quarta-feira, 25 de março de 2009

Rabinos pedem “guerra religiosa contra os pagãos palestinos”

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por Georges Bourdoukan

Na semana passada, o Haaretz publicou relato de um comandante militar israelense que denunciou os rabinos do Exército de incitarem as tropas à luta religiosa contra os palestinos. A todos diziam que era uma "guerra religiosa contra os pagãos”.

"A mensagem deles era bem clara: nós somos judeus, nós viemos para esta terra por um milagre, Deus nos trouxe de volta a esta terra, e agora nós precisamos lutar para expulsar os pagãos que estão interferindo na conquista da terra santa", disse o comandante, citado pelo jornal.

Se a comunidade internacional ficou horrorizada com os rabinos, a mim nada vindo de Israel surpreende.

Nem mesmo o fashion criminal: jovens israelenses vestindo camisetas induzindo ao assassinato de grávidas, pois assim com um tiro matam-se duas inocentes.

Herodes deve estar se revirando no túmulo se perguntando porque não havia pensado nisso...

Será que alguém ainda crê nos argumentos israelenses para invadir Gaza?

Não foram apenas mil e 400 palestinos assassinados. Esse número já superou os dois mil.

Essa horrenda contabilidade não finda com o término da invasão.

São milhares de feridos graves e alguns com seqüelas até o fim da vida.

Não se deve esquecer que Gaza continua cercada.

Não se deve esquecer que a ONG Médicos pelos Direitos Humanos acusou o exército de Israel de não permitir a “remoção de famílias feridas ou cercadas e de impedir equipes médicas palestinas de chegarem aos feridos".

Não se deve esquecer que o relator especial da ONU para os territórios palestinos, Richard Falk foi proibido de entrar em israel, posteriormente foi preso numa “cela infecta” por ter afirmado que iria denunciar os dirigentes israelenses por crimes contra a humanidade e crimes de guerra.

O relatório da ONU acusou os israelenses de utilizarem crianças palestinas como escudos humanos.

Não se deve esquecer que o relatório da Organização Mundial da Saúde indica que 16 membros de equipes médicas foram assassinados durante os 22 dias da invasão e outros 25 ficaram feridos durante o trabalho.

O relatório aponta ainda que Israel atacou 34 centros médicos em Gaza, incluindo oito hospitais, uma grave violação das leis internacionais de guerra.

A série de reportagem do jornal Haaretz informa que "um número desconhecido de palestinos morreu por ter sangrado durante dias, sem tratamento médico, à espera de socorro, enquanto as pessoas não ousavam sair de suas casas”.

Apesar disso, os israelenses não têm porque se preocupar. Robert Wood, porta-voz do departamento de Estado, do governo Obama, afirmou que vai desconsiderar as acusações do relator da ONU Richard Falk:"Concluímos que as opiniões do relator são qualquer coisa, menos imparciais", acrescentou. "Consideramos que elas são parciais, e o dissemos claramente".

No entanto, ele não quis se manifestar sobre as denúncias contidas na série de reportagens do jornal israelense.

Clique AQUI para ler, em inglês, as reportagens do Haaretz.

Fonte: Blog do Bourdoukan

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