Por Redação Revista Fórum
"A América Latina tem que mostrar ao mundo as conseqüências dos programas econômicos neoliberais aplicados na região", disse Naomi Klein, durante a apresentação de seu livro The Shock Doctrine: The Rise of Disaster Capitalism (A doutrina do choque: O auge do capitalismo do desastre, em tradução livre), na Feira do Livro de Buenos Aires.
A jornalista canadense e militante da corrente contra a globalização neoliberal é uma das teóricas do movimento surgido em Seattle, em 1999. Um marco nesse sentido foi seu primeiro livro, No Logo, publicado em 2000, uma análise do lado obscuro das marcas das multinacionais.
O novo livro em que Klein contrapõe com fatos e documentos os postulados do guru neoliberal Milton Friedman e de seus "Chicago's Boys", "não poderia ter sido escrito se eu não tivesse vivido em Buenos Aires durante a crise" posterior à queda do governo de Fernando de la Rúa, em dezembro de 2001.
Para a autora, que viveu um ano na Argentina a partir de 2002, foi decisivo ver como, em um momento de comoção política, social e econômica, se ativou em muitos argentinos "a memória histórica de resistir a todas as tentativas das crises" da mão de postulados neoliberais.
Klein contou também que recebeu o "presente" de ter vivido no país antes da invasão do Iraque, porque lhe deu um olhar distinto ao que tinham no Canadá ou Europa sobre a guerra então iminente, pois alguns argentinos apontaram um paralelismo com o que havia sido a ditadura (1976-1983).
A história do neoliberalismo "não é a que narram os vencedores", ou seja, os beneficiados pelas receitas de brutal impacto social, disse Klein, e por isso a "América Latina tem que ensinar ao mundo, em um panorama mais amplo", as conseqüências sofridas pela aplicação desses "projetos tão violentos".
Fonte: Revista Fórum
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