sábado, 31 de maio de 2008

Ex-porta-voz publica livro arrasador contra Bush

Scott McClellan, ex-assessor de imprensa de George W. Bush por quase uma década, escreveu em seu novo livro de memórias que a guerra no Iraque foi vendida à população dos EUA apoiada em um forte aparato de campanha, com o objetivo de "manipular as fontes de opinião pública" para "esconder o motivo principal de entrar em guerra", informaram alguns dos principais sites de notícias americanos na última quarta-feira (28).

O livro de McClellan, que foi secretário da imprensa da Casa Branca entre 2003 e 2006 e cuja carreira política é ligada ao passado de Bush ainda no Texas, conforme informa o New York Times, é intitulado "What Happened: Inside the Bush White House and Washington's Culture of Deception" ("O que aconteceu: por dentro da Casa Branca de Bush e a Cultura da Ilusão de Washington", em tradução livre) e não poupa críticas a assessores de primeiro escalão do presidente Bush.

Já a secretária de Estado Condoleezza Rice, descreve McClellan em suas memórias, era bastante preocupada em sempre "manter as mãos limpas". O próprio Bush, segundo o Washington Post, é descrito como um fantoche que se "precipitou" em uma guerra inútil no Iraque, porém inteligente o suficiente para o cargo.

McClellan, de 40 anos, considera que o povo americano já concluiu "que a decisão de invadir o Iraque foi uma grande falha estratégica". "Ninguém pode saber com certeza como essa guerra será julgada dentro de algumas décadas, quando poderemos compreender verdadeiramente seu impacto. O que digo é que a guerra deve ser travada somente quando ela é necessária, e a do Iraque não era," ressalta o autor.

Ele aponta as baterias também contra o antigo conselheiro de Bush Karl Rove e o chefe da equipe do vice-presidente Cheney, Lewis "Scooter Libby," denunciando os dois por terem ludibriado a assessoria de imprensa do governo, por terem tentado esconder do país os papéis que desempenharam no escândalo da divulgação da verdadeira identidade da ex-agente da CIA, Valerie Plame.

McClellan, nascido no Texas de uma família muito politizada, começou a trabalhar para Bush quando o atual presidente era governador desse estado. Também foi porta-voz da campanha presidencial de Bush em 2000, e secretário adjunto de imprensa da Casa Branca entre janeiro de 2001 e julho de 2003, quando se tornou o principal porta-voz da Presidência.

Renunciou — ou foi destituído — em abril de 2006 e deixou suas funções um mês depois, quando surgiu o escândalo Valerie Plame, esposa de um crítico da guerra do Iraque, o diplomata Joseph Wilson.

Fonte: Vermelho


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