segunda-feira, 6 de julho de 2009

Por falar em PMDB

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por Guilherme Scalzilli

Sob condições “normais”, a imolação pública de José Sarney mereceria lautos festins. Acontece que a febre moral da grande imprensa visa apenas desgastar o PMDB governista antes das disputas de 2010. É pura campanha eleitoral.

As sucursais brasilienses existem há décadas, com repórteres alimentados por centenas de fontes em todos os níveis de poder, e nenhum deles, nenhunzinho, jamais soube de falcatruas operadas por diretores do Senado antes do governo Lula (nunca é demais lembrar que Agaciel Maia esteve lá por 14 anos). O Sarney que presidiu a Casa e coordenou a base parlamentar do governo FHC (1995-97) era probo, literato e elegante.

Parece que duvidar da imprensa virou elogio ao coronel maranhense. Sei. Então tá. Proponho o seguinte: aspiremos bons fluídos republicanos, montemos na vassoura ética e investiguemos o PMDB de uma vez por todas. Que tal começar pelo quercismo?

Sugiro um levantamento dos órgãos e cargos ocupados por peemedebistas na atual gestão paulistana de Gilberto Kassab. Como se sabe, a vice-prefeita, Alda Marco Antônio, foi secretária dos “polêmicos” governos estaduais de Orestes Quércia (1987-90) e Luiz Antônio Fleury (1991-94) – aquele do massacre do Carandiru.

Alguém pode aproveitar o embalo para escarafunchar também o governo de José Serra, que se aliou a Quércia para vencer a disputa estadual e manter sólida maioria na Assembléia. Não parece razoável que uma aliança dessa envergadura tenha transcorrido sem qualquer, digamos, retribuição. Ora, deve restar alguma irregularidade, mínima que seja, escondida nos milhares de departamentos e incontáveis gabinetes dessas portentosas máquinas administrativas.

Ops. Cadê o furor investigativo? Agora deu preguiça?

Fonte: Blog do Guilherme Scalzilli

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