por Márcia Pinheiro
O Copom do Federal Reserve reúne-se na quarta-feira 30. Há grande expectativa sobre a decisão da equipe comandada por Ben Bernanke. A maioria das previsões aponta para mais uma queda do juro, de 0,25 ponto porcentual, para 2% ao ano. A taxa básica brasileira está em 11,75%. O diferencial é imenso.
Daí porque não vai ser estranho o País registrar um novo déficit em conta corrente, que será divulgado na segunda 28. Há um consenso de que o entra-e-sai da moeda americana no País terá um saldo negativo de 2,8 bilhões de dólares. O rombo está em ascensão, pelo evidente fato de as exportações se tornarem menos competitivas (vide resultado da Vale) e é vantajoso para as multinacionais remeterem lucros e dividendos às matrizes, com o dólar a 1,65 real. Barbada.
O câmbio deixou de ser manchete, em função da crise da oferta de alimentos mundial. Mas é o pano de fundo para as distorções da economia brasileira. Os exportadores podem se virar, aumentar a produtividade ou aproveitar o juro dos famosos ACCs (Adiantamento de Contrato de Câmbio). Mas é como dar nó em pingo d’água. Cedo ou tarde, o estrago estará feito.
Dica econômico-cultural
O site RGE Monitor, do economista Nouriel Roubini, é um dos mais completos panoramas da economia global. Para análises detalhadas, é preciso ser assinante. Mas são abertos o blog de Roubini e o Latin America EcoMonitor, com artigos de especialistas latino-americanos sobre a região. Confira.
Na batida da semana
Além da reunião do Fed e do resultado das contas externas brasileiras, destaco o IGP-M de março, que sai na terça 29. De 0,74% naquele mês, vai cair para alguma coisa ao redor de 0,50% em abril. Seria boa notícia, não fosse o fato de o Copom já ter “tabelado” a alta do juro até o fim do ano.
Dos Estados Unidos, vem o crescimento do PIB no primeiro trimestre do ano. Ainda é prévia, mas vai cair à metade do pífio de aumento de 0,6% da previsão anterior. Atenção, ainda, aos dados do mercado de trabalho nos EUA, que serão divulgados na sexta 2 de maio. Vem mais confusão por aí, com aumento do desemprego de 5,1% para 5,2% em abril e fechamento de cerca de 75 mil postos de trabalho.
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