Por Fábio de Oliveira Ribeiro | |
Esta semana a imprensa teve um surto por causa de uma suposta crise institucional. O estopim da mesma teria sido o grampo ao Gilmar Mendes – sempre ele. Para não dizer que a dor resultante do acúmulo de gases no intestino é um câncer do duodeno, o médico examina cuidadosamente o paciente. Quando fica na mesma posição a mídia parece se inclinar a matar o infeliz para não ter que investigar a origem da dor que o incomoda. Vivemos numa República democrática que tem uma Constituição escrita. Em razão do que consta da Constituição Federal de 1988, os cargos públicos são providos por eleição, por concurso de provas e títulos ou por nomeação. Os órgãos e cargos públicos não pertencem às pessoas que os dirigem ou ocupam transitoriamente, mas à sociedade que custeia a manutenção do Estado com seus impostos. Estas regras singelas se aplicam aos três poderes e a todos servidores, sejam civis ou militares. Gilmar Mendes, que no meu modesto modo de entender deveria estar em qualquer outro lugar que não o STF, não é dono do cargo que ocupa. Também não é o dono do STF. Se ele foi vítima de uma ilegalidade (o grampo da Abin), a mesma não afeta o cargo imerecido que ele ocupa ou o Tribunal que ele infelizmente preside. Ovos protegidos As crises institucionais ocorrem quando um poder usurpa ou tenta usurpar as funções predominantes de outro. O STF não foi fechado nem deixou de funcionar com a devida independência. Se nada disto ocorreu, que crise institucional é esta? Na verdade, a imprensa só pode falar de crise institucional quando identifica Gilmar Mendes ao cargo que ocupa ou considera que ele é dono do STF. Menos... Gilmar Mendes é um servidor público como outro qualquer. Apesar do cargo que exerce ele não tem privilégios, nem dignidades. Portanto, se entender que foi indevidamente grampeado, deve recorrer às autoridades competentes para resguardar seu sigilo telefônico. Mas para tanto o ministro terá que contratar um advogado, porque ninguém pode postular em juízo ou fora dele sem estar devidamente representado. Não morro de amores pela Abin, cuja origem sinistra é de todos bem conhecida. Mas já que tal órgão existe e tem sua missão institucional, não vejo por que o Gilmar Mendes não possa ser alvo de investigação. Foi ele mesmo que levantou suspeita sobre sua conduta ao rasgar a Constituição para conceder um segundo habeas corpus a Daniel Dantas. Ao perceber que o calango entrou no galinheiro, o granjeiro resolveu proteger seus ovos. Quem quiser defender o calango que o faça. Prefiro ficar ao lado daquele que alimenta as galinhas – que neste caso é o contribuinte que paga o salário de Gilmar Mendes. Fonte: Observatório da Imprensa :: |
Seguiremos em marcha até que todas sejamos livres
Em 2010, a Marcha Mundial das Mulheres vai organizar sua terceira ação internacional. Ela será concentrada em dois períodos, de 8 a 18 de março e de 7 a 17 de outubro, e contará com mobilizações de diferentes formatos em vários países do mundo. O primeiro período, que marcará o centenário do Dia Internacional das Mulheres, será de marchas. O segundo, de ações simultâneas, com um ponto de encontro em Sud Kivu, na República Democrática do Congo, expressará a solidariedade internacional entre as mulheres, enfatizando seu papel protagonista na solução de conflitos armados e na reconstrução das relações sociais em suas comunidades, em busca da paz.
O tema das mobilizações de 2010 é “Seguiremos em marcha até que todas sejamos livres”, e sua plataforma se baseia em quatro campos de atuação sobre os quais a Marcha Mundial das Mulheres tem se debruçado. Os pontos são: Bem comum e Serviços Públicos, Paz e desmilitarização, Autonomia econômica e Violência contra as mulheres. Cada um desses eixos se desdobra em reivindicações que apontam para a construção de outra realidade para as mulheres em nível mundial.
Estão previstas também atividades artísticas e culturais, caravanas, ações em frente a empresas fabricantes de armamentos e edifícios da ONU, manifestações de apoio às ações da MMM em outros países e campanhas de boicote a produtos de transnacionais associadas à exploração das mulheres e à guerra.
No Brasil
A ação internacional da Marcha Mundial das Mulheres no Brasil acontecerá entre os dias 8 e 18 de março e será estruturada no formato de uma marcha, que vai percorrer o trajeto entre as cidades de Campinas e São Paulo. Serão 3 mil mulheres, organizadas em delegações de todos os estados em que a MMM está presente, numa grande atividade de denúncia, reivindicação e formação, que pretende dar visibilidade à luta feminista contra o capitalismo e a favor da solidariedade internacional, além de buscar transformações reais para a vida das mulheres brasileiras.
Serão dez dias de caminhada, em que marcharemos pela manhã e realizaremos atividades de formação durante à tarde. A marcha será o resultado de um grande processo de mobilização dos comitês estaduais da Marcha Mundial das Mulheres, que contribuirá para sua organização e fortalecimento. Pretendemos também estabelecer um processo de diálogo com as mulheres das cidades pelas quais passaremos, promovendo atividades de sensibilização relacionadas à realidade de cada local.
Para participar
A mobilização e organização para a ação internacional da Marcha Mundial das Mulheres no Brasil já começou. Entre os dias 15 e 17 de maio, a Marcha realizou um seminário nacional, do qual participaram militantes de 19 estados (AM, AP, AL, BA, CE, DF, GO, MA, MS, MG, PA, PB, PE, PR, RJ, RN, RO, RS e SP), além de mulheres representantes de movimentos parceiros como ANA, ASA, AACC, CONTAG, MOC, MST, CUT, UNE e Movimento das Donas de Casa). Este seminário debateu e definiu as diretrizes da ação de 2010.
Os comitês estaduais da MMM saíram deste encontro com tarefas como arrecadação financeira, seminários e atividades preparatórias de formação e mobilização, na perspectiva de fortalecimento dos próprios comitês e das alianças entre a Marcha Mundial das Mulheres e outros movimentos sociais. Neste momento, estão sendo realizadas plenárias estaduais para a formação das delegações e organização da atividade.
Para participar, entre em contato com a Marcha Mundial das Mulheres em seu estado (no item contatos) ou procure a Secretaria Nacional, no correio eletrônico marchamulheres@sof.org.br ou telefone (11) 3819-3876.
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