Dezenas de estudantes foram agredidos, ocorrendo pelo menos uma prisão. Há imagens no Youtube mostrando a chegada das viaturas (aqui) e as agressões dos policiais (aqui), sob protestos gerais.
O comando da PM falou em “apologia ao crime”, supostamente cometida pelos cartazes do filme, ou talvez por seu próprio teor “subversivo”. A tese da apologia, que sempre serve para reprimir protestos contra a legislação proibicionista e já embasou a prisão do grupo Planet Hemp, não passa de uma bobagem retórica e um instrumento legal remanescente do autoritarismo, incompatível com a estabilidade do regime democrático. Vigorando a liberdade de expressão, não há qualquer forma de apologia na criação humana.
Esse tipo de violência contra a democracia é digno de regimes totalitários. A administração Aécio Neves (PSDB), tratada como excepcional pela imprensa do Sudeste, tem a obrigação moral de responder pelos inaceitáveis gestos de seus servidores.
“Grass”
Estudo crítico sobre a demonização da maconha, acompanha o surgimento da legislação repressiva nos EUA e sua disseminação para o resto do planeta. Através de extensa pesquisa iconográfica, o filme expõe o ridículo da propaganda governamental antidrogas, desde os primeiros comerciais, dos anos 1920.
Mostra ainda os vários casos de censura, prisões ilegais, perseguições a atores, músicos, escritores e ativistas, histeria institucionalizada e muita manipulação demagógica nos pseudo-documentários que abriam as sessões de cinema e entremeavam as atrações na televisão recém-nascida. Não poderiam faltar, evidentemente, os exemplos de contaminação por essa propaganda repressiva nas produções de ficção, inclusive hollywoodianas.
O documentário ajuda a demonstrar que a criminalização do usuário de maconha (uma erva de comprovadas propriedades medicinais, utilizada há milênios) é uma excrescência jurídica e um equívoco histórico. Quase todos os países da Europa, o Canadá e até algumas regiões dos EUA já abandonaram a legislação repressiva, após concluir que é justamente a proibição que leva à criminalização do usuário, à marginalidade e, no limite, à violência.
“Grass” pode ser assistido no Youtube, dividido em várias partes, infelizmente sem legendas. A primeira parte está disponível neste link. Outras informações podem ser obtidas junto à produtora do filme, a Sphinx. Sobre a luta pela legalização, procure a Marcha da Maconha ou a página do deputado Fernando Gabeira.
Fonte: Blog do Guilherme Scalzilli
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