Não é ficção. Mas daria um filme: em 1968, o americano John Perkins saiu da faculdade de economia com os mesmos sonhos de qualquer americano típico – casar, ter família, vencer na vida. Uma única coisa o diferenciava, a vontade de conhecer o mundo e, talvez mais importante, a oportunidade de recrutamento oferecida por um amigo de seu sogro, o “Tio Frank”, figurão da Agência Nacional de Segurança dos EUA. Para isso, o jovem Perkins submeteu- se a uma bateria de entrevistas extenuantes que incluíam testes psicológicos e detectores de mentira, antes de ser aconselhado pelo próprio Tio Frank a ser voluntário no Corpo de Paz do Exército americano no Equador. No Equador, ele foi procurado pelo vice-presidente da Chas. T. Main, uma empresa de consultoria internacional, que lhe ofereceu uma vaga – dando a entender que a mando da Agência Nacional de Segurança. Assim, Perkins começou a trabalhar para a Main, que fazia avaliações do potencial de crescimento de países subdesenvolvidos caso organismos como o Banco Mundial concedessem empréstimos vultosos para esses países investirem em obras de infra-estrutura, a ser realizadas por empresas americanas. |
Na verdade, o que Perkins fazia era escrever relatórios exageradamente otimistas para balizar empréstimos, prevendo que com isso os países iam fl orescer maravilhosamente. Como lhe explicou sua “professora” Claudine, consultora especial da Main, Perkins se tornava um “sabotador econômico”: “Somos muito bem pagos para enganar países ao redor do mundo e subtrair-lhes bilhões de dólares. Uma grande parte do trabalho é encorajar os líderes mundiais a fazer parte de uma extensa rede de conexões operacionais que promovem os interesses comerciais americanos. No fi nal das contas, tais líderes acabam enredados nessa teia de dívidas que assegura a lealdade deles”. Como sabotador econômico durante toda a década de 70, Perkins conheceu líderes mundiais, freqüentou rodas de ricos empresários, ajudou a selar empréstimos e fechar acordos comerciais na Indonésia, no Panamá, na Arábia Saudita, no Irã e na Colômbia. Foi bem-sucedido em quase todos os países, embora começasse a descobrir também as conseqüências do seu trabalho – a consolidação de um império mundial que empobrece a maioria ao mesmo tempo em que concentra riqueza nas mãos de poucos. Pesou na consciência. Desistiu, andou por outros negócios, até que resolveu escrever um livro, Consciousness of an Economic Hit Man (Consciência de um Sabotador Econômico), no qual contaria, principalmente, que o endividamento de países em desenvolvimento era deliberadamente arquitetado pela Casa Branca para obter o controle desses países. Era 1987, mas o livro não sairia até 2003. Foi interrompido por uma irrecusável “oferta”. Perkins foi convidado para se tornar conselheiro da Stone & Webster Engeneering Company, então uma das maiores empresas de construção do mundo. Seu trabalho: não fazer nada, a não ser deixar de lado qualquer plano de publicar o livro. Passaram-se ainda quinze anos até ruírem as torres gêmeas do World Trade Center, em 11 de setembro de 2001, fato que levou Perkins a rever o seu passado e chegar a um forte sentimento de culpa por ter contribuído para a construção do império que tantos danos causara ao mundo a ponto de provocar reações tão violentas. Retomou então o livro, agora com outro título: Confessions of an Economic Hit Man (Confi ssões de um Sabotador Econômico), lançado no Brasil pela editora Cultrix com o título Confi ssões de um Assassino Econômico (outra tradução possível). Nesta conversa com Caros Amigos, Perkins relembra a sua história e alerta: há hoje muito mais sabotadores (ou assassinos) econômicos do que na sua época.
por Natália Viana
Qual é a história dos sabotadores econômicos? Por que essa “carreira” foi criada?
Foi o trabalho dos sabotadores econômicos que criou o primeiro império verdadeiramente global – e sem ter que usar as forças militares. Os sabotadores econômicos nasceram em 1951, quando Kermit Roosevelt, neto de Theodore Roosevelt, foi enviado para o Irã para derrubar do poder o xá Mossadegh. O governo americano estava com medo de que, se mandasse os militares para o Irã, isso causaria uma guerra contra a Rússia, e a Rússia era uma potência nuclear. Então, a CIA fez uma experiência, enviando Kermit Roosevelt, e ele foi muito bem-sucedido, conseguiu derrubar o presidente eleito democraticamente, que estava se opondo às companhias petrolíferas americanas. Foi substituído pelo xá Mohammad Reza, que era um grande camarada das empresas de petróleo.
