. A Folha (da Tarde *) tem uma certa dificuldade de olhar para o passado.

. A Folha foi cúmplice e instrumento da patranha da “BrOi”.

. Colonistas da Folha – como Guilherme Barros – veiculavam informações que se encaixavam nas operações de inside information de Daniel Dantas e Naji Nahas – e a CVM acha que era tudo “normal”.

. Não eram propriamente “informações” – eram ordem de “compra” ou “venda”...

. A Folha jogou o jogo da quadrilha.

. A Folha começou a bater em Dantas – assim como todo o PiG – depois que Dantas virou cachorro morto – como disse Mino Carta, que percebe os odores do PiG de longe ...

. Agora, o PiG corre para limpar o passado.

. A informação de que Dantas, através de seu lugar tenente, Carlos Rodenburgo (*2), “contratou” um advogado (e, por extensão, “contratou” também um deputado federal, Alberto Fraga, do DEM) para entrar com ação no Tribunal de Contas de União, é um caso típico de reconstrução do passado.

. Dantas quase, quase, quase consegue o que queria no TCU.

. Só que essa informação é mais velha que a Sé de Braga, como diria a minha santa mãe.

. A Carta Capital já tratou dessa maracutaia do quadrilheiro Dantas.

. A Teletime de Rubens Glasberg já tratou disso e o nobre deputado disse à Teletime, na época, que não tinha a menor idéia de quem era Daniel Dantas.

. Ou seja, trata-se de patranha em sua pura essência.

. Naquela época, a Folha (da Tarde*) e o PiG tratavam Dantas com luva de pelica.

. Era o gênio das finanças, intocável.

. O Conversa Afiada tinha uma seção fixa: “por que o PiG não fala (mal) de Dantas” – clique aqui para ler. Repare que a irmã de Dantas, aquela que foi ao enterro da amiga, Ruth Cardoso, financiou uma empresa da filha do presidente eleito José Serra em Miami.

. Agora, o PiG faz a arqueologia do que não fez.

. Busca artefatos do passado que não viveu.

. Agora que o cachorro está morto.

. Na edição de hoje, a Folha (da Tarde*) publica excelente reportagem de Rubens Valente de titulo “Dantas contratou advogado para ação de deputado no TCU”.

. Clique aqui para ler.

. Excelente.

. Só que com anos de atraso.

. A propósito: a relação entre o quadrilheiro Daniel Dantas e os advogados é peculiar.

. Dantas paga fortunas a advogados.

. E às vezes se esquece de fazer contratos para determinar o que eles tem que fazer exatamente.

. O “Gomes” ou “arquiteto”, ou Luiz Eduardo Greenhalgh, por exemplo, não tinha contrato com Dantas.

. Por que será que Dantas pagava tão bem e às vezes não fazia contrato de prestação de serviço ?

. Por que será ?

. O Ministério Público já pensou nisso ?

. Há pouco tempo, o Conversa Afiada republicou reportagem da Teletime sobre essa intrigante relação – Dantas e os advogados.

. Perceba que a maracutaia do Deputado Fraga já aparecia lá, um pouco antes do “furo” da Folha.

. E o que fez a Brasil Telecom contra esses advogados de Dantas, pagos pela empresa?

. O que fez seu presidente, Ricardo K (a letra “K”, como se percebe, aponta para direções divergentes) ?

. Preferiu não ir para cima dos advogados ?

. A Brasil Telecom não foi buscar esse dinheiro de volta ?

. Deixou o Kakay levar para casa essa grana toda – R$ 6 milhões para defender a Carla Cicco ?

. A CVM não investigou isso ?

. Por falar nisso: o que faz a CVM ?


. Veja a seguir a reportagem que a Teletime (sempre a Teletime de Rubens Glasberg e Samuel Possebon) publicou sobre a penúria em que vivem os advogados de Dantas:

