sexta-feira, 16 de maio de 2008

Notícias de Gaza

Recém-nascidos, as novas vítimas de Israel


por Georges Bourdoukan


O cerco israelita a Faixa de Gaza está prejudicando os recém-nascidos. A falta de alimentos e medicamentos está criando uma geração de crianças anêmicas.

A afirmação é do Dr Salah al-Rantisi, chefe do departamento de saúde da mulher no Ministério da Saúde da Palestina na Faixa de Gaza. “As mães estão se tornando anêmicas porque faltam alimentos durante a gravidez”.

Tudo isso é uma conseqüência do bloqueio israelita. Falta desde água potável a energia elétrica, de medicamentos a alimentos.
Dr. al-Rantisi dirige a unidade de saúde da mulher no hospital Nasser, onde cerca de 30 a 40 crianças nascem todos os dias. Muitos sofrem de anemia, diz ele.

Muitas mães têm perdido seus bebês porque não conseguem transporte, por falta de combustível, até os hospitais.Alem disso "Existem muitos casos de mulheres grávidas que necessitam de medicamentos que não estão disponíveis em Gaza", disse al-Rantisi.

O Banco Mundial disse no mês passado que a taxa de pobreza em Gaza está agora perto de 67 por cento..

A agência das Nações Unidas para os refugiados palestinos, UNRWA, relatou que o número de crianças anêmicas em Gaza é de 77,5 por cento.E que essas crianças recebem, em média, apenas 61 por cento de sua necessidade diária de calorias.
Até agora, de acordo com o ministério da saúde, 146 palestinos já morreram em conseqüência do cerco israelense.

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NÃO EXISTE UMA "NAÇÃO ÁRABE"

Leitores querem saber porque os “países árabes” não ajudam os palestinos.
Eu já expliquei aqui e já escrevi na Revista Caros Amigos que não existe uma nação árabe, assim como não existe uma nação portuguesa.

Explico: existem países de língua árabe, assim como existem países de língua portuguesa. E mais: há muita mais semelhança entre os países de língua portuguesa do que entre os países de língua árabe.

Até na culinária os países de língua portuguesa são mais semelhantes entre si do que os países de língua árabe. Um exemplo é a feijoada, que pode ser apreciada em Portugal, Angola, Moçambique, Guiné Bissau, Brasil, etc.

Já o mesmo não se pode afirmar em relação aos países de língua árabe. Vocês já imaginaram um beduíno apreciando um quibe frito no deserto? Com certeza correria risco de vida.

Portanto, aqueles que insistem em falar na existência de uma única nação árabe, ou não conhecem História e Geografia, ou são mal intencionados.

É verdade que vez ou outra dirigentes de países árabes pontuam seus discursos em nome de uma suposta “nação árabe”. Alguns o fazem com sinceridade, mas para a maioria, não passa de uma fórmula demagógica para desviar a atenção sobre problemas diários que eles são incapazes de resolver.

Em geral, tais dirigentes não passam de ditadores que não medem brutalidade para oprimir seu povo. E são esses mesmos ditadores que abominam qualquer movimento democrático e estão sempre culpando um inimigo externo.

Por isso, quem supõe que os países de língua árabe podem ajudar os palestinos, engana-se. Os palestinos representam a antítese desses governantes. Os palestinos são o que há de mais novo que surgiu no Oriente Médio, razão pela qual eles assustam não somente o governo de Israel como também os governos “árabes”.

Supor que reis, príncipes, ditadores e, vá lá, presidentes que governam países árabes podem ajudar os palestinos, é o mesmo que acreditar que um empresário vai dividir sua empresa com os operários ou um latifundiário vai dividir suas terras com o MST.

Essa é a realidade. O resto... bem, o resto é o resto!
Voltarei ao assunto.

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Fonte: Blog do Bourdoukan

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