quarta-feira, 19 de março de 2008

A demissão de Paulo Henrique e a urgência de um novo portal


Eram uma 20h30, acabara de descer do avião que me trouxe de Buenos Aires e o meu celular tocou. Era o jornalista Fredi Vasconcelos que me repassava a notícia:. “O Paulo Henrique Amorim foi demitido. Ninguém está dando a notícia. O único que falou algo foi o Azenha. O absurdo é que a coisa foi por fax e sem nenhuma explicação do IG.”


Cheguei em casa e acessei o site Vi o Mundo, do Azenha. Ele referia-se a uma nota publicada pelo Portal da Revista Imprensa. Essa nota em tom lacônico afirmava que a apuração realizada pelo veículo dava conta de que o jornalista teria sido demitido por ter baixa audiência.

Quatro horas após sua publicação a nota foi atualizada e acabava desmentindo a tal fonte da mesma matéria. Paulo Henrique em dados do próprio IG teria 475 mil visitantes únicos ao mês. É muita audiência. Palhaçada falar em problemas com acessos.

Evidente que sua demissão tem a ver com qualquer outra coisa. E isso até o gato do meu amigo Maurício, cujo nome é Foucault sabe (mesmo sem ser lá tão inteligente).

Paulo Henrique promete voltar ao ar amanhã, em um site independente. Saúdo sua atitude. E vou divulgar o novo endereço aqui.

Mas essa demissão de Amorim me fez lembrar de um artigo do professor Bernardo Kucinski escrito para a Revista do Brasil. Ele defende que é hora de o movimento social, os setores progressistas e o veículos de comunicação independentes se juntarem para criar um portal.

Ele tem razão. Precisamos construir uma fórmula que permita que esse portal seja um tipo de cooperativa, tentando de repente reinventar por aqui as fórmulas que deram certo em outros tempos nos jornais Página 12 e La Jornada. Acho que com um portal isso pode funcionar ainda melhor. É um grande desafio que precisa começar a ser pensado e articulado.

A depender de mim, começa agora. Vou sonhar com isso hoje.

Acho que a demissão de Amorim pode vir a ser o recado que precisávamos. Não adianta achar que a solução está nas fórmulas comerciais ordinárias, que em função de acordos políticos e/ou comerciais rifam seus projetos editoriais. E detonam que estiver no caminho.

fonte: Revista Forum


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