A Associação da Parada do Orgulho GLBT de São Paulo (APOGLBT) começou a distribuição dos cartazes com a arte oficial do 12a. Mês do Orgulho GLBT de São Paulo. O mês de atividades culmina com a Parada, manifestação prevista para o dia 25 de maio, que levará à Avenida Paulista o tema "Homofobia Mata! Por um estado laico de fato".
Maio terá ainda a 8a. Feira Cultural, na Praça da República, o Gay Day no Playcenter e um Ciclo de Debates, entre outras atividades.
A arte buscou traduzir a contundência do tema sem perder a delicadeza. A imagem principal, sobre um fundo sujo com destaque para letreiro forte e marcante, é uma montagem fundindo a figura humana com uma borboleta. A imagem remete a uma posição física de vulnerabilidade e sofrimento, ao mesmo tempo que expressa a beleza da borboleta. Não faltou o arco-íris, símbolo do movimento GLBT, em registro maculado.
O autor da imagem, o psicólogo Ricardo Gamboa, 26 anos, ressaltou a carga subjetiva, aberta às mais diversas leituras, que o cartaz carrega como vantagem. "A borboleta surgiu como uma expressão de tudo que a homofobia mata, ou seja, a liberdade de ir e vir, a liberdade de expressão, e a liberdade de fazer com o corpo e com a vida o que bem entendemos", afirmou Gamboa, que é coordenador de projetos da APOGLBT e tesoureiro adjunto. Ele diz também que as asas sempre expressam o poder de voar e ir aos lugares sonhados por nossa imaginação e traduz o fundo sujo como um muro pichado, que representa as dificuldades enfrentadas.
O presidente da APOGLBT, Alexandre Santos, o Xande, falou da emoção imediata que o cartaz surtiu na equipe da Associação. A imagem remeteu sua interpretação, de imediato, às cerca de 30 mortes de travestis ocorridas só neste início de ano. Embora Gamboa não soubesse, a borboleta costuma ser utilizada como símbolo da luta de pessoas transexuais.
Uma primeira tiragem, de cerca de mil exemplares do cartaz, foi confeccionada e distribuída para alguns bares e casas noturnas do centro de São Paulo. Está em negociação a distribuição dos cartazes nas estações de metrô.
Fonte: Revista Fórum
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