quinta-feira, 1 de novembro de 2007

José Sarney - um "democrata" - por Luiz Carlos Azenha

Um senador "democrata" e os indicadores sociais do Maranhão





O senador José Sarney foi governador do Maranhão de 1966 a 1971 e presidente da República de 1985 a 1990. Aliados dele comandaram a política maranhense até 2004, quando o então governador José Reinaldo rompeu com a família Sarney e agregados. Socióloga, a filha do ex-presidente, Roseana, foi governadora de 1994 a 2002. Foram, portanto, 38 anos de poder estadual no Maranhão. A família controla o Sistema Mirante de Comunicação - que tem o maior jornal e as emissoras de rádio e TV de maior audiência no estado - e é uma das mais ricas do Nordeste.

Porém, todo este poder político e econômico não teve reflexo equivalente nos indicadores sociais do Maranhão, de acordo com pesquisas do Instituto Brasileiro de Georgrafia e Estatística, IBGE. A esperança de vida ao nascer no Brasil, em 1991, era de 67 anos de idade. Em 2004, saltou para 71,1 anos, um avanço de 4,1 anos. A esperança de vida no Maranhão, no mesmo período, aumentou em 4,3 anos.

No mesmo período em que a expectativa de vida no Maranhão avançou 4,3 anos (1991-2004), outros estados nordestinos registraram os seguintes índices:

Sergipe - 6,5 anos
Pernambuco - 6,4 anos
Paraíba - 6,2 anos
Rio Grande do Norte - 6,1 anos
Bahia e Alagoas - 5,9 anos
Piauí - 5,3 anos
Ceará - 5,2 anos
Maranhão - 4,3 anos

Em 2004, a expectativa de vida no Maranhão (66,4 anos) só era maior do que a dos nascidos em Alagoas (65,5), estado que também tem um ex-presidente da República. O Maranhão perdia de longe para o lugar em que Sarney exerceu a presidência - o Distrito Federal, 74,6 anos - e também para o estado que Sarney agora representa como senador - Amapá, onde a expectativa de vida em 2004 era de 69,4 anos.

O ex-presidente goza de boa saúde. Completou 77 anos de idade, superando em mais de 10 anos a expectativa de vida de seus conterrâneos.

Publicado em 28 de outubro de 2007

O senador José Sarney subiu à tribuna do Senado para condenar a democracia na Venezuela.

O senador Sarney, quando governador, foi aliado obediente do regime militar.

O senador, antes que a morte de Tancredo Neves o elevasse ao poder, foi eleito vice-presidente por um Colégio Eleitoral.

O presidente Sarney mudou as regras do jogo, aumentando seu próprio mandato de quatro para cinco anos em troca de concessões de rádio e TV para "amigos". Como perguntou o deputado Joaquim Hackiel, aliado de Sarney no Maranhão, "se ele podia dar as concessões, daria para inimigos?".

É assim que eles tratam concessões públicas, que deveriam ser suas, minhas, nossas.

José Sarney, exemplo de democrata brasileiro.


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