Como ele fez isso?
Ele contratou gente para organizar protestos e passeatas, boicotes, marchas pelas ruas, e assim fez o Mossadegh parecer impopular. Esse padrão se mostrou muito mais seguro e menos caro para obter o controle de outros países do que os meios militares. O problema é que o Roosevelt era um agente da CIA, e isso poderia ser um problema para os Estados Unidos. Em vez disso, a nova política era que esse tipo de trabalho seria contratado por empresas privadas. Quando eu entrei em cena, no final dos anos 60, o trabalho era feito somente por empresas privadas. Mas como esse trabalho – uma missão estratégica – passou para a mão de empresas? Como as empresas se tornaram tão cúmplices do governo? Nos Estados Unidos acontece o que chamamos de “porta giratória”: quem está no comando das grandes corporações sempre recebe cargos no alto escalão do governo por alguns anos, e depois volta para o mundo corporativo. Agora, na administração Bush, todo mundo do alto escalão, incluindo o próprio Bush, a Condoleezza Rice, Dick Cheney, Donald Rumsfeld, veio dos grandes negócios: petróleo, laboratórios farmacêuticos etc. As grandes corporações e os governos trabalham muito proximamente, o que torna fácil o governo contratar empresas privadas para fazer o tipo de trabalho dos sabotadores econômicos.
Quando você começou na Main, havia muitas empresas fazendo esse trabalho?
Havia outras empresas fazendo isso, tenho certeza de que a Bechtel, a Halliburton, a Stone & Webster, Brown & Root, mas só posso falar seguramente sobre o que aconteceu comigo. Não tínhamos muito contato uns com os outros, era um esquema muito inteligente. E, quando jantava no Rio de Janeiro, em Jacarta ou Caracas, eu sabia que a pessoa com quem estava trabalhando era um sabotador econômico, mas na verdade o cargo ofi cial dele era, por exemplo, economista-chefe, como eu, ou consultor econômico, ou especialista financeiro.
Como você se tornou um sabotador econômico?
Quando fui convidado para trabalhar para a Chas. T. Main, e conheci Claudine. O cartão dela dizia que era consultora especial para a Main. Mas eu acho que ela era especializada em treinar sabotadores econômicos, e provavelmente contratada por uma outra empresa particular.
No livro, você conta que, durante seus encontros, que sempre aconteciam no apartamento dela, ela ia contando exatamente qual seria o trabalho para o qual você tinha sido contratado. Você pode explicar qual era a sua função?
Meu trabalho era, na essência, identificar países que têm recursos que as corporações americanas desejam– como petróleo – e então conseguir enormes empréstimos de instituições como o Banco Mundial para esses países. Mas a maior parte do dinheiro nunca ia para o país, e sim para as corporações americanas, que construíam enormes projetos de infra-estrutura para aquele país, como usinas de energia, estradas, portos, coisas que ajudavam os ricos daqueles países, mas geralmente não ajudavam a maioria da população. E os países acabavam com uma dívida enorme, tão grande a ponto de não poder ser paga. Então, em algum momento, um sabotador econômico voltava ao país e dizia: olha, vocês nos devem muito dinheiro, não podem pagar a dívida, então vendam petróleo muito barato para nossas empresas, ou votem conosco na ONU, ou enviem tropas para ajudar nossas guerras.
Mas você chegou a fazer isso?
Sim, fi z. Isso quase sempre era feito pelos altos escalões do Departamento de Estado americano, mas algumas vezes eu estava envolvido.
Como era garantido que esses países obteriam um empréstimo das instituições internacionais como o Banco Mundial? E como era garantido que as corporações americanas ganhariam os contratos?
