terça-feira, 12 de maio de 2009

Basófios museológicos

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por Guilherme Scalzilli

Representantes da falida Fundação Bienal de São Paulo e alguns galeristas solicitaram um aporte de R$ 350 mil ao Ministério da Cultura, via Funarte, para financiar a representação brasileira na Bienal de Veneza. Assim escapa-se de outro vexame internacional, inferior apenas ao vergonhoso Vazio, que abalou um respeito angariado a muito custo.
Toda essa crise histórica dos aparelhos culturais privados (e não só museus) ocorre em meio às discussões sobre o papel do Estado na gestão da cultura, através das leis de incentivo fiscal. Como em outros ramos da economia, salvadores de araque abandonam as barcas furadas (mas não aceitam entregá-las a outrem), apologistas do livre-mercado discursam sobre mesas de bar e oportunistas gatunos sugerem privatizar lucros e dividir o prejuca.
Da próxima vez que os pimpões da Bienal reclamarem de dirigismo estatal, proponho que se forme uma comissão interdisciplinar para lavar-lhes as bocas com sabão de coco.

Fonte: Blog do Guilherme Scalzilli

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