E de onde vem o dinheiro de Marcos Valério ? |
25/03 - 11h31 |
Paulo Henrique Amorim
Máximas e Mínimas 1035
. O Procurador Geral da República, Dr. Antônio Fernando de Souza, tem o hábito de procurar o que quer achar.
. Ele enviou ao Supremo Tribunal Federal a denúncia contra os 40 ladrões do mensalão e se esqueceu do Ali Baba.
. O Ministro do Supremo, Ministro Joaquim Barbosa, que enobrece a campanha publicitária da Veja (um órgão de imprensa – a última flor do Fascio – que, segundo Luis Nassif, adota práticas de corrupção ao “noticiar”), acolheu a denúncia.
. E o Ministro Barbosa, ao se tornar herói do PiG, também não perguntou pelo Ali Babá.
. Documentos obtidos de uma auditoria que os Fundos (Previ, Petros e Funcef) e o Citibank fizeram na Brasil Telecom, logo após a saída de Daniel Dantas da administração da empresa, mostram luminosamente como Dantas financiou Marcos Valério e sua empresa de publicidade SMP&B.
. As conclusões do primeiro relatório da empresa ICTS – de 18 de outubro, de 2005 -, abaixo reproduzido, foram enviados ao Sr. K, um funcionário que os Fundos e o Citi escolheram para presidir a Brasil Telecom.
. Quer dizer – o Sr. K sabia de tudo ...
. O relatório fala em “superfaturamento”.
. Marcos Valério cobrou R$ 850 mil para fazer “um diagnóstico para fundamentação de comunicação de marketing” – quer dizer, nada.
. Segundo o relatório, isso não valia R$ 50 mil.
. E o relatório NUNCA FOI LIDO !
. As conclusões do segundo relatório abaixo reproduzido tratam de um contrato de Marcos Valério e a Brasil Telecom de Daniel Dantas com o jornal Correio Braziliense pela ninharia de R$ 4.100.000,00 !!!
. É um contrato de “adiantamento de publicidade”.
. Primeiro, Marcos Valério negociou com o Correio o valor da grana.
. Depois, descobriram que destino publicitário dar à referida grana – essa ninharia de R$ 4 milhões.
. A operação foi toda negociada pela SPM&B e o Correio, sem que os técnicos do departamento de marketing da Brasil Telecom dessem um único palpite.
. O mais interessante: O CONTRATO SUMIU !
. Só ficaram as autorizações de pagamento ...
. Resumo da ópera:
. Dantas, que mandava na Brasil Telecom, era quem botava grana no granoduto do mensalão.
. Marcos Valério era apenas o duto.
. Por que a Brasil Telecom – Fundos Previ, Petros e Funcef, através deste Sr. K, um simples funcionário, não ajudou a botar os Srs. Daniel Dantas e Marcos Valério na cadeia ?
. Os Fundos Previ, Petros e Funcef e o Citi não botaram Dantas na cadeia, embora soubessem de tudo.
. O Sr. K leu tudo.
. Logo, os fundos Previ, Petros e Funcef e o Citi sabiam de tudo.
. O mensalão comendo solto, o presidente da República na ante-sala do impeachment, o PiG com a tropa na rampa do Palácio do Planalto...
. E os Fundos Previ, Petros, Funcef e o Citi sentados em cima dessa papelada, como quem não vê, não ouve e não lê.
. Por que não entregaram à CPI ?
. Por que não chamaram o Ministério Público ?
. Por que não chamaram a imprensa ?
. Por que prevaricaram ?
. Com medo do Dantas ?
. O Senhor K tem ligações profundas com Dantas, desde a Pegasus. Clique aqui para ler Pegasus, a mãe de todas as BrOi - http://www.paulohenriqueamorim.com.br/materias17.asp.
. Mas, os Fundos apanharam nas mãos do Dantas e desenvolveram uma batalha sangrenta – com Luis Gushiken à frente – para tirar Dantas da BrT.
. E, aí, mudaram de idéia ?
. E, de repente, ficaram com medo de Dantas ?
. Vejam as conclusões da auditoria encomendada pelos Fundos Previ, Petros e Funcef e Citi – e que não deu em nada ...