BrT apura contratos de R$ 52 milhões com advogados em favor de Dantas

sexta-feira, 5 de maio de 2006, 18h35
Entre as várias reclamações que a Brasil Telecom faz à CVM em função dos abusos de gestão do Opportunity quando estava no comando da companhia está o uso da empresa para pagar advogados em causas que interessavam, segundo diz a própria BrT em suas representações, aos interesses diretos do Opportunity. Um dos interesses diretos do Opportunity cujos advogados foram pagos pela Brasil Telecom é o Caso Kroll. Como se recorda, a empresa de espionagem, contratada pela BrT, atuou no levantamento de informações que atendiam aos interesses do grupo de Daniel Dantas. Foi pega pela Polícia Federal e contra ela foi aberto inquérito que indiciou Daniel Dantas, Carla Cico entre outros. A BrT, então, pagou R$ 20,151 milhões a diversos advogados, segundo a representação encaminhada à CVM, na defesa de interesses do Opportunity no caso. TELETIME News teve acesso aos documentos que embasam a representação e a relação de escritórios contratados pela Brasil Telecom para defender Carla Cico e o próprio Daniel Dantas (que não tinha nenhum vínculo formal com a BrT). Os advogados e os montantes referentes aos contratos (não necessariamente são os valores pagos) são os seguintes:
*José Luis Oliveira Lima Advogados teve contrato de R$ 1,05 milhão celebrado com a BrT, e chegou a negociar especificamente a defesa dos interesses de Daniel Dantas. Procurado no dia 27 por este noticiário, informou que em face do sigilo profissional prefere não responder as perguntas feitas.
*Antônio Carlos de Almeida Castro Advogados - levou contrato de R$ 6,2 milhões para defender Carla Cico no Caso Kroll. Por email, o advogado confirmou ter assinado dois contratos de prestação de serviços para BrT, um anterior ao Caso Kroll e outro relativo ao Caso Kroll. Mas se reservou ao direito de não comentá-los. Confirmou também ter defendido Daniel Dantas e Carla Cicco no Caso Kroll em um contrato separado, ao qual renunciou em 10 de agosto de 2005.
*Nélio Machado - é o advogado de Daniel Dantas no Caso Kroll e teve também celebrado um contrato de R$ 6 milhões com a BrT, segundo a empresa. Procurado desde o dia 27, o escritório de Nélio Machado não se manifestou, apesar de ter confirmado o recebimento das perguntas.
*Wilson Mirza celebrou, segundo a Brasil Telecom, contrato de R$ 1,6 milhão referente ao Caso Kroll. Por telefone, disse que prefere não se pronunciar, em respeito ao sigilo profissional.
*Tojal, Teixeira, Ferreira Serrano & Renault Advogados - teve contrato celebrado de R$ 8,05 milhões referente ao Caso Kroll. Por telefone, explicou que desde 1999 o escritório prestou e ainda presta diversos serviços para a Brasil Telecom. Diversos deles dizem respeito a questões de interesse estritamente da operadora, como compartilhamento de bens, licitações, tarifas etc. Afirma nunca ter sido contratado diretamente pelo Opportunity. Seu cliente sempre foi a Brasil Telecom. Confirmou ter sido contratado pela BrT para defender sua presidente, Carla Cicco, no Caso Kroll, mas afirma não ter recebido os R$ 8,05 milhões citados na representação da CVM. Acredita que no máximo o escritório recebeu R$ 1 milhão nessa causa.
Conflitos entre sócios
Além dos escritórios que foram contratados para defender Carla Cico, o Opportunity e Daniel Dantas no Caso Kroll, há ainda uma relação de contratos de advogados que foram acionados para, em nome da Brasil Telecom, interferir na substituição do Opportunity como gestor da companhia. A nova gestão da Brasil Telecom, na representação enviada à CVM, alega que esses contratos significaram o uso da companhia para interferir em uma disputa entre os acionistas da empresa. Foram movimentos feitos junto à Anatel, Tribunal de Contas da União, CVM e Secretaria de Previdência Complementar para impedir desde a troca de gestores até contratos entre os fundos de pensão e o Citibank, contratos esses que não envolvem a Brasil Telecom. Os advogados listados pela Brasil Telecom são:
*Tojal, Teixeira, Ferreira Serrano & Renault Advogados ? celebrou com a BrT contrato de R$ 5 milhões para "suspender acordo entre Citi e fundos (put)". Por telefone, explicou que desde 1999 o escritório prestou e ainda presta diversos serviços para a Brasil Telecom. Diversos deles dizem respeito a questões de interesse estritamente da operadora, como compartilhamento de bens, licitações, tarifas etc. Afirma nunca ter sido contratado diretamente pelo Opportunity. Seu cliente sempre foi a Brasil Telecom.
*Irineu de Oliveira Advogados - celebrou contrato de R$ 1,12 milhão para defender interesses da Brasil Telecom junto à Anatel no sentido de manter o controlador liminarmente. Contatado pelo email fornecido pela OAB no dia 27 de abril, não respondeu à reportagem.
*Luís Roberto Barroso - tem contrato de R$ 1,73 milhão para entrar no Superior Tribunal de Justiça (STJ) com ação contra a AGE da Brasil Telecom Participações que destituiria o grupo de Daniel Dantas. Informou por escrito que o escritório de Advocacia Luís Roberto Barroso & Associados foi contratado pela Brasil Telecom para prestação de serviços jurídicos consistentes no ajuizamento de medida judicial (Suspensão de Segurança) perante o Supremo Tribunal Federal. Discutiam-se, naquela medida, questões de interesse inequívoco da Brasil Telecom envolvendo a interpretação e aplicação da Lei Geral de Telecomunicações, a necessidade de prévia manifestação da Anatel sobre a alteração de controle em empresa de telefonia, os riscos de danos aos usuários e à concorrência em razão de participações cruzadas em mais de uma empresa de telefonia e o risco de sanções decorrentes da inobservância de regras e procedimentos legais e administrativos. Este foi o único contrato celebrado por nosso escritório com a Brasil Telecom.
*Menezes e Vieira - aparece em contrato de R$ 1,75 milhão para atuar junto ao TCU na ação criada por reclamação do Deputado Alberto Fraga (PFL/DF) contra o acordo de "put". Por questão de sigilo profissional, o escritório preferiu não responder as perguntas. Mas afirmou não prestar nem nunca ter prestado serviços para o Opportunity ou para Daniel Dantas. Todavia, acrescentou ao fim do email: Esclarecemos a V. Sª., não obstante, que como nosso escritório tem destacada e reconhecida atuação perante o E. Tribunal de Contas da União, nos consideramos altamente credenciados para sermos procurados e contratados por quaisquer pessoas físicas ou jurídicas, de qualquer porte?.
*Sérgio Bermudes - diversos contratos de 2001 a setembro de 2005, no total de R$ 8,8 milhões, para várias ações, inclusive possível ação em Milão contra Telecom Italia. Por telefone disse que não responderia as perguntas em respeito ao sigilo profissional e preferiu não enviar sua resposta por escrito.
*Wald Advogados - os contratos vão de março de 2004 a junho de 2005, no total de R$ 18,8 milhões, e estão arrolados entre as evidências enviadas à CVM na representação feita pela Brasil Telecom. Os contratos são genéricos, sem especificar os serviços prestados. Mas a representação em si não cita estes contratos. Segundo o advogado Arnold Wald, houve uma retificação na representação entregue à CVM e seu nome foi retirado.

