quinta-feira, 8 de maio de 2008

“O nosso padrão de consumo é insustentável”

Por Brunna Rosa

Durante oficina realizada na III Conferência Nacional do Meio Ambiente (CNMA), em Brasília, Hamilton Pereira, secretário de Articulação Institucional e Cidadania Ambiental do Ministério do Meio Ambiente e coordenador da Conferência, falou sobre o processo de constituição da terceira edição do encontro e as expectativas. “O grande desafio e discutir e implementar a sustentabilidade sócio-ambiental na cultura do desenvolvimento do século XXI”, afirmou o coordenador após falar sobre os índices de crescimento do Brasil e o ritmo de consumo e afirmar que o nosso padrão de consumo é insustentável.

Conferência

Cerca de 2 mil representantes de governos, empresas e sociedade civil começam a discutir ações e políticas públicas para enfrentar os impactos do aquecimento global no Brasil. Até sábado, os delegados da CNMA, que tem como tema as mudanças climáticas, pretendem chegar a um consenso sobre sugestões para subsidiar o Plano e a Política Nacional de Mudança do Clima, aguardado ainda para este ano. “A conferência não é um evento e sim um processo, que envolveu ao todo, durante sua preparação e construção, 115 mil pessoas que discutiram e pensaram a respeito do meio ambiente e das mudanças climáticas”, afirmou Hamilton Pereira acerca do evento que foi presidido de 170 conferências regionais. Durante a avaliação das edições anteriores e as expectativas em relação à terceira edição, Pereira afirmou que houve um processo de descentralização da Conferência e que pela primeira vez conseguiram realizar eventos em todos os estados para elegerem os delegados. “Houve adesões importantes, que abriram horizontes para o espaço da ação popular. Há mais delegados dos movimentos sociais e um aumento dos representantes do setor empresarial, mas ainda não atingimos os 30% destes”, argumenta o coordenador. A composição da conferência respeita a seguinte proporção: 50% das duas mil vagas para os delegados eleitos nas conferências estaduais, 30% para representantes do setor empresarial e 20% para representantes das esferas dos três poderes. “A Confederação Nacional da Indústria e a Confederação Nacional da Agricultura optaram por não participar da Conferência. Considero isso perigoso”, desabafa Hamilton Pereira, que insistiu durante sua apresentação sobre as formulas a serem testadas nesse processo de reconstituição da democracia. “São testes para aprimorar e intensificar a participação democrática. Ao Estado, cabe o papel de indutor das questões”, exemplificou.Fonte: Revista Fórum
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