1) Os R$ 4 milhões de Marcos Valério.
O início do relacionamento da BT com a SMP&B se deu em Julho/2004, através da elaboração de 6 trabalhos específicos (de Julho a Outubro/2004), sem assinatura de contrato, mas através de “contratações paralelas” de Carla Cico e Paulo Pedrão (com adiantamento de pagamento na ordem de R$3,5MM). Há indícios de superfaturamento nesta contratação, pois segundo palavras do Diretor de MKT (Ricardo Couto), o trabalho é muito fraco tecnicamente. Por exemplo, embora o seguinte trabalho “Diagnóstico para fundamentação de comunicação do marketing para 2004 e 2005 a partir do novo cenário político e econômico após as eleições municipais de 2004 para os nove estados de cobertura e atuação da Brasil Telecom” tenha custado R$850.000,00 não valeria nem R$50.000,00. Esses trabalhos ficaram guardados por mais de 1 ano, sem nenhum acompanhamento, tendo aparecido apenas quando questionados pela CVM.
- Em verificação das notas fiscais, observa-se um serviço prestado pela agência DNA em 2003 (veiculação de programas de informação de utilidade pública no período de 01/07/03 a 31/07/03), solicitado pela presidência da BT e pago em agosto/2003 através de CECAP.
- Em 2005 o Diretor de Comunicação de MKT (Leonardo Azevedo) recebeu os contratos das empresas DNA e SMP&B prontos e assinados, devendo apenas cumpri-los. Sua área não teve qualquer participação na escolha ou contratação das empresas, não tendo sequer identificado a necessidade destas contratações. Cada um dos contratos possui um valor total estimado em R$25MM, com pagamento de honorários mensais de R$187.500,00.
- Como o orçamento de MKT não comportava mais esses dois contratos com DNA e SMP&B, o Diretor de Comunicação de MKT foi orientado a rescindir o contrato com algumas das agências que já prestavam serviços a BT. Com isso, foi rescindido o contrato com a agência Toró. Como a agência SMP&B não era conhecida no mercado, optou-se por entregar-lhe contas não muito significativas (como corporativas, na ordem de R$6 MM), redistribuindo as demais contas pelas outras agências (Duda, Salles, Click). A agência DNA, por ser mais atuante no mercado, recebeu contas mais significativas (varejo, por exemplo).
- A DNA e SMP&B ficaram com 40% da fatia do orçamento da área de Marketing para publicidade (R$ 50 MM de R$ 110 MM).
- Uma prática realizada pela SMP&B que não condiz com a prática da empresa refere-se aos contratos de mídia (patrocínios). O correto é a BT realizar contratos pontuais para esses eventos. Porém, a SMP&B, firmou vários contratos de patrocínios com valores fixos destoantes do normal e que já vinham assinados pela presidência (por exemplo, com o Correio Brasiliense, com adiantamento de pagamento na ordem de R$4MM).
- As notas fiscais de pagamento da empresas DNA e SMP&B foram vistadas (aprovadas) pelo Presidente ou Diretor Financeiro da BT.
- Os dois contratos estão suspensos no SAP (não cancelados), aguardando uma tomada de decisão, e desde maio não foi realizado nenhum trabalho com estas agências. Sendo que, para casos como contratos vinculados com a agência SMP&B (como o do Correio Brasiliense) o contrato é ativado temporariamente para a baixa do saldo referente ao serviço. Neste caso, se for cancelado o contrato da SMP&B, a BT perderá o que já foi adiantado para o Correio.
ANEXOS:
Detalhamento do Caso
? As atividades realizadas pela SMP&B em 2004, com pagamentos entre 29/07 e 03/09, somaram R$ 3.376.825,93.
o 29/07/04: R$ 1.150.000,00 - “Identificação, levantamento e análise mercadológica de oportunidades para desenvolvimento de programa de eventos voltados para a captação de novos clientes corporativos no 2T/04 e 1S/05, compreendendo planejamento organizacional, logístico e operacional”
2) Correio Braziliense: primeiro, toma a grana; depois vê o que faz com ela.
