quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Simon: “Com as ações do Sr. Bush, a desconfiança deve ser permanente” - fonte: http://www.horadopovo.com.br

Simon: “Com as ações do Sr. Bush, a desconfiança deve ser permanente”

Em rechaço às intenções dos EUA de instalar base militar no Paraguai, o senador ressaltou que “o único perigo de guerra que existe é o das grandes nações, como os Estados Unidos”, lembrando que “o que fizeram com o Iraque não foi uma guerra, mas uma tomada”

O senador Pedro Simon (PMDB-RS) condenou a intenção dos Estados Unidos de instalar uma base militar no Paraguai, que seria próxima do lago da Usina de Itaipu, conforme notícias veiculadas pela imprensa nas últimas semanas. Da tribuna do Senado, Pedro Simon alertou que “o único perigo de guerra que existe é o das grandes nações, como os Estados Unidos. O que fizeram com o Iraque não foi uma guerra, mas uma tomada. Na verdade, uma campanha pelo desarmamento deveria ser absolutamente significativa. E não se justifica que, a esta altura, os Estados Unidos continuem a estabelecer as suas bases pelo mundo inteiro, querendo ser aquilo que o sr. Bush realmente pensa que é: o delegado do mundo, o chefão, o xerife de praticamente toda a Humanidade”.

O senador questionou quais motivos teriam os EUA para instalar uma base militar na Tríplice Fronteira. “Montar base militar na América do Sul, que, graças a Deus, é uma América pacífica, tranqüila, ordeira? Nós não temos as agitações nem os tumultos que eles têm lá, criados por eles. Por que montar uma base americana aqui? Ali, ao lado das reservas fantásticas de água, do aqüífero Guarani, que o mundo inteiro olha com admiração, e vem o americano para montar a sua base a pouca distância? Por que isso?”.

Sobre os problemas existentes nas fronteiras da região, Pedro Simon reconheceu que existem, mas “não é a base americana que vai resolver. Por exemplo, as célebres contas CC-5. O governo anterior colocou, não se sabe até agora por quê, duas agências de banco só para fazer as transferências de dólar através das CC-5 para os paraísos europeus. Que o contrabando de armas por ali é grande, que o problema da droga também é grande e que o roubo de caminhões do Brasil transportados para lá existe, existe. Mas não vai ser uma base americana que vai resolver esses problemas - nem estão preocupados. Esses problemas nós temos que resolver exatamente no Mercosul, pois se trata de um problema de fronteira, de diálogo, de entendimento, de fiscalização. Agora, virem os americanos e montarem uma base aqui, ao lado do Brasil, da Argentina e do Paraguai, tentando criar uma cizânia dentro do Mercosul, exatamente com o Paraguai, é algo que eu não entendo”.

Quanto ao fato de que se trata de problema interno do Paraguai, o senador gaúcho afirmou que “o assunto é sério e é importante demais. É claro que se perguntará: mas o Brasil, o que tem que ver com o Paraguai, se o Paraguai é um país independente e com sua soberania? Mas nós temos um grupo, Brasil, Argentina, Chile, Paraguai, que forma o Mercosul. E o Mercosul tem um entendimento, um estatuto que prevê o entendimento, o diálogo, as consultas feitas anteriormente aos membros da Comissão nos tratados que sejam feitos com outros países que possam interessar aos países componentes. Por isso, eu acho muito importante que tomemos conhecimento disso que vinha ocorrendo de uma maneira silenciosa”.

Diante da questão, Pedro Simon informou que a Comissão de Relações Exteriores do Senado fará consultas junto ao Itamaraty e ao governo paraguaio para que se esclareça “de fato o que está acontecendo em torno dessa matéria”, ressaltando que “é bom agirmos, verificarmos, tomarmos conhecimento do que realmente existe, porque, com o sr. Bush, as desconfianças devem ser permanentes em relação à sua ação”.


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