O ex-ministro Joséd Dirceu registra em seu blog a reportagem publicada nesta sexta-feira (4) em "O Estado de S.Paulo". Nela, informa-se que o chefe de gabinete da Casa Civil do governador Mário Covas, Sebastião Farias (o titular da Pasta era o secretário Robson Marinho), hoje vereador na Capital pelo PSDB, recebeu em 2002 para a sua campanha de deputado estadual, doação do empresário Romeu Pinto Júnior. Já a Folha de S. Paulo, revela que uma planilha da campanha de 1998 para reeleger o presidente Fernando Henrique Cardoso tinha o nome de empresas do grupo Alstom como prováveis doadores do PSDB.
Documentos em poder do MP da Suíça registram iniciais dos nomes de duas pessoas, supostamente encarregadas de intermediar "gratificações ilícitas" e que teriam trabalhado diretamente com o governador Mário Covas no período em que o suborno teria sido pago - uma seria o então chefe da Casa Civil, Robson Marinho, e a outra, Cláudio Luiz Petrechen Mendes.
Robson Marinho reconheceu ter assistido os jogos da Copa do Mundo na França em 1998 com as despesas pagas pela Alstom, cujos contratos com estatais paulistas, na condição atual de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, depois ele aprovou. O vereador Sebastião Farias nega ter relacionamento com o empresário Romeu Pinto Júnior e diz que nem o conhece.
"Um dos pontos que mais me chamaram a atenção no caso, hoje, é que O Estado de S.Paulo traz, com destaque, nada menos que sete notícias sobre a Varig/Varilog, assunto em que tentam enredar o governo Lula, e apenas uma discreta notícia sobre o caso Alstom e outra sobre o governo Yeda Crusius, no Rio Grande do Sul, os dois escândalos escancarados que envolvem governos tucanos", registra Dirceu.
"Já sobre a completa imobilidade do governo José Serra, em relação ao caso Alstom - protagonizado por seu partido - não me impressiono, porque não têm sido diferente desde o surgimento do escândalo. Ignoram, nenhuma providência para investigar", reclama o ex-ministro.
Caixa dois de FHC
Além do surgimento do nome de Farias no escândalo da Alstom, a imprensa também revela nesta sexta-feira que duas empresas do grupo Alstom --Cegelec e ABB-- são citadas nas planilhas eletrônicas do comitê financeiro do PSDB que deveriam abastecer o caixa dois da campanha do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso à reeleição, em 1998, informa reportagem de José Ernesto Credendio, Mario Cesar Carvalho e Andrea Michael, publicada pela Folha de S. Paulo.
Segundo a reportagem, as planilhas, tornadas públicas em 2000, atribuem ao atual secretário de Subprefeituras de São Paulo, Andrea Matarazzo (PSDB), então secretário de Energia do Estado, a missão de buscar recursos junto a empresas.
Em 1998, Matarazzo acumulou o cargo de secretário com o de presidente da Cesp (Companhia Energética de São Paulo), justamente uma das principais clientes da Alstom.
Novo contrato milionário
Nesta sexta-feira (4), a Alstom anunciou um contrato de 280 milhões de euros (708 milhões de reais) para sinalizar linhas do metrô de São Paulo.
Segundo a empresa, esse é o maior projeto de sinalização de metrô já vencido pela empresa em todo o mundo. O presidente da Alstom, Patrick Kron, esteve em São Paulo na quinta-feira para assinar o contrato e permaneceu mais um dia na cidade. A Alstom foi escolhida pelo governo de São Paulo para fornecer um sistema automatizado para as linhas 1, 2 e 3 do metrô na capital paulista. Segundo a assessoria do Metrô de São Paulo, a licitação que deu origem a este contrato foi realizada no ano passado, antes das denúncias, que começaram em maio.
A assessoria não soube informar quantas empresas participaram da licitação e disse que o critério para a escolha do vencedor foi o menor preço.
O Metrô de São Paulo tem outro contrato em andamento com a Alstom, no valor de 499 milhões de reais, para fornecimento de 16 trens que começam a ser entregues em 2009.
No processo aberto pela Justiça suíça, contrato da Alstom com o Metrô de São Paulo é um dos que aparecem sob suspeita.
De acordo com a denúncia da Justiça suíça, a Alstom teria enviado 31 milhões de dólares para empresas fantasmas e contas na Suíça e Liechtenstein que se destinariam ao pagamento de propinas a funcionários públicos no Brasil, Venezuela, Cingapura e Indonésia.
No caso do metrô de São Paulo, o Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional da Suíça afirma que o suborno teria como destino o "partido no poder" (PSDB) em São Paulo, em 1997, o Tribunal de Contas do Estado e a Secretaria Estadual de Energia.
Com infromações do Blog do Dirceu e da Folha Online
Fonte: Vermelho
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