Uma polêmica está dividindo a opinião pública colombiana. O governo Uribush oferece recompensa a quem dê pistas ou colabore para a prisão de membros das FARC. A recompensa para a captura de Ivan Rios, que participava da cúpula da organização, estava estipulada em US$ 2,6 milhões.
Pedro Pablo Montoya, que fazia parte das FARC, resolveu mudar de lado e receber a recompensa. Mas adotou um método radical para isso. Assassinou Ivan Rios e esposa, decepou a mão direita do líder, pegou seus documentos e laptop, entregou-se ao exército colombiano e agora reclama a recompensa, ao estilo Velho Oeste. Quer receber US$ 2,6 milhões por duplo assassinato, roubo e violação de cadáver.
Pagar ou não pagar, é o hamletiano dilema de Uribush, que já declarou que está “à espera do resultado das investigações sobre a morte de Rios”, para verificar o direito de Montoya à recompensa.
Pelo menos nos jornais, as opiniões estão divididas. Alguns acham que na oferta da recompensa não estava especificado se a entrega da encomenda exigia que o guerrilheiro estivesse vivo. Outros afirmam que na Colômbia não existe pena de morte (oficialmente, na letra da Lei – entenda-se), portanto, a recompensa não deve ser paga.
É um exemplo de onde a política “olho por olho, dente por dente” pode levar um país. Se os guerrilheiros das FARC agem de forma covarde e desumana, quando seqüestram e mantém prisioneiros em situação degradante, o governo não pode responder com mais irracionalidade e violência.
Qualquer que seja a solução do dilema uribushiano, a Colômbia perde, perdem os colombianos, quando um assassino se acha com direito a recompensa por seu gesto covarde.
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