quarta-feira, 8 de julho de 2009

Impostos estaduais crescem o dobro do federal em relação ao PIB

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A descoberta foi ao flagar no G1 manipulação da informação sobre a carga tributária em relação ao PIB.

Direto do FBI*

Matéria do G1 com o título "Carga tributária soma 35,8% do PIB em 2008 e volta a bater recorde" escreve besteira e omite informações relevantes, como demonstrarei a seguir.

É verdade que a soma é 35,8% do PIB? Que é recorde? Que esse valor engloba os valores da União, dos Estados e dos Municípios?

Tudo isso é verdade. Inclusive que os principais motivos foram o bom nível da atividade econômica, além do trabalho de combate à sonegação fiscal da Receita Federal. Coisa que só aparece quase no final da matéria.

Entretanto, a manipulação da matéria se dá em dois aspectos:

1. o tom ideológico, com peso negativo, exclusivamente em cima do Governo Federal, inclusive ao comparar com outros países, como o Japão e os EUA; comparação essa absurda, já que os gastos públicos dos EUA, em saúde, não são universais como o SUS, no Brasil, como exemplo. Reparem que a fala do Raul Veloso - que teve alto cargo no governo Collor - compara os serviços de saúde do SUS, com os da Inglaterra e da França e não dos EUA e Japão. Agora vejam se Inglaterra e França estão na lista de menores "cargas tributárias" apresentada na matéria...

2. ao esconder a informação - que será dada somente pelo FBI, neste momento - de que o crescimento do total de impostos estaduais e municipais foi bem maior do que o crescimento dos impostos federais. No caso dos impostos estaduais, o percentual de crescimento foi exatamente o dobro do federal.

Abaixo, a tabelinha que fundamenta essa afirmação.

% do PIB

Imp. Federal Imp. Estaduais Imp. Municipais

2007 24,33 8,8 1,59
2008 24,92 9,23 1,64
2008/2009 2,42
4,89 3,14

Visto isso, proponho uma campanha para que os Governadores Serra, Aécio, Sérgio Cabral, Yeda Crusius, Luiz Henrique e Requião, entre outros e outras, reduzam as elevadas alíquotas de ICMS, principalmente porque são as que mais incidem sobre a população mais pobre, pois estão embutidas no preço do feijão e do arroz.

É por isso que a Reforma Tributária, que o Governo Federal quer aprovar, está parada no Congresso Nacional. Porque não interessa, aos Governadores e Governadoras, reduzir suas cargas tributárias. Ainda que, no discurso, assaquem contra o Governo Federal, de forma sistemática e farisaica.

Convido as Organizações Serra para participar dessa campanha, incluindo o Raul Veloso, a Míriam Leitão, o Sardenberg e demais arautos do farisaísmo tributário.


Leia mais no FBI, tocado pelo diligente Augusto da Fonseca.

*FBI, para quem está chegando agora, é o Festival de Besteiras da Imprensa.

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