quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Telespectador do Globo, mãos ao alto! - fonte: http://www.revistaforum.com.br

Salles: Telespectador do Globo, mãos ao alto!

Por André Lux [Terça-Feira, 19 de Fevereiro de 2008 às 16:23hs]

Chega a ser constrangedora a forma como o Jornal da Globo apresentou ao telespectador a empresa estadunidense Halliburton: “Uma empresa que presta serviços no mundo inteiro”. E ponto. Só que a Halliburton não é apenas isso. Alguns pontos omitidos ou divulgados apenas em notas de rodapé:

1) Trata-se da maior corporação do mundo no ramo de prestação de serviço para companhias de petróleo, presente em mais de 100 países;

2) Apenas a título de “reconstrução” do Iraque, a Halliburton recebeu US$ 10 bilhões em contratos do governo dos EUA;

3) Durante muito tempo o vice-presidente dos EUA, Dick Cheney, foi acionista da empresa.

Ou seja, a Halliburton tem tudo para ser um braço do serviço de inteligência dos EUA. Atua com desenvoltura em países invadidos e lucra com a tortura, o seqüestro e os assassinatos perpetrados pelo governo Bush. Os fatos permitem esta suposição, e certamente a mídia alternativa – nacional e internacional – vai investigar.

Além disso, é preciso deixar claro que as informações roubadas sobre o mega-campo de Tupi não representam a primeira vez em que a Petrobrás teve informações sigilosas roubadas. Fernando Fortes, engenheiro aposentado da empresa, afirmou que durante o governo FHC o prédio da Av. Chile, no Rio de Janeiro, foi escancarado para executivos estrangeiros. Era possível entrar ali e acessar dados estratégicos da Petrobrás, muitos deles utilizados nos leilões que viriam a ser promovidos pela ANP, agência criada pelo governo neoliberal para entregar nosso petróleo e gás para empresas estrangeiras.

As corporações de mídia começam a ventilar a hipótese de este roubo ter sido forjado pela direção da Petrobrás para legitimar a retirada de algumas áreas do próximo leilão, mas até que as fontes sejam apresentadas a informação carece de credibilidade. Pode ser coisa de testas-de-ferro preocupados com a capacidade de mobilização do povo brasileiro que, organizado, conseguiu barrar a oitava rodada de licitações, em 2006.

De todo modo, o governo não deve poupar esforços para investigar e punir os responsáveis. Todos os envolvidos devem ser ouvidos. E até que se chegue a uma conclusão, todos os contratos com a Halliburton deveriam ser imediatamente suspensos, já que as informações foram transportadas num container de sua responsabilidade. É o mínimo que se espera de um governo que preza pela soberania nacional.

Mais textos de Mardelo Salles no blog Fazendo Media.


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