terça-feira, 6 de maio de 2008

SOS Corpo lança programas de rádio para combater a violência contra a mulher

Por Redação Fórum

O SOS Corpo - Instituto Feminista para a Democracia está distribuindo mais uma produção para o enfrentamento da violência contra a mulher. Desta vez, são três programas de rádio, intitulado Programa Ação Mulher, que trazem depoimentos de vítimas e entrevistas com feministas. O objetivo desse material é dar visibilidade aos direitos das mulheres e a luta pela conquista de proteção e garantias.
Confira as sinopses dos programas e baixe o arquivo


Programa 1 - O que é a violência contra as mulheres
A partir da história da personagem Rosa, os (as) ouvintes descobrem nessa radionovela o universo que permeia as mulheres agredidas. Subordinada ao marido, Rosa agüenta em silêncio as agressões, na tentativa de preservar os filhos. Até conseguir fugir em direção à delegacia, passam-se 15 anos. Uma realidade dura, porém, mais comum do que se imagina. Segundo pesquisa da Fundação Perseu Abramo, uma mulher é agredida a cada 15 segundos no Brasil. E o que é pior, a violência, na maioria das vezes, parte de pessoas próximas, alguém da família ou de confiança.

O que fazer diante dessa situação? A quem recorrer? As feministas defendem que “em briga de marido e mulher, é preciso meter a colher”. Para que casos como o de Rosa não fiquem impunes, os movimentos feministas saem às ruas realizando passeatas, vigílias, audiências públicas e abaixo-assinados. A pesquisadora do SOS Corpo, Verônica Ferreira, argumenta que “é preciso políticas públicas em vários campos para que a mulher saia da situação de violência. Esse é um problema público, portanto, é responsabilidade do Estado brasileiro enfrentá-la".

Programa 2 – A Lei Maria da Penha numa perspectiva feminista
Direitos conquistados pelas mulheres. Em 1983, depois de ser baleada, eletrocutada e sofrer tentativas de afogamento, a biofarmacêutica Maria da Penha chamou atenção para a violência brutal sofrida pelas mulheres. A Justiça só prendeu o marido, acusado pelo crime, após vinte anos. Isso aconteceu porque o Governo Brasileiro foi denunciado pelo Movimento Feminista na Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos. A denúncia, por sua vez, impulsionou a criação da lei 11.340 de 2006, a chamada Lei Maria da Penha, um instrumento de luta do movimento, que obriga o Estado a se comprometer com o fim da violência contra as mulheres.

O movimento feminista luta há mais de 30 anos para transformar a visão do Estado e da sociedade sobre a violência sofrida pelas mulheres. Com a Lei Maria da Penha, os direitos das mulheres ganharam legitimidade. A legislação passou a contribui para mudar a visão de juízes, advogados, policiais e profissionais da saúde que atendem mulheres em situação de violência. E o conceito de família também mudou com a Lei. De acordo com Milena Calazans, assessora técnica do Centro Feminista de Estudos e Assessoria (Cfemea), “a lei reconhece que a família pode ser formada a partir de uma relação íntima de afeto. Se duas pessoas do mesmo sexo compartilham esse sentimento, são consideradas uma família. Isso representa um grande ganho na questão do direito civil”.

Programa 3 - Transformar a cultura pelo fim da violência contra as mulheres
O que o movimento feminista defende é que as mulheres sejam livres para decidir sobre suas vidas. Na cultura machista, no entanto, o que cada mulher deve fazer é mostrar que dá conta da casa e da harmonia na família. Pode parecer que não, mas as mulheres sofrem violência psicológica dos pais, namorados ou maridos, se deixam de ser, ou fazer o que eles querem. Isso também acontece com colegas de trabalho e desconhecidos. Com o passar do tempo, muitas mulheres começam a ver que não tem direito a decidir sobre a própria vida.

Diretora do Instituto da Mulher Negra de São Paulo e participante da articulação de mulheres negras, Suely Carneiro acredita que “a idéia da superioridade masculina está projetada na sociedade com a cultura, e de forma especial, na religião. Sexismo e racismo são fontes de violência, discriminação e exclusão e por isso devem ser energicamente combatidos”. As feministas defendem que é preciso romper o silêncio e denunciar até que a violência seja inaceitável e deixe de ser vista como algo natural.


Os interessados em obter uma cópia do CD, devem entrar em contato:
SOS Corpo - Instituto Feminista para a Democracia
Rua Real da Torre, 593 - Madalena / 50610-000 - Recife/PE
Fone: ( 55) 81 3087.2086 / Fax: ( 55) 81 3445.1905
E-mail: sos@soscorpo.org.br

Redação Fórum - Fonte: Revista Fórum


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