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É a economia, estúpido! Por Luiz Carlos Azenha
Empurrado pela crise econômica que causou um terremoto em Wall Street, o senador Barack Obama abriu 9 pontos de vantagem sobre o republicano John McCain na mais recente pesquisa eleitoral do jornal Washington Post e da rede ABC.
O democrata aparece com 52% da preferência dos entrevistados, contra 43% de McCain. Na mesma pesquisa de duas semanas atrás McCain tinha dois pontos de vantagem, 49% a 47%.
Apenas 14% dos eleitores disseram que os Estados Unidos estão "no caminho certo", o número mais baixo da série histórica desde 1973. Para 50% dos entrevistados o tema mais importante da campanha é a economia.
Obama tem maioria de 53% a 39% entre os eleitores que se consideram "independentes", um bloco decisivo nos grandes estados industriais do país, como a Pensilvânia, Ohio e Michigan. Curiosamente, a pesquisa mostra que os entrevistados preferem Obama para cuidar da economia por 53% a 39%.
John McCain, que vinha fazendo uma campanha consistente, cometeu uma das maiores gafes da temporada na segunda-feira que se seguiu à quebra do banco de investimentos Lehman Brothers, quando disse que os fundamentos da economia dos Estados Unidos estavam "sólidos". É um argumento que o presidente George W. Bush usou seguidamente ao longo dos últimos meses.
Se as dificuldades do mercado financeiro não tinham, até então, causado alarme entre os eleitores, o anúncio de que o governo pretende usar até 700 bilhões de dólares de dinheiro público para resgatar papéis podres causou comoção e revolta.
Deputados e senadores foram bombardeados por eleitores que se dizem contrários à ajuda -- ou pelo menos ao projeto como foi apresentado pela Casa Branca. Ele dá plenos poderes ao secretário do Tesouro Henry Paulson sem fazer exigências às instituições financeiras. A oposição ao pacote de ajuda no Congresso parte de republicanos e democratas, muitos dos quais vão concorrer à reeleição este ano.
Barack Obama e John McCain pediram que o Congresso faça modificações na proposta da Casa Branca. Ambos querem que o Tesouro fique sob supervisão e que o dinheiro público usado no resgate receba algum tipo de garantia de retorno. Como senadores, Obama e McCain poderão ser chamados a votar. Nenhum deles definiu, até agora, se votará contra ou a favor. É, em certa medida, uma demonstração da impopularidade da medida.
Fonte: Carta Capital
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