Fonte: Blog das Américas
US Navy
O navio de assalto anfíbio USS Kearsarge fará uma das primeiras missões da Quarta Frota dos Estados Unidos, cuja reconstituição foi anunciada no mês passado pelo Pentágono com o objetivo de atuar na América Latina e no Caribe.
A informação foi divulgada pelo Comando Sul que, desde Miami, é encarregado das ações militares dos Estados Unidos na região.
O Kearsarge visitará 12 portos do Caribe, em operações voltadas para a porção norte da América do Sul e alguns portos da América Central.
"Nessa região não há conflitos no mar ou qualquer coisa assim. Então nosso foco é em construir relacionamentos e melhorar operações com as marinhas e guardas costeiras da região", disse o contra-almirante James W. Stevenson Jr., comandante das forças navais do Comando Sul.
A Quarta Frota, criada em 1943 para proteger os Estados Unidos de ataques de submarinos durante a Segunda Guerra Mundial, foi desativada em 1950. Renasceu 58 anos depois, com o comando operacional instalado no porto de Norfolk, no estado americano da Virgínia.
De acordo com Stevenson, o principal objetivo dela será o de manter abertas as linhas marítimas na América Latina. Ele lembrou que “40% do comércio americano é feito com aqueles países e 50% do petróleo chegam daquela região.”
O restabelecimento da frota levou o presidente de Cuba, Fidel Castro, a escrever no jornal oficial do Partido Comunista, o Granma, que se trata de um “recado à Venezuela” e a outros países da região.
Os militares americanos, no entanto, falam em prestar assistência humanitária. “Médicos, dentistas e gente de organizações não governamentais vão embarcar e vamos tentar prestar assistência e treinamento médico no Caribe e também na América Central e do Sul”, disse o contra-almirante Stevenson.
Ele também lembrou que são comuns, na região, terremotos, deslizamentos de terra, incêndios florestais e enchentes.
O Kearsarge tem capacidade para receber até 600 pacientes. Do navio podem desembarcar tropas, tanques, caminhões, artilharia, munição e outros equipamentos. A pista de pouso comporta helicópteros e caças.
Os Estados Unidos contam com bases militares em Porto Rico, Honduras e em Guantánamo, Cuba.
Também utilizam os chamados “postos de operação avançada” em El Salvador, nas Antilhas Holandesas - bem diante da costa da Venezuela - e no Equador.
Essa presença é justificada como necessária ao combate ao narcotráfico originário da Colômbia, Peru e Bolívia.
No ano que vem vence o tratado que permite ao Pentágono usar parte da base aérea de Eloy Alfaro, em Manta, no Equador. O presidente Rafael Correa diz que o acordo não será renovado.
Os governos de Correa, Evo Morales e Hugo Chávez tem tido uma relação tumultuada com os Estados Unidos. Os três países controlam algumas das maiores reservas de petróleo e gás natural da América Latina.
Chávez diz que os Estados Unidos estão por trás de movimentos separatistas promovidos nos três países. Na Bolívia, o departamento de Santa Cruz votou recentemente um estatuto autonômico que retiraria poderes do governo central boliviano.
No estado de Zulia, na Venezuela, e na província de Guayas, no Equador – onde fica Guayaquil - políticos locais também têm projetos autonômicos, que dizem não ser de caráter separatista.
O principal aliado militar dos Estados Unidos na região é a Colômbia, que há alguns meses desencadeou uma crise diplomática ao violar a fronteira do Equador para atacar um acampamento das FARC - as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia.
O Equador diz que a Colômbia usou aeronaves e armamento norte-americano no ataque. A Colômbia nega. Os dois países não reataram relações diplomáticas, como havia sugerido a Organização dos Estados Americanos (OEA) como primeiro passo para acabar com a crise.
O Brasil promove a formação de um Conselho Sul-americano de Defesa, um órgão consultivo cujo projeto surgiu antes do ataque colombiano ao Equador.
US Navy
Fonte: Blog das Américas - por Luiz Carlos Azenha
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