Tínhamos que produzir relatórios, e assim convencer as pessoas de que esse dinheiro iria benefi ciar a economia desses países. Então é por isso que tínhamos que falsificar previsões, fazer previsões bem mais altas do que elas deveriam ser na realidade, para mostrar que, se o dinheiro fosse investido em alguma grande represa, nos próximos vinte anos a eletricidade gerada, por exemplo, resultaria num grande crescimento econômico. Se boa parte do dinheiro viesse de organismos americanos, como Usaid, ou o Banco de Exportação e Importação, então por lei esse dinheiro tinha que ir para as corporações americanas. Se vinha do Banco Mundial ou do Banco Interamericano de Desenvolvimento, então outras empresas poderiam ganhar os contratos, mas sempre havia uma enorme pressão para que contratassem corporações americanas.
No livro, você fala muito em corporatocracia. O que é?
Gosto dessa palavra, porque ela explica como é o primeiro império realmente global. Não tem um imperador, ou um rei, mas um grupo muito pequeno de homens que controlam as grandes corporações multinacionais. Essas corporações têm o controle do governo americano e de muitos outros governos pelo mundo afora. Eles governam o sistema. Das cem maiores economias do mundo, 51 são corporações, não países; e 47 delas são americanas. E os Estados Unidos são como o capitão, ou o treinador do time. As mesmas pessoas estão nos altos escalões dos organismos multilaterais, pelo mesmo mecanismo de “porta giratória”. Hoje, o presidente do Banco Mundial é Paul Wolfowitz, que tinha um alto posto no nosso Departamento de Estado, e também trabalhou em grandes instituições fi nanceiras internacionais.
Para o leitor ter uma idéia mais real, gostaria que você explicasse como foi o seu primeiro trabalho como sabotador econômico, em Java, na Indonésia. Sim, mas como você conseguiu convencer os governantes da Indonésia?
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Mas isso é combinado, falado?
Algumas vezes é tão óbvio porque apenas os parentes deles são donos das empresas. Mas algumas vezes isso é dito: “Se pegarmos esse contrato, a sua família vai fi car muito rica”. Além disso, eles detêm as grandes indústrias, os shopping centers e os empreedimentos comerciais que vão se beneficiar com a eletricidade, os portos, as estradas, o que for. Claro que aqueles que moram em caixas de papelão ou nos pequenos povoados nunca vão receber eletricidade nenhuma.
E como eram as suas previsões de uso de energia?
Muito altas, nos relatórios eu previa um crescimento de 15 a 20 por cento por ano no uso de eletricidade, o que criaria também um crescimento enorme na economia.
Como você chegava a essas estimativas?
Eu sabia que esses eram os números que esperavam de mim, então desenvolvi modelos matemáticos, que chamamos de modelos econométricos, para justificar essas estimativas. Você pode usar estatísticas para provar quase tudo, qualquer bom economista pode provar qualquer coisa através de estatística, se ele quiser. Então, em cada um desses países, produzimos relatórios muito extensos usando modelos matemáticos que justifi cavam aquilo que era determinado politicamente.
Então era uma fraude completa?
Normalmente era.
De que maneira a Main se beneficiava com isso?
Uma vez aprovados, a Main não construía os projetos, mas geria a construção. Isso nos colocava em uma posição muito boa, podíamos dizer que éramos imparciais, mas sabíamos que íamos ganhar mais e mais trabalhos semelhantes se apresentássemos as “previsões certas”. Além disso, éramos aliados muito próximos das empresas que ganhavam os contratos, como Bechtel, Stone & Webster, a Brown & Root.
Qual foi a diferença do trabalho na Arábia Saudita?
A Arábia Saudita não precisava pegar empréstimos porque tinha muito petróleo, muito dinheiro entrando. O que tivemos que fazer foi convencer a Arábia Saudita a investir os petrodólares em títulos do governo americano, e então o Departamento do Tesouro americano usaria esse dinheiro para contratar empresas americanas que pudessem construir grandes indústrias, complexos petroquímicos, sistemas de energia elétrica, portos, estradas, toda a infraestrutura na Arábia Saudita. E dissemos: se vocês toparem o acordo, e mantiverem o preço do petróleo acessível, faremos tudo para manter a família real no poder. Como fizemos com o Kuwait, onde havia um acordo semelhante... Quando o Saddam Hussein atacou o Kuwait, em 1990, enviamos as tropas para proteger a família real do Kuwait.
Isso foi dito assim, tão claramente?