Samuel Possebon, Fernando Paiva e Rubens Glasberg


. Por falar nisso: por onde anda Chico Müssnich ? Esse notável advogado de Dantas, que aparece com tanta freqüência nos relatórios da ICTS sobre a contratação do ilustre Ministro Mangabeira por Dantas. Por onde andará Müssnich, hoje tão silencioso ? O Brasil sente falta da inteligência de Chico Müssnich.



(*) Já estava na hora de a Folha tirar os cães de guarda do armário e confessar, como fez a Folha, que foi “Cão de Guarda” do regime militar. Instigado pelo Azenha – clique aqui para ir ao Viomundo – acabei de ler o excelente livro “Cães de Guarda – jornalistas e censores do AI-5 à Constituição de 1989”, de Beatriz Kushnir, Boitempo Editorial, que trata das relações especiais da Folha (e a Folha da Tarde) com a repressão dos anos militares. Octavio Frias Filho, publisher da Folha (da Tarde), não quis dar entrevista a Kushnir.


(*2) Carlos Rodenburgo é aquele que aparece num vídeo captado na porta da casa do espião israelense Avner Schmesh, o espião que Dantas contratou para me espionar. Carlos Rodenburgo deve ter ido lá para tratar dos conflitos na Faixa de Gaza. Ou, então, não foi lá. Trata-se de um fenômeno de supressão da capacidade visual o que aconteceu com a Dra. Juíza Cecília Mello, que deu habeas corpus a Rodenburgo, porque conseguiu acreditar que aquele não era Rodenburgo. A Dra. Juíza provavelmente dará habeas corpus a Dantas, no mesmo processo, porque, como se sabe, Dantas, para a Ministra Ellen Grace, para a Dra. Cecília Mello, e para Miriam Leitão, às vezes, Dantas não é Dantas. É Dantas.

Fonte: Conversa Afiada

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