domingo, 15 de março de 2009

Lúcia e o PF tucano

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por Luiz Antônio Magalhães

Uma boa análise da jornalista e cientista política Lucia Hippolito sobre um assunto polêmico: as prévias tucanas. Este blog subscreve o comentário de Lucia e adiciona: Fernando Henrique Cardoso, sempre tão hábil politicamente, está perdendo a mão e a chance de atuar como um magistrado no PSDB. Do jeito que a coisa vai, Serra será candidato e Aécio não trabalhará por ele em Minas. Meio caminho andado para Dilma ou qualquer outro postulante do bloco governista liquidar a fatura e das sequência ao governo Lula por mais 4 anos, pelo menos.

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Aécio e o prato feito

O governador Aécio Neves foi chamado para uma conversa com o ex-presidente Fernando Henrique, para ser apresentado a um fato consumado.

O PSDB de São Paulo e parte da cúpula do PSDB nacional estão querendo empurrar pela goela do governador mineiro abaixo a inevitabilidade da candidatura do governador José Serra à presidência da República.

E Aécio já declarou que não é assim que a boa política deve ser feita.

(Em política, os paulistas são meio rombudos mesmo. Pouco habilidosos. Isto em todos os partidos.)

Aécio Neves governa o segundo maior colégio eleitoral do país. É muito bem avaliado, tanto ele quanto seus dois governos em Minas. E tem um carisma danado.

Em Minas Gerais, é impressionante a muralha de apoio a Aécio Neves.

Isto não é razão suficiente para que seja ele o candidato. Apenas ele não pode ser atropelado.

A idéia das prévias no PSDB é excelente. Se ele vencer – não se esqueçam do exemplo Barack Obama – ótimo, sai candidato. Se não vencer, bom também. O partido terá passado por uma prova de democracia interna, e Aécio terá uma saída honrosa. Uma satisfação a dar ao povo de Minas.

O que Aécio não pode é, simplesmente, não disputar.

De outro lado, tudo o que o governador José Serra não precisa é ter Minas Gerais contra ele. É um eleitorado grande demais para Serra se dar ao luxo de dispensar.

Recusar-se a participar das prévias é péssimo para Serra, porque confirma a opinião que persegue o governador até hoje: a de que Serra só entra para ganhar. Uma espécie de menino mimado que é o dono da bola. Se ele não jogar, ninguém joga. E ele leva a bola para casa.

A argumentação de Fernando Henrique é a de que os governadores não podem viajar pelo Brasil pregando as prévias, porque “têm que trabalhar”.

Isto não se sustenta minimamente. É claro que os governadores podem trabalhar muito e podem, também, viajar no final de semana pelo país. Afinal, não estamos mais no tempo da República a vapor.

Essas viagens serviriam, inclusive, para levar a palavra do PSDB como forma de despertar a militância. De mostrar que o partido está vivo. Que tem projeto. Que tem bandeira. Ser um contraponto nacional à campanha que a ministra Dilma vem fazendo junto com o presidente Lula.

O que não se pode é apresentar ao governador de Minas Gerais um prato feito.

Quem garante que o governador José Serra é o candidato preferido dos brasileiros? Pesquisas realizadas com um número muito reduzido de entrevistados, e a mais de um ano das eleições, querem dizer muito pouco. É um risco confiar nelas.

Não se esqueçam de que, um ano antes das eleições de 1989, Leonel Brizola já estava encomendando o terno para a posse... E não chegou ao segundo turno.

Cinco meses antes das eleições de 1994, Fernando Henrique não tinha 10% das pesquisas, Lula estava praticamente eleito. E Fernando Henrique derrotou Lula e foi eleito no primeiro turno.

Eleição é salto triplo sem rede. É muito arriscado contar com resultados tanto tempo antes.

Se o candidato tucano sair do consenso do partido, tem alguma chance. Mas se for imposto na base da birra, o partido pode se preparar, porque vai perder de novo.

E será bem feito!

Fonte: Blog Entrelinhas

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