Sim. Eu fui uma das pessoas que falaram isso. Claro que você tem que ser meio cuidadoso com as palavras que usa, caso alguém esteja gravando, mas basicamente era isso que dizíamos.
Mas quem te deu essas ordens?
Nesse caso, o Departamento do Tesouro enviou pessoas para falar conosco. Eu costumava enviar documentos em envelopes de comunicação interna no escritório, e não tinha certeza de quem os estava recebendo ou para onde estavam indo. Na Arábia Saudita não era apenas sobre poder ou dinheiro, mas a proposta era mesmo ocidentalizar para que o país fosse um modelo para o Oriente Médio... A interferência foi muito profunda, deixou árabes e muçulmanos do mundo todo muito bravos porque os lugares mais sagrados do Islã, Medina e Meca, estão agora cercados por cidades ocidentalizadas, complexos petroquímicos, McDonald’s... E eu acho que podemos ver isso acontecendo em muitos países. Sempre que há um império em extensão, isso acontece. Quando os portugueses foram para o Brasil para explorar os recursos do Brasil, a cultura portuguesa se tornou dominante no Brasil, e as culturas nativas chegaram a quase desaparecer. O próximo passo, uma vez endividados os países, seriam medidas que são impostas pelo Banco Mundial e pelo FMI para “sanear” as economias. E um passo principal seria a privatização dos recursos.
Na sua época já se falava nisso?
Estávamos nos primeiros estágios. Naquela época, as empresas de petróleo estavam insistindo que todas as empresas de petróleo desses países deveriam ser privatizadas. Então, esse processo havia começado, mas hoje está muito maior.
Os sabotadores econômicos ainda existem?
Claro que sim. Acho que há muito mais hoje. Tem o mesmo tipo de sabotador que eu era, chamamos de “genéricos” porque não trabalhávamos para que uma empresa específi ca pegasse os contratos, mas apenas que as empresas americanas fizessem o trabalho. Mas hoje há sabotadores que trabalham diretamente para certas companhias, como a General Electric, ou a Monsanto, ou a Nike, Halliburton, Bechtel.
Mas isso não seria um lobby?
É mais que um lobby, porque essas pessoas também trabalham em parceria com bancos e conseguem empréstimos para construir grandes fábricas, empreendimentos. Essas empresas se tornam muito próximas de autoridades do governo, elas conseguem vagas nas universidades americanas para os filhos deles, ou contratam os jovens como estagiários, pagando muito dinheiro. Ou então contratam pessoas do alto escalão dos governos de outros países por alguns anos, e depois essas pessoas voltam a trabalhar para o governo. Isso é na verdade uma forma de suborno.
No seu livro, você descreve que havia uma seqüência na intervenção externa americana. Primeiro, eram enviados os sabotadores econômicos; se eles falhassem, então era a vez de os “chacais” entrarem em ação, para derrubarem o governo ou até assassinar presidentes. Ainda funciona assim?
Ainda é assim. Os chacais foram enviados à Venezuela em 2002 para organizar o golpe de Estado contra Hugo Chávez. Eu conheço os sabotadores que fi zeram isso. E conheço o sabotador que conseguiu convencer o presidente Gutiérrez, do Equador. Durante a campanha, Gutiérrez prometeu taxar mais as empresas de petróleo, ou nacionalizá-las, e ele venceu, mas aí esse sabotador econômico foi falar com ele, Gutiérrez voou para Washington e encontrou o presidente Bush, e quando voltou ele só praticou políticas a favor das empresas petrolíferas. O Hugo Chávez fala abertamente disso, ele soube do meu livro e disse que foi exatamente o que aconteceu com ele: os sabotadores foram visitá-lo.
Você perguntou ao sabotador que tratou com Gutiérrez como ele fez isso?
Não especifi camente. Mas eu sei como funciona. Você vai até o gabinete do presidente e o relembra do que aconteceu com Allende, e Jaime Roldós, e Torrijos, e Noriega. Todos esses eram presidentes que se opuseram à corporatocracia e foram derrubados ou assassinados. E diz que a opção é fazermos grandes contratos no seu país, podemos implantar usinas de energia, sistemas de água, e que ele e sua família vão ganhar muito dinheiro quando fizermos isso. Foi o que eu fiz com Omar Torrijos no Panamá. Ele não topou, e foi por isso que ele morreu. E tudo está se repetindo agora, está acontecendo com Evo Morales, na Bolívia, tenho certeza.
