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por Marcelo Salles
Não sei se você percebeu, mas de repente as notícias sobre violência no Rio de Janeiro ficaram mais discretas nas corporações de mídia. A reorientação editorial coincide com a escolha do tema de campanha do candidato que lidera as pesquisas de opinião, Eduardo Paes: Saúde. O candidato do PMDB tem a maior parte de seu programa de televisão dedicado às Unidades de Pronto Atendimento, popularizadas como “UPAs”. Paes promete construir 40 desses estabelecimentos “em toda a cidade” e garantir que funcionem sete dias por semana, 24h. Seus marketeiros são brilhantes. Depois do item Saúde, o programa de televisão fala um pouco de educação e promete o bilhete único integrado (coisa que o governador Sérgio Cabral, também do PMDB, prometeu na campanha de 2006 e não cumpriu). Nada sobre segurança pública.
A equipe de Paes adotou a postura correta, do ponto de vista do que interessa à sua candidatura. Cabem aos demais candidatos denunciar que a polícia do governo Sérgio Cabral, do PMDB, é a que mais mata e a que mais morre do mundo. Que Álvaro Lins, ex-chefe de polícia do governo do PMDB, foi eleito deputado estadual pelo PMDB. Agora está preso, sob acusações como facilitação de contrabando e lavagem de dinheiro. Que o vereador Jerominho, do PMDB, está preso sob acusação de liderar a quadrilha “Liga da Justiça” – formada por agentes públicos – que mata e tortura na zona oeste da cidade.
E, claro, recorrer à entrevista (veja no vídeo abaixo) que Paes concedeu ao RJTV há dois anos, quando concorreu ao governo do estado pelo PSDB. O atual candidato a prefeito defendeu o crime organizado: "Jacarepaguá, no Rio de Janeiro [Zona Oeste], é um bairro que a tal da polícia mineira, formada por policiais, por bombeiros, trouxe tranqüilidade para a população. O morro do S. José Operário era um dos morros mais violentos desse estado, e agora é um dos lugares mais tranqüilos".
Fonte: Fazendo Media
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