por Luiz Carlos Azenha
A eleição que se avizinha, em novembro, será a sexta escolha de um ocupante da Casa Branca que acompanharei de perto, nos Estados Unidos.
Todas as demais foram fortemente influenciadas pela situação econômica do país, com exceção da reeleição de George W. Bush, em que a segurança nacional pesou consideravelmente.
Desta vez não será diferente.
O tema número um subjacente à campanha será o preço da gasolina: 4 dólares o galão, um recorde histórico - considerada a inflação. O eleitor americano sabe que o presidente não tem poder para reduzir o preço na marra, mas liga intuitivamente os republicanos ao interesse econômico das grandes gasolineiras, dentre as quais se destaca a Exxon Mobil, cujos lucros são tema recorrente dos discursos populistas de Barack Obama.
O tema número dois subjacente à campanha será o preço das casas, principal patrimônio da família americana. Pode parecer estranho, mas os americanos gostam de calcular quanto eles são "worth", ou seja, quanto "valem". E este valor está intimamente ligado ao valor de suas propriedades. Com o estouro da bolha do setor imobiliário o valor das casas está em queda acelerada. A casa é a principal herança que o americano médio deixa para os filhos. Comprar uma casa é o principal objetivo de um casal recém-formado. Vender a casa - ou apartamento - é comum quando se quer "subir" na vida ou quando os filhos vão embora e o espaço é muito. Refinanciar a casa e pegar dinheiro vivo para comprar um automóvel ou fazer uma reforma é uma operação comum.
O eleitor americano sabe que um presidente não tem o poder de fazer o valor das casas subir. Porém, quando se vê economicamente sitiado qual é a reação natural do eleitorado dos Estados Unidos? Votar por mudança. Votar contra o partido que ocupa a Casa Branca. Acredite quem quiser: Barack Obama "corre o risco" de ser eleito presidente por ampla margem. Obama é da ala liberal do Partido Democrata. Nos anos 80, ser "liberal" era um palavrão nos Estados Unidos. Quase o mesmo que "comunista" nos anos 50. Pois o país agora caminha para ter um negro liberal na Casa Branca.
Fonte: Vi o Mundo
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