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Uma inédita mobilização de contribuintes norte-americanos de todas as tendências políticas começou a tomar corpo na Web visando impedir que o presidente George W. Bush use 700 bilhões de dólares do orçamento público para salvar bancos privados ameaçados de falência por causa da crise no setor imobiliário do país. Ainda é difícil quantificar o movimento porque ele está se espalhando pelas bases, como se “um incêndio em mato seco”, segundo definição do jornalista e professor Jeff Jarvis , autor do weblog BuzzWord. Os focos de oposição vem tanto de movimentos conservadores como o Freedomworks, como dos ecologistas do Friends of the Earth e do pessoal da esquerda no Common Dreams e no Alternet. A blogosfera norte-americana também entrou em ebulição com uma média diária de mil postagens diárias, em sua maioria criticas, ao projeto da Casa Branca de ajudar os bancos privados em dificuldades. Segundo o site Technorati, a atividade dos blogueiros aumentou a partir do dia 20 de setembro, chegando a atingir 1.700 posts na segunda feira, seguinte à Semana Negra, em Wall Street. Jarvis botou mais lenha da fogueira ao calcular o que cada cidadão norte-americano ganharia caso o dinheiro para socorrer os bancos fosse usado, por exemplo, na modernização das comunicações nos Estados Unidos. Ele citou fontes da empresa Sprint, de telecomunicações, para afirmar que com apenas 14,5 bilhões de dólares todos americanos poderiam ter acesso à internet de banda larga por rádio. Caso todo o dinheiro pedido pelo governo Bush fosse usado para a implantação da banda larga, toda a população do país teria acesso grátis à internet durante 20 anos e seria possivel triplicar os investimentos em pesquisa de todas as empresas privadas norte-americanas, avaliados em 219 bilhões de dólares, em 2007. O debate tomou conta dos blogs também na grande imprensa norte-americana. Na revista BusinessWeek, a ajuda pedida pela Casa Branca, foi classificada como “A mãe de todos os socorros”, parafraseando o ex-ditador iraqueano Saddam Hussein, que classificou a primeira guerra no Golfo Pérsico (1990-91) de “A mãe de todas as batalhas” (Um Al Mā´arik , em árabe).
No blog do site iReport, o canal de notícias produzidas pelo público na rede de televisão CNN, a manchete do dia 23/9 pedia a assinatura para uma petição para impedir o socorro aos bancos. Cenk Uygur, o principal apresentador do site de WebTv Young Turks, bate recordes de audiência com críticas cada vez mais ácidas ao socorro bancário. Seus comentários em vídeo são retransmitidos pelo CBS Eye Mobile , a versão da rede de televisão CBS para o iReport da CNN e o YouTube, todos na linha do chamado jornalismo cidadão.
Por falar em YouTube, na seção de Política, há quase 6.700 vídeos postados por profissionais e amadores sobre a polêmica em torno do socorro aos bancos a beira da falência.
Quase todos os vídeos batem na tecla de que o contribuinte norte-americano não deve pagar pelos erros dos bancos, entre eles alguns estrangeiros com negócios nos Estados Unidos.
De um irritado contribuinte norte-americano, em carta publicada pelo The New York Times: " A lição (desta crise) é que daqui por diante, sempre que alguém disser que acredita no "mercado livre", esta pessoa deve merecer a mesma credibilidade de um adulto que diz acreditar no conto do dente de leite. O que deve ficar claro, agora, é que temos economias mal reguladas e economias bem reguladas".
P.S. O conto do dente de leite é uma historinha infantil, segundo a qual, quando cai o primeiro dente de leite de uma criança, se ele for colocado debaixo do travesseiro , uma fada virá buscá-lo e o trocará por uma moeda. Fonte: Observatório da Imprensa :: |
Seguiremos em marcha até que todas sejamos livres
Em 2010, a Marcha Mundial das Mulheres vai organizar sua terceira ação internacional. Ela será concentrada em dois períodos, de 8 a 18 de março e de 7 a 17 de outubro, e contará com mobilizações de diferentes formatos em vários países do mundo. O primeiro período, que marcará o centenário do Dia Internacional das Mulheres, será de marchas. O segundo, de ações simultâneas, com um ponto de encontro em Sud Kivu, na República Democrática do Congo, expressará a solidariedade internacional entre as mulheres, enfatizando seu papel protagonista na solução de conflitos armados e na reconstrução das relações sociais em suas comunidades, em busca da paz.
O tema das mobilizações de 2010 é “Seguiremos em marcha até que todas sejamos livres”, e sua plataforma se baseia em quatro campos de atuação sobre os quais a Marcha Mundial das Mulheres tem se debruçado. Os pontos são: Bem comum e Serviços Públicos, Paz e desmilitarização, Autonomia econômica e Violência contra as mulheres. Cada um desses eixos se desdobra em reivindicações que apontam para a construção de outra realidade para as mulheres em nível mundial.
Estão previstas também atividades artísticas e culturais, caravanas, ações em frente a empresas fabricantes de armamentos e edifícios da ONU, manifestações de apoio às ações da MMM em outros países e campanhas de boicote a produtos de transnacionais associadas à exploração das mulheres e à guerra.
No Brasil
A ação internacional da Marcha Mundial das Mulheres no Brasil acontecerá entre os dias 8 e 18 de março e será estruturada no formato de uma marcha, que vai percorrer o trajeto entre as cidades de Campinas e São Paulo. Serão 3 mil mulheres, organizadas em delegações de todos os estados em que a MMM está presente, numa grande atividade de denúncia, reivindicação e formação, que pretende dar visibilidade à luta feminista contra o capitalismo e a favor da solidariedade internacional, além de buscar transformações reais para a vida das mulheres brasileiras.
Serão dez dias de caminhada, em que marcharemos pela manhã e realizaremos atividades de formação durante à tarde. A marcha será o resultado de um grande processo de mobilização dos comitês estaduais da Marcha Mundial das Mulheres, que contribuirá para sua organização e fortalecimento. Pretendemos também estabelecer um processo de diálogo com as mulheres das cidades pelas quais passaremos, promovendo atividades de sensibilização relacionadas à realidade de cada local.
Para participar
A mobilização e organização para a ação internacional da Marcha Mundial das Mulheres no Brasil já começou. Entre os dias 15 e 17 de maio, a Marcha realizou um seminário nacional, do qual participaram militantes de 19 estados (AM, AP, AL, BA, CE, DF, GO, MA, MS, MG, PA, PB, PE, PR, RJ, RN, RO, RS e SP), além de mulheres representantes de movimentos parceiros como ANA, ASA, AACC, CONTAG, MOC, MST, CUT, UNE e Movimento das Donas de Casa). Este seminário debateu e definiu as diretrizes da ação de 2010.
Os comitês estaduais da MMM saíram deste encontro com tarefas como arrecadação financeira, seminários e atividades preparatórias de formação e mobilização, na perspectiva de fortalecimento dos próprios comitês e das alianças entre a Marcha Mundial das Mulheres e outros movimentos sociais. Neste momento, estão sendo realizadas plenárias estaduais para a formação das delegações e organização da atividade.
Para participar, entre em contato com a Marcha Mundial das Mulheres em seu estado (no item contatos) ou procure a Secretaria Nacional, no correio eletrônico marchamulheres@sof.org.br ou telefone (11) 3819-3876.
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