Foz do Iguaçu é a campeã em assassinatos de adolescentes Governador Valadares e Cariacica aparecem na sequência. A estimativa é de que 33,5 mil jovens de 12 aos 18 sejam assassinados em 267 municípios.
Por Gilberto Nascimento
Foz do Iguaçu, no Paraná, Governador Valadares, em Minas Gerais, e Cariacica, no Espírito Santo são os municípios brasileiros com os maiores índices de assassinatos de adolescentes no País. Em uma análise entre 267 cidades brasileiras com mais de 100 mil habitantes, Foz do Iguaçu aparece em primeiro lugar com 9,7 homicídios para cada mil adolescentes de 12 aos 18 anos.
Governador Valadares vem na seqüência com a taxa de 8,5 por mil e Cariacica, em terceiro, com 7,3. (Clique aqui para ver as tabelas). Em números totais, a estimativa de mortes por homicídio de adolescentes num período de sete anos é de 446 em Foz do Iguaçu, 327 em Governador Valadares, e 393 em Cariacica. Entre os 267 municípios, a expectativa é de que 33,5 mil sejam assassinados entre 2006 e 2012.
Esses dados constam de um índice de homicídios na adolescência (IHA) elaborado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), a Secretaria Especial de Direitos Humanos e a ONG Observatório de Favelas, divulgado na manhã de hoje (21/7), no Hotel Nacional, em Brasília.
A primeira capital a aparecer na relação é Maceió, em 9º. lugar, com uma taxa de 6,0 e o total de 826 assassinatos de adolescentes. Recife vem em seguida, em 10º. lugar, também com a taxa de 6,0 e o total de 1263.
Entre os 20 municípios com os maiores índices de homicídios na adolescência, cinco pertencem ao estado de Minas (Governador Valadares, Contagem, Ibirité, Betim e Ribeirão das Neves) e quatro do Espírito Santo (Cariacica, Linhares, Serra e Vila Velha).
O cálculo segue a lógica dos índices de mortalidade e aplica taxas específicas de homicídio por idade entre 1.000 adolescentes na faixa inicial: 12 anos. E mostra quantos adolescentes serão vítimas de homicídio antes de completar 19 anos.
Além de revelar a incidência dos assassinatos contra adolescentes no ano considerado, o IHA também estima o número de homicídios durante sete anos, caso a situação nesses municípios não seja alterada. As análises são feitas sempre entre o número de 1000 adolescentes (na idade inicial), para preservar a comparabilidade entre municípios de tamanho diferente. As fontes para o cálculo são o Sistema de Informações de Mortalidade do Ministério da Saúde e os dados do IBGE.
O estudo também mostra que a probabilidade de o adolescente ser vítima de homicídio é quase doze vezes superior para o sexo masculino, em comparação com o feminino, e mais do dobro para os negros em comparação com os brancos. O risco de homicídio cresce até a faixa de 19 a 24 anos e depois diminui. A maior parte dos homicídios é cometido por arma de fogo.
Depois de Maceió e Recife, aparecem entre as capitais o Rio de Janeiro, com a taxa de 4,9 assassinatos por mil (e o total de 3423); Vitória, com o índice de 4,3 (e o total de 190); e Porto Velho (RO), com 4,2 (e 259, no total). No Rio de Janeiro, estima-se que um total de 3.423 adolescentes serão assassinados num período de sete anos.
Fonte: Carta Capital
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