quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Governador José Serra promete pagar R$ 7 mil a professores daqui a 12 anos!



A matéria abaixo é manchete da Folha Online neste começo de madrugada. Parece uma ótima ação do governador de São Paulo e presidenciável tucano José Serra. Mas ao ler a matéria com atenção, o leitor vai se deparar com a informação de que "o processo vai demorar 12 anos, dividido em quatros exames a cada três anos". Ou seja, o pobre do professor vai levar mais de uma década para chegar aos tais R$ 7 mil. Serra deve pensar que o professorado é constituído por um bando de panacas...

PS às 12h de segunda-feira (3/08): até que a Folha de S. Paulo pegou leve na propaganda do novo programa do governador paulista – deu na primeira página, mas de forma discreta. Este blog ia sugerir manchete em seis colunas: "Serra pagará R$ 7 mil a professores de SP no ano de 2021", mas os editores certamente não iriam gostar. Mas o mais interessante de tudo é imaginar o que aconteceria se tal programa tivesse sido lançado pelo presidente Lula e direcionado ao funcionalismo federal. Será que algum colunista aventaria a hipótese de chamar a coisa pelo nome, isto é, de demagogia. Porque é óbvio que não passa pela cabeça de ninguém imaginar que o governador Serra, homem sério que é, seja capaz de uma ação deste tipo, não é mesmo?

Salário de professor pode chegar a R$ 7 mil em São Paulo

GILBERTO DIMENSTEIN
Colunista da Folha Online

O governador de São Paulo, José Serra, vai lançar na próxima terça-feira projeto para que um professor da rede estadual tenha um salário de até R$ 7 mil e um diretor, R$ 8 mil --os valores são cerca do dobro que essas categorias atingem atualmente, depois de chegar ao máximo da carreira.
Mas, para chegar lá, eles terão de submeter a vários testes, não faltar às aulas e ficar pelo menos três anos na mesma escola. Foi o jeito encontrado de reduzir a rotatividade e o absenteísmo, além de estimular a formação.
Todo o processo vai demorar 12 anos, dividido em quatros exames a cada três anos. Se aprovado, o candidato terá um aumento de 25% no salário. Mas a nota exigida será maior a cada exame, indo de 6 a 9, tornando mais difícil atingir o salário máximo.
Uma das ideias é fazer com que os professores e diretores sejam ajudados presencialmente ou em cursos a distância a realizar os exames.
Ninguém será obrigado a fazer os exames, mas, aí, terá se submeter aos aumentos regulares, baseados em tempo de serviço e diplomas --um professor com 40 horas/aulas ganha, no final da carreira, cerca de R$ 3.800 mensais.
A educação é apontada como uma das áreas mais vulneráveis da gestão do PSDB em São Paulo --a imensa maioria dos alunos sai do ensino médio sem saber ler e escrever adequadamente. Neste ano, foi lançada a obrigatoriedade para que todo professor que passe no concurso tenha de ficar pelo menos quatro meses estudando até ir para sala de aula.


Share/Save/Bookmark

Nenhum comentário: