terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

DISCURSO DO EMBAIXADOR MEXICANO - IMPERDIVEL!

DISCURSO DO EMBAIXADOR MEXICANO

Um discurso feito pelo embaixador Guaicaípuro
Cuatemoc, de descendência indígena, sobre o pagamento
da dívida externa do seu país, o México, embasbacou os
principais chefes de Estado da Comunidade Européia.
A conferência dos chefes de Estado da União Européia,
Mercosul e Caribe, em Madri, viveu um momento
revelador e surpreendente: os chefes de Estado
europeus ouviram perplexos e calados um discurso
irônico, cáustico e de exatidão histórica que lhes
fez Guaicaípuro Cuatemoc.
Eis o discurso:
"Aqui estou eu, descendente dos que povoaram a América
há 40 mil anos, para encontrar os que a
"descobriram" só há 500 anos. O irmão europeu da
aduana me pediu um papel escrito, um visto, para
poder descobrir os que me descobriram. O irmão
financista europeu me pede o pagamento - ao meu país-
,com juros, de uma dívida contraída por Judas, a quem
nunca autorizei que me vendesse. Outro irmão europeu
me explica que toda dívida se paga com juros, mesmo
que para isso sejam vendidos seres humanos e países
inteiros sem pedir-lhes consentimento. Eu também posso
reclamar pagamento e juros.
Consta no "Arquivo da Cia. das Índias Ocidentais" que,
somente entre os anos 1503 e 1660, chegaram a São
Lucas de Barrameda 185 mil quilos de ouro e 16
milhões de quilos de prata provenientes da América.
Teria sido isso um saque? Não acredito, porque seria
pensar que os irmãos cristãos faltaram ao sétimo
mandamento! Teria sido espoliação? Guarda-me Tanatzin
de me convencer que os europeus, como Caim, matam e
negam o sangue do irmão.
Teria sido genocídio? Isso seria dar crédito aos
caluniadores, como Bartolomeu de Las Casas ou Arturo
Uslar Pietri, que afirmam que a arrancada do
capitalismo e a atual civilização européia se devem à
inundação de metais preciosos tirados das Américas.
Não, esses 185 mil quilos de ouro e 16 milhões de
quilos de prata foram o primeiro de tantos
empréstimos amigáveis da América destinados ao
desenvolvimento da Europa.
O contrário disso seria presumir a existência de
crimes de guerra, o que daria direito a exigir não
apenas a devolução, mas indenização por perdas e
danos.
Prefiro pensar na hipótese menos ofensiva.
Tão fabulosa exportação de capitais não foi mais do
que o início de um plano "MARSHALL MONTEZUMA", para
garantir a reconstrução da Europa arruinada por suas
deploráveis guerras contra os muçulmanos, criadores da
álgebra e de outras conquistas da civilização.
Para celebrar o quinto centenário desse empréstimo,
podemos perguntar: Os irmãos europeus fizeram uso
racional responsável ou pelo menos produtivo desses
fundos?
Não. No aspecto estratégico, dilapidaram nas batalhas
de Lepanto, em navios invencíveis, em terceiros
reichs e várias formas de extermínio mútuo. No
aspecto financeiro, foram incapazes, depois de uma
moratória de 500 anos, tanto de amortizar o capital e
seus juros quanto independerem das rendas líquidas,
das matérias-primas e da energia barata que lhes
exporta e provê todo o Terceiro Mundo.
Este quadro corrobora a afirmação de Milton Friedman,
segundo a qual uma economia subsidiada jamais pode
funcionar e nos obriga a reclamar-lhes, para seu
próprio bem, o pagamento do capital e dos juros que,
tão generosamente, temos demorado todos estes séculos
em cobrar. Ao dizer isto, esclarecemos que não nos
rebaixaremos a cobrar de nossos irmãos europeus, as
mesmas vis e sanguinárias taxas de 20% e até 30% de
juros ao ano que os irmãos europeus cobram dos povos
do Terceiro Mundo.
Nos limitaremos a exigir a devolução dos metais
preciosos, acrescida de um módico juro de 10%,
acumulado apenas durante os últimos 300 anos, com 200
anos de graça. Sobre esta base e aplicando a fórmula
européia de juros compostos, informamos aos
descobridores que eles nos devem 185 mil quilos de
ouro e 16 milhões de quilos de prata, ambas as cifras
elevadas à potência de 300, isso quer dizer um
número para cuja expressão total será necessário
expandir o planeta Terra.
Muito peso em ouro e prata... quanto pesariam se
calculados em sangue?
Admitir que a Europa, em meio milênio, não conseguiu
gerar riquezas suficientes para esses módicos juros,
seria como admitir seu absoluto fracasso financeiro e
a demência e irracionalidade dos conceitos
capitalistas.
Tais questões metafísicas, desde já, não inquietam a
nós, índios da América.
Porém, exigimos assinatura de uma carta de intenções
que enquadre os povos devedores do Velho Continente e
que os obriguem a cumpri-la, sob pena de uma
privatização ou conversão da Europa, de forma que lhes
permitam entregar suas terras, como primeira
prestação de dívida histórica..."
Quando terminou seu discurso diante dos chefes de
Estado da Comunidade Européia, Guaicaípuro Guatemoc
não sabia que estava expondo uma tese de Direito
Internacional para determinar a Verdadeira Dívida
Externa.
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