"Hoje há sabotadores que trabalham diretamente para certas companhias, como a General Electric, Monsanto, Nike, Halliburton, Bechtel."
Quem são os chacais?
A maioria deles é empregada de empresas privadas, trabalha para empresas como a Global Management Solution e outras empresas de segurança. Muitos deles foram treinados por forças especiais nos Estados Unidos, na Inglaterra ou na África do Sul, mas geralmente quando eles se tornam chacais vão trabalhar para corporações privadas. Eu conheço alguns chacais, sei como funciona. Para os chacais entrarem em ação, hoje em dia, nem precisa de uma decisão centralizada, as coisas funcionam de maneira muito indireta. Porque os chacais, quando são enviados a campo, sabem o que devem fazer. Assim como quando me tornei um sabotador econômico, quando fui enviado para encontrar Omar Torrijos, ou fui para a Indonésia, ou qualquer outro país, não precisava que alguém me ligasse e falasse: “Olha, você precisa trazer Torrijos para o nosso lado”. Eu sabia que, se fosse enviado para o Panamá, esse seria o meu trabalho. Agora, a conjuntura na América Latina mudou bastante, na América do Sul temos muitos presidentes de esquerda...
Onde estão os sabotadores econômicos?
Acredito que todos esse presidentes foram visitados pelos sabotadores econômicos. A pergunta é: onde estão os chacais?
Você não está com medo, depois que seu livro foi publicado? Não recebeu nenhuma ameaça?
Decidi escrever esse livro por causa dos atentados de 11 de setembro, e dessa vez não contei a ninguém. Uma vez publicado o livro, essa é a melhor proteção que eu tenho. Eles sabem que, se alguma coisa acontecer comigo, o livro vai vender milhões de cópias, e é a última coisa que eles querem.
O livro vendeu muito bem, certo?
Sim, a versão em papel-jornal está há cinco semanas, desde que foi lançada, na lista de mais vendidos do New York Times. Semana que vem (a última de fevereiro), ela vai para o quinto lugar na lista. E o livro já foi publicado em vinte línguas até agora.
Como foi a repercussão nos Estados Unidos?
É interessante, porque a imprensa grande não fala sobre o livro. O livro está na lista de mais vendidos do New York Times, mas eles nunca mencionaram isso, nunca fi zeram resenha do livro, nunca falaram dele. A mesma coisa com o Los Angeles Times, todos os grandes jornais. Fui convidado para dar uma entrevista na NBC, um grande canal de televisão, e voei da Califórnia para Nova York para participar do programa. Eles ficaram de me mandar uma limusine para me levar ao estúdio e, enquanto eu estava esperando a limusine, eles ligaram e cancelaram. Sem nenhuma explicação.
Seu livro tem um tom bastante confessional, e fala diretamente ao coração dos americanos, porque fala muito dos ideais dos fundadores dos Estados Unidos. O que ele provocou nas pessoas?
Primeiro, eu queria dizer uma coisa: me considero um cidadão americano muito leal. Meus ancestrais lutaram em todas as guerras neste país, e eu acredito muito fortemente nos princípios que este país defende. Acho os ideais que estão na nossa declaração de independência muito bonitos. Todo mundo no mundo todo tem direito à liberdade, à vida, e a buscar a felicidade, o que não quer dizer que eles querem o mesmo sistema que temos. Uma das razões de eu ter escrito o livro é porque acredito que, se os americanos realmente souberem o que está acontecendo, eles vão exigir mudanças. Agora, com meu livro, outros sabotadores econômicos estão aparecendo, saindo do “gelo”, como diz a CIA. Vamos publicar um outro livro com muitas histórias diferentes, cada uma escrita por um sabotador. E eles toparam assinar seus nomes.
Há mais alguma coisa que o senhor gostaria de dizer aos leitores brasileiros?
Acho que vale a pena para os brasileiros pensar um pouco sobre a minha história. Tenho certeza de que Lula tem sofrido muitas pressões dos sabotadores econômicos e talvez dos chacais. Não sei se ele cedeu, mas acho que os brasileiros deveriam dar uma olhada nessa história. Pensem nisso.
fonte: http://carosamigos.terra.com.br/
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