quinta-feira, 26 de março de 2009

Primeiro Sarney. Agora, Skaf. Serra não perdoa

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por Antônio Mello


Serra empunha uma arma

Não é que foi só um grupo de pessoas lançar a candidatura do sem-indústria presidente da Fiesp, Paulo Skaf, à presidência da República ao governo de São Paulo, que, em seguida, vem uma operação da PF e flagra o envolvimento da Fiesp e de seu presidente em possíveis crimes financeiros? Coincidência? Por que esses casos acontecem exatamente agora?

Primeiro foi o Sarney. O Senado presidido por Garibaldi Alves estava começando a perturbar o governo Lula. Sarney estava quietinho no seu canto, tratado pela nossa grande imprensa como uma sábia raposa, um velho lobo do mar aposentado, inofensivo como um fantasma de lençol, um político de pijama. Mas, eis que Sarney, desafeto do presidente eleito pela mídia, José Serra, é eleito presidente do Senado, e, pronto, desabam sobre sua cabeça séries intermináveis de acusações, que comentei aqui.

Agora acontece com Paulo Skaf. Cheguei a dar um conselho para a campanha dele, Sugestão para a campanha de Paulo Skaf à presidência, em tom irônico. Mas, Serra, não. Ele não quer saber de ironia. Serra não perdoa, mata. A operação da PF, chamada “Castelo de Areia”, acaba de transformar em pó a candidatura Skaf.

Simples coincidência?

E por falar em candidatura em pó e em coincidências, será também por pura coincidência que nos últimos tempos há intenso tráfico de informação dando conta do pó que vai pelos dutos nasais de um outro candidato, em disputa direta com Serra?

Será coincidência também que no último vazamento de documentos em segredo de justiça pela Veja, aqueles que teriam sido apreendidos com Protógenes, há descrições “em termos grosseiros de supostas relações amorosas da ministra”? Embora, neste caso, ache que a divulgação dessa suposta relação picante seria um tiro no pé. Uma vida sexual apimentada é tudo o que a candidatura de Dilma precisa para cair de vez na boca do povão.

Se repararam, exceto pelo tráfico de boatos, todas as outras ações que atingem, ou atingiriam, adversários de Serra vieram da PF. Será a mão do destino, em favor do presidente eleito pela mídia, ou aquela facção serrista da PF, que, desde a época do escândalo Lunus, faz de tudo para desobstruir o caminho do governador paulista?

Fonte: Blog do Mello

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