- A área de Comunicação de Marketing (Leonardo) levantou uma proposta de investimento para a SMP&B, por sua solicitação, para contratação de espaço de mídia no Correio Braziliense para a BT, em 26 de abril de 2005. O valor da proposta é de R$ 8.200.000,00, porém para pagamento à vista seria concedido um desconto de 50%.
- Anexa à proposta, existe uma carta da SMP&B “autorizando” a BT a efetuar o pagamento ao Correio Braziliense no valor colocado na proposta, de R$ 4.100.000,00, em 29 de abril de 2005.
- Em 27 de julho de 2005, foram incluídas mídias avulsas como parte do produto a ser divulgado no Correio Braziliense, não somente projetos especiais.
- Diferentemente do que é praticado na BT, este contrato não foi negociado diretamente entre a BT e o meio (Correio Braziliense), e sim através da intermediação da SMP&B.
- Primeiramente, estipulou-se o valor do contrato para depois estipular os produtos que seriam fornecidos (inclusive com a atuação do Leonardo que tentou otimizar o valor investido e compromissado, expandindo o contrato para mídias avulsas e não somente projetos especiais, pois no seu entender, o valor acordado – R$4,1MM – seria muito alto apenas para estes projetos).
- O contrato, no ponto de vista de Leonardo Azevedo, é de um valor extremamente alto, uma vez que em 2004 o valor total pago ao Correio Braziliense foi de R$1,7MM, e esse contrato, para o período de 12 meses, é praticamente 2,5 vezes o valor gasto no ano anterior. Além disso, ele considera que o retorno que o meio traria não valeria o investimento desse montante.
- Quanto ao repasse da agência SMP&B referente a esse contrato, não existe qualquer obrigatoriedade da BT fazê-lo. Conceitualmente, a SMP&B não tem direito de comissão alguma sobre esse contrato. Como seus honorários estão condicionados à vinculação, produção, gestão, etc., todo o pagamento de honorários desse contrato é feito para a agência que criar o material que será vinculado (podendo ser a SMP&B ou não). O interesse da SMP&B intermediar este contrato está na possibilidade dela participar de vinculações ligadas a ele e assim receber seus honorários, ou, ela estar recebendo alguma verba do Correio Braziliense por ter conseguido a negociação (sucess fee).
- Não foi encontrado o contrato na BT, somente a proposta e documentos de autorização para pagamento do adiantamento e inclusão de mídia avulsa na proposta.
- A área de Comunicação de Marketing está realizando o acompanhamento dos projetos especiais/ mídias avulsas, conforme cronograma definido entre Correio e BT.
- Não há registro de que a SMP&B obteve algum benefício na operação.
- Existem outros contratos com o Correio Braziliense, com valor líquido contratado na ordem de R$ 980.549,54, porém, apenas 1 deles ainda está vigente. Os detalhes de cada um deles seguem abaixo:
Em tempo: vamos encaminhar esse texto às seguintes pessoas: Dr. Joaquim Barbosa, Ministro do Supremo; Dr. Antônio Fernando de Souza, Procurador-Geral da República; Sergio Gabrielli, presidente da Petrobras; Antônio Lima Neto, presidente do Banco do Brasil; Maria Fernanda Coelho, presidente da Caixa Econômica; Sérgio Rosa, presidente da Previ; Guilherme Lacerda, presidente da Funcef; Wagner Pinheiro, presidente da Petros; Ministra Dilma Roussseff, que, segundo o PIG, articula a fusão da BrOi; ao Ministro Franklin Martins, para, se quiser, encaminhar ao Presidente da República, e ele ter idéia de um capítulo que começa a ser escrito sobre os altos e baixos de seu Governo; ao diretor-geral da Polícia Federal Luiz Fernando Corrêa; à Presidente da CVM Maria Helena Santana; ao presidente da Bolsa de Valores Raymundo Magliano; ao CEO do Citibank em Nova York Vikram Pandit, para explicar quantos chapéus o Sr. Spinelli usa; ao escritório de advocacia que defende o Citibank contra Dantas, em Nova York; ao presidente do BNDES Luciano Coutinho, para ver a quem ele vai dar dinheiro, de novo ...
Fonte: Conversa Afiada
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