sexta-feira, 8 de maio de 2009

Vergonha alheia

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por Rodrigo Alvares


Não dá para esperar muito de um relator do Conselho de Ética como Sérgio Moraes (PTB/RS), que tem no currículo acusações de lenocínio, receptação de jóias roubadas, agressão, e de envolvimento com uma rede de prostituição – crime pelo qual chegou a ser condenado em primeira instância e a melhor: manter um telefone público na casa do próprio pai.

Este é o nível do parlamentar gaúcho que vai pedir o arquivamento do caso de Edmar Moreira, aquele do castelo e alhures. Em entrevista ao jornal O Globo de hoje, Moraes mostrou que os bovinu$ pulitizadu$ estão bem representados na Câmara:

“Eu estou me lixando para a opinião pública! Até porque a opinião pública não acredita no que vocês escrevem. Vocês batem, batem, e nós nos reelegemos mesmo assim”

“O bonito para a imprensa é o Fernando Gabeira, que quando pegaram ele com passagens ele chamou vocês (imprensa) para pedir desculpas e todos se emocionaram. Então eu vou pedir para o Edmar Moreira fazer o mesmo

“Vocês da imprensa publicam só uma parte, só para enrabar a gente

Agora há pouco, voltou a bradar direto da tribuna do plenário da Câmara:

“Ontem, a repórter do Globo disse que era uma vergonha nós estarmos eleitos. Vergonha é ela trabalhar com quem não gosta. Mas ela é induzida. Que triste emprego! Tem que trabalhar com mesquinhez, distorcer, conduzir de forma mesquinha o processo neste parlamento.

Eu não aceitaria, porque minha honra e minha personalidade não permitem mentiras. A minha conduta é reta, e não vou curvar-me. Eu sempre digo: em nome de meus filhos, prefiro apanhar de pé a ser acariciado ajoelhado”. (G1)

Esse é macho. Vou até ignorar a lei eleitoral e começar a fazer campanha para que o nobre deputado seja reeleito no ano que vem. Tenho certeza de que a grana do gabinete dele tem rendido várias coisas interessantes para a opinião pública.

Fonte: A Nova Corja

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Deputado Sérgio Moraes,que diz estar "se lixando" para o povo pode ser cassado, diz Maierovitch

No comentário semanal do blog Sem fronteiras, o jurista Wálter Maierovitch avalia que, pela declaração, o deputado Sérgio Moraes (PTB-RS) é passível de cassação. Relator do caso do deputado do castelo, Edmar Moreira, na Comissão de Ética, Moraes disse estar "se lixando" para a opinião pública. Para Maierovitch, Moraes faltou com decoro parlamentar.

No comentário semanal do “Sem fronteiras“, Wálter Maierovitch comenta a declaração do relator do processo contra o deputado Edmar Moreira (sem partido), no Conselho de Ética da Câmara. Sérgio Moraes (PTB-RS) afirmou que está se “lixando para a opinião pública” no caso do parlamentar que tem um Castelo em Minas Gerais. Para Maierovitch, Moraes pode ser cassado por falta de decoro. Veja o vídeo:


por Wálter Maierovitch

Acabo de gravar a conversa desta semana com o Bob Fernandes, editor-chefe de Terra Magazine. Como o nosso tempo de gravação é curto, escrevo sobre o que não deu para detalhar.

1.Battisti.

O presidente italiano, Giorgio Napolitano, irá receber, –no palácio Quirinal–, os familiares das vítimas do terrorismo, dos chamados “anos de chumbo”. O primeiro atentado ocorreu há 40 anos (1969), em Milão, na praça Fontana.

À época , a Itália vivia uma democracia, ou seja, havia um estado-democrático de Direito. O partido comunista era forte, crescia e ocupava o segundo posto em aceitação popular. Dentre os líderes do chamado eurocomunismo destacava-se Giorgio Napolitano, hoje presidente da Itália.

Os terroristas procuravam, pela luta armada, extinguir o regime democrático. Terroristas de direita e de esquerda objetivavam ocupar o poder pelas armas e não pelo voto.

Na ocasião, o presidente da Itália era Sandro Pertini, herói da resistência contra o fascismo de Mussolini. Frise-se: Pertini foi preso pelo fascismo e ocupou cela vizinha a Antonio Gramsci.

No encontro do próximo sábado, com o presidente Giorgio Napolitano, estarão os familiares das vítimas dos assassinatos, inclusive os perpetrados e da responsabilidade de Cesare Battisti.

Também estarão presentes os que sobreviveram, pois Battisti e o seu pequeno grupo atiravam com revólveres e fuzis nas pernas de transeuntes: para lesionar e não para matar.

Para o presidente Napolitano, o evento será um ato de memória voltado. “Ato de respeito aos direitos humanos”, consoante afirmou. Assim, adota Napolitano posição contrária à do ministro da Justiça Tarso Genro, que concedeu o status de refugiado político a Battisti.

Napolitano, ao contrário do ministro Tarso Genro, da Justiça, sabe que o direito internacional e as convenções não consideram crime político o homicídio (crimes de sangue) consumado num Estado democrático: caso diverso do Brasil, na ditadura militar.

Neste mês de maio, o Supremo Tribunal Federal deverá julgar o pedido de extradição de Battisti, formulado pela Itália.

Battisti, na sua luta para não ser extraditado e cumprir pena (até 30 anos, pois na Itália não existe mais prisão perpétua), continuará a sustentar a tese de crime político, depois de perceber, pelo parecer do Procurador Geral da República, que os homicídios não estão prescritos.

2.Berlusconi.

O premier Sílvio Berlusconi passa por momentos difíceis. O seu lado romântico parece incontrolável e a sua segunda esposa, Veronica Lario, prepara um pedido de divórcio.

Mara Carfagna, ministra de Berlusconi

Mara Carfagna, ministra de Berlusconi

Fosse só um divórcio, estaríamos no âmbito do privado. Acontece que Berlusconi é acusado de haver desfrutado de Noemi Letizia (esteve na sua festa napolitana de 18 anos e deu-lhe uma valiosa jóia em ouro cravejado de diamantes) quando ela era menor de idade, ou melhor, menor de 18 anos.

Berlusconi nega a aventura. E os jornais italianos de hoje mostram uma foto de Noemi com o namorado. Pelo jeito, arrumaram um namorado-laranja para a moça.

Noemi já virou celebridade, por evidente.

Ao jornal italiano Corriere della Sera, a jovem Noemi deixou escapar um segredo. Recebia “cds” de Berlusconi, com músicas de um cantor famoso. E, quando estavam juntos, passavam parte do tempo a cantar as músicas dos “cds”.

3.Saramago.

Ontem, o grande escritor Saramago foi homenageado na concorrida Feira do Livro de Torino.

Quando se falou das vítimas do equivocado ataque norte-americano no Afeganistão: cerca de 100 mortes (crianças, mulheres e velhos na maioria), foi lembrada uma frase de Saramago:

- A humanidade não foi educada para a paz, mas para a guerra e o conflito.

Fonte: Blog Sem Fronteiras - Terra Magazine –Wálter Fanganiello Maierovitch

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