quarta-feira, 19 de março de 2008

A China é o alvo dos EUA

Uma análise sobre o orçamento militar dos EUA para 2009 indica que suas prioridades têm muito pouco a ver com a “guerra contra o terror”

Conhecido pela profundidade de suas análises o thinktank norte-americano Foreign Policy in Focus (FPIF) [Política Externa em Foco] acaba de publicar uma análise sobre o orçamento militar proposto pela Casa Branca para o ano fiscal de 2009. O texto, redigido por Michael Kare, revela que a preocupação principal é manter superioridade sobre a China — ainda que, em palavras, o esforço bélico atual dos EUA volte-se contra o terror islâmico e os “Estados-vilões”.

Klare, professor de Estudos sobre a Paz e a Segurança Global na Universidade de Hampshire, demonstra que o item mais robusto no orçamento de 2009 é a “modernização estratégica”. Ela abocanha US$ 183,3 bilhões — 36% de despesas totais estimadas em US$ 515,4 bilhões (semelhantes a todo o PIB da Argenina…). Entre os itens em que se desdobra, estão a compra de 40 super-caças F-22 (considerado “o mais avançado avião de combate da atualidade”), por US$ 4,1 bilhão; a construção de um porta-aviões de novo tipo (o CVN-78), que deverá dar início à substituição dos navios da classe Nimitz e é equipado, entre outros, com um novo modelo de motor nuclear, um sistema eletromagnético para lançamento de aviões, radares avançados e outras inovações; o lançamento de novas classes de destroyers e submarinos.

Klare ressalta que nenhuma destas armas presta-se a combater redes de terror ou Estados com a Síria ou Irã, dotados de armamento ultrapassado. Seu único objetivo, sustenta, só pode ser enfrentar, numa “nova guerra fria”, uma potência capaz de representar uma ameaça ao poderio militar dos EUA.

fonte: Blog do Diplô Brasil


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