Esta semana, o parlamento israelense aprovou lei que exige maioria de 2/3 dos votos para qualquer modificação nas fronteiras da Grande Jerusalém. Isto significa que Olmert não pode ceder nem uma, que fosse, das cidades palestinas anexadas a Jerusalém em 1967. E também está proibido até de aproximar-se dos problemas que constituem “o núcleo duro” do conflito.
Ehud Olmert exigiu que, antes de iniciar as negociações, os palestinos “reconheçam Israel como Estado judeu”. Fez-lhe eco seu parceiro de coalizão, o ultradireitista Avigdor Liberman, que propôs que Israel não vá a Annapolis, de uma vez por todas, se os palestinos não cumprirem esta exigência prévia.
Nenhuma destas questões está decidida. Os palestinos, então, terão de reconhecer algo que não está reconhecido sequer em Israel?
*Uri Avnery é membro fundador do Gush Shalom (Bloco da Paz israelense). Adolescente, Avnery foi combatente no Irgun e mais tarde soldado no exército israelita. Foi três vezes deputado no Knesset (parlamento). Foi o primeiro israelense a estabelecer contato com a liderança da Organização para a Libertação da Palestina (OLP) em 1974. Foi durante quarenta anos editor-chefe da revista noticiosa Ha'olam Haze. É autor de numerosos livros sobre a ocupação israelense da Palestina, incluindo My Friend, the Enemy (Meu amigo, o inimigo) e Two People, Two States (Dois povos, dois Estados).
A íntegra de seus artigos encontra-se neste blog.
Tradução de Caia Fittipaldi
Nenhum comentário:
Postar um comentário