segunda-feira, 12 de novembro de 2007

REFUSENIKS! Os rebeldes do exército israelense. fonte: (http://blogdobourdoukan.blogspot.com/)


A Editora Casa Amarela acaba de lançar o livro Refusenik, ( pode ser adquirido AQUI ) com depoimentos de militares israelenses que se recusam a servir as forças armadas de seu país fora de suas fronteiras.Essa desobediência acaba lhes custando diversas prisões.

Depoimento do primeiro-sargento na Brigada Golani, Idan Kaspari, signatário da declaração “A Coragem de Recusar”.

“No fim de julho de 1983 matei três pessoas, todas com mais de 50 anos e nenhuma com armas. Eram civis inocentes numa terra ocupada. (...) A morte os levou por acaso, devido ao profundo desprezo pelas vidas da população subjugada, pessoas que não são consideradas humanas, mas como criaturas inferiores. (...) Eu e meus camaradas de armas matamos aqueles três a sangue frio(...) numa sonolenta cidade libanesa chamada Suq al Gharb(...).

REFUSENIK!
Os rebeldes do exército israelense.

O Recrutamento militar obrigatório e as normas democráticas não caminham juntos com facilidade. O direito do Estado de dar ordens pode entrar em choque com o direito do cidadão e seu dever de exercer julgamentos morais e políticos.No caso de Israel, centenas de soldados convocados para participarem de campanhas ou tarefas controvertidas (como a invasão contra o Líbano em 1982, ou funções de polícia nos territórios palestinos) têm recusado essas ordens.

Na atual Intifada palestina foram registradas mais de mil dessas recusas, com muitos dos refuseniks (neologismo criado a partir do inglês e do russo, significando "os que se recusam") preferindo cumprir penas de prisão a tomar parte naquilo que encaram como uma ocupação injusta para defender assentamentos judaicos ilegais, ocupação que ameaça a existência pacífica de seus compatriotas israelenses.

Neste livro inspirador, Peretz Kidron, ele próprio um refusenik que fez essa difícil escolha, nos fornece as histórias, experiências, pontos de vista, mesmo a poesia, desses recrutas que acreditam em seu país, mas não nas ações de seu país fora de suas fronteiras.

Compilado e editado por Peretz Kidron
Prefácio de Susan Sontag
Tradução de Renato Pompeu

Nº de páginas: 171
Preço: R$ 31,00



A partir de hoje este blog estará postando trechos de depoimentos dos militares israelenses que têm se recusado a servir as forças armadas de seu país, sendo presos por isso. São depoimentos terríveis alguns, pungentes outros, que a mídia tem ignorado sistematicamente. O leitor poderá adquirir a obra através da Editora Casa Amarela https://www.virtualclub.com.br/shop/caloja/catalogo.asp?ses=liv.


Refusenik

Na apresentação que faz do livro Refusenik ( pode ser adquirido AQUI ), o artista plástico Gershon Knispel( colaborador da Revista Caros Amigos) transcreve o anúncio que ele e um grupo de artistas plásticos, escritores, poetas e acadêmicos publicaram no jornal Haaretz em 22 de setembro de 1967, dois meses após a Guerra dos Seis Dias:

“O nosso direito de nos defender não nos dá o direito de oprimir outros. A ocupação obriga à revolta. A revolta leva ao esmagamento do povo revoltado. O esmagamento leva ao terror, que leva ao contraterror. As vítimas do terror são em geral pessoas inocentes. A manutenção dos territórios ocupados nos torna um povo de assassinos a serem assassinados. Vamos devolver os territórios ocupados imediatamente”.

REFUSENIKS!

Os rebeldes do Exército israelense


Em sua introdução ao REFUSENIK (AQUI ), o compilador e editor do livro Peretz Kidron escreve:

“Muitos israelenses se opõem à ocupação (da Palestina), por razões morais e políticas, argumentando que Israel nunca vai conhecer a paz enquanto tentar controlar uma população estrangeira que luta por seus direitos nacionais. A partir de sua oposição à ocupação, centenas de soldados e reservistas israelenses se têm recusado a prestar serviço militar nos territórios ocupados. Sua ousadia tem custado a muitos desses refuseniks uma pena em prisões militares, mas no movimento de recusa agora o número passa de mil”.

Ainda na introdução há a seguinte informação:

“A BANDEIRA PRETA DA ILEGALIDADE”

"A 29 de outubro de 1956, entre 5 e 6 da tarde, guardas da fronteira israelenses mataram 47 pessoas da aldeia palestina de Kafr Qasem.

Os aldeões estavam voltando do trabalho nos campos rumo a suas casas e não sabiam que sua aldeia tinha sido colocada sob toque de recolher pelo Exército israelense.

Os juízes que elaboraram o veredicto a respeito dos soldados responsáveis pelo massacre de Kafr Qasem cunharam agora uma famosa descrição das ordens que não devem ser obedecidas, dizendo que “a bandeira preta da ilegalidade” paira sobre essas ordens.

Essa ilegalidade, disseram, anula o dever do soldado de obedecer e lhe atribui responsabilidade criminal por seus atos”.

“A bandeira preta da ilegalidade” se tornou um conceito central para o movimento refusenik.


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