quarta-feira, 25 de março de 2009

Mitomania, a doença dos ex

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Fernando Henrique Cardoso

Não adianta. O PSDB continuará eternamente preso aos sentimentos menores de Fernando Henrique Cardoso.

Alguns trechos da matéria de O Valor, sobre sua palestra na Fecomercio acerca dos quinze anos do Plano Real.

FHC ataca PAC e loteamento da máquina pública

http://www.google.com/notebook/public/03904464067865211657/BDQeASgoQ0ZDR64Mk

Sergio Lamucci, de São Paulo

(…) “O governo Lula está dando passos atrás no processo de profissionalização da administração pública e de separação entre o interesse partidário e o público, entre o interesse privado e o público”, disse, atacando também a atitude do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ante a corrupção. Porém, FHC:

1. Entregou o Ministério dos Transportes do PMDB de Eliseu Padilha (que está sendo processado por corrupção).
2. Entregou todo o setor elétrico ao PFL.
3. Entregou os fundos de pensão a Daniel Dantas.
4. Entregou o Banco Central aos fundos offshore.
5. Entregou o sistema de livros didáticos às grandes editoras.

O ex-presidente tratou o PAC como um instrumento de propaganda do governo, atacando também o que considera a falta de foco do plano. Porém:

A experiência similar de FHC foi o Avança Brasil. Projeto bem concebido, dependia de investimentos públicos para ser concretizado. Não se conseguiu investimentos. O PAC de FHC falhou por falta de vontade política do presidente e por outros pontos, que explico mais embaixo.

Segundo FHC, em seu governo a União também investia em geral menos de 1% do Produto Interno Bruto (PIB), mas havia mais eficiência.

Onde o governo federal investe? Estradas, hidrelétricas, ferrovias, saneamento, habitação popular - em todos esses casos houve um apagão de investimentos em seu governo. Em despesas correntes, investe em saúde, educação, ciência e tecnologia. Em todos esses casos houve contingenciamento.

Ele citou o Avança Brasil, programa de sua administração que “tinha controle efetivo de gerência”, com prioridade a 50 a 60 projetos. “Sabe quantos projetos são prioridade hoje? São 2.000. Você acha que 2.000 projetos podem ser prioridade?”, disse FHC, para quem há um uso político do plano.

O Avança Brasil fracassou por falta de recursos públicos e porque foi megalomaníaco: quis administrar mais de 450 programas, e não apenas os investimentos. Não apenas isso. Trabalhou o conceito de região, sem atentar para os conflitos que haveria entre estados. Colocou à frente um belo engenheiro, mas que não tinha experiência política para administrar a colaboração com outros entes federativos

(…) “Continua a mentalidade antiga de que o arbítrio político deve determinar o comportamento dos agentes econômicos.” Para FHC, a resistência da administração Lula ao papel de independência das agências reguladoras é um sinal claro dessa tendência.

Esse é um ponto falho do governo Lula, de fato. Mas FHC tirou a independência da fiscalização do Banco Central, da CVM e contingenciou recursos das agências.

O ex-presidente defendeu a “descupinização” do setor público, de modo a combater “o filhotismo, o clientelismo e o partidarismo” que infestariam o governo. “A máquina é boa, tem gente boa e competente lá, mas o cupim pega”, disse FHC, para quem essa é uma área em que o governo Lula seguiu por um caminho bem diferente do trilhado na administração tucana.

A máquina é boa mas ele abortou a reforma administrativa de Bresser Pereira e loteou parte da estrutura a aliados políticos.

FHC também enfatizou a necessidade de o país reduzir a corrupção, “botando na cadeia quem é corrupto”. “Não dá para continuar no país uma situação em que toda a população sente que a lei não é igual para todos. Alguns transgridem a lei e não acontece nada. O pior é quando o presidente da República vem e abençoa o infrator, dizendo: ‘Não, não foi nada, não, não é tão grave assim.’”

O infrator público número 1 chama-se Daniel Dantas. O julgamento de FHC em relação a ele é que se trata de um sujeito “brilhante”. Em seu governo, ao conferir poder ilimitado e fechar os olhos aos abusos legais desses gestores de recursos, FHC entronizou o crime organizado no centro do jogo político, como foi comprovado pela Operação Satiagraha.

FHC disse ainda que, por ser endêmica, também houve corrupção no seu governo e em governos anteriores. “A diferença é que não passei a mão na cabeça de corruptos. Não houve um momento em que a alusão a conversas de corrupção não tenha sido seguida de demissão.”

FHC nunca teve prurido inclusive em demitir servidores leais, como Bresser, Dorothea, Xico Graziano e outros.

(…) Ele ressaltou também que o Bolsa Família é a unificação de quatro programas de transferências condicionadas de renda existentes em seu governo - o Bolsa Escola, o Bolsa Alimentação, o Auxílio Gás e o Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti). Segundo ele, já havia estudos para unificá-los em sua administração. “Eu tinha dúvidas porque não quis utilizar politicamente esse processo.”

Uma medida fundamental para conferir escala e eficiência às políticas sociais. Ele não unificou porque política social nunca foi prioridade em seu governo. Por isso ficou preso às atuações pontuais e restritas de dona Ruth. Por falta de vontade do marido, não dela.

Fonte: Blog do Luis Nassif

No mesmo evento da Fecomercio, Pedro Malan e Gustavo Franco defenderam a política cambial - que gerou uma dívida pública que durante 15 anos drenou recursos de áreas essenciais para o mercado financeiro - alegando não ter certeza sobre os efeitos inflacionários de uma desvalorização cambial.

Apresentam como atenuante o que é prova maior de fracasso da sua política econômica - adiaram por 8 anos um ajuste inevitável, gerando um passivo descomunal. E fizeram isso porque o governo FHC nunca teve como foco o desenvolvimento, a geração de empregos, as políticas sociais, os investimentos públicos. A ideologia reinante era dar tudo para o mercado, que o desenvolvimento viria como decorrência.

A crise global do modelo é a comprovação maior de um erro monumental de estratégia política. Erro, aliás, se se pensar em projeto de desenvolvimento de país. Para os objetivos de FHC - criar uma estrutura de poder baseada na força econômica dos gestores financeiros -, era a estratégia correta.

http://www.google.com/notebook/public/03904464067865211657/BDQeASgoQ0ZDR64Mk

Fonte: Blog do Luis Nassif

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