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por Rodrigo Alvares
Não dá para esperar muito de um relator do Conselho de Ética como Sérgio Moraes (PTB/RS), que tem no currículo acusações de lenocínio, receptação de jóias roubadas, agressão, e de envolvimento com uma rede de prostituição – crime pelo qual chegou a ser condenado em primeira instância e a melhor: manter um telefone público na casa do próprio pai.
Este é o nível do parlamentar gaúcho que vai pedir o arquivamento do caso de Edmar Moreira, aquele do castelo e alhures. Em entrevista ao jornal O Globo de hoje, Moraes mostrou que os bovinu$ pulitizadu$ estão bem representados na Câmara:
“Eu estou me lixando para a opinião pública! Até porque a opinião pública não acredita no que vocês escrevem. Vocês batem, batem, e nós nos reelegemos mesmo assim”
“O bonito para a imprensa é o Fernando Gabeira, que quando pegaram ele com passagens ele chamou vocês (imprensa) para pedir desculpas e todos se emocionaram. Então eu vou pedir para o Edmar Moreira fazer o mesmo”
“Vocês da imprensa publicam só uma parte, só para enrabar a gente“
Agora há pouco, voltou a bradar direto da tribuna do plenário da Câmara:
“Ontem, a repórter do Globo disse que era uma vergonha nós estarmos eleitos. Vergonha é ela trabalhar com quem não gosta. Mas ela é induzida. Que triste emprego! Tem que trabalhar com mesquinhez, distorcer, conduzir de forma mesquinha o processo neste parlamento.
Eu não aceitaria, porque minha honra e minha personalidade não permitem mentiras. A minha conduta é reta, e não vou curvar-me. Eu sempre digo: em nome de meus filhos, prefiro apanhar de pé a ser acariciado ajoelhado”. (G1)
Esse é macho. Vou até ignorar a lei eleitoral e começar a fazer campanha para que o nobre deputado seja reeleito no ano que vem. Tenho certeza de que a grana do gabinete dele tem rendido várias coisas interessantes para a opinião pública.
Fonte: A Nova Corja
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Deputado Sérgio Moraes,que diz estar "se lixando" para o povo pode ser cassado, diz Maierovitch
No comentário semanal do blog Sem fronteiras, o jurista Wálter Maierovitch avalia que, pela declaração, o deputado Sérgio Moraes (PTB-RS) é passível de cassação. Relator do caso do deputado do castelo, Edmar Moreira, na Comissão de Ética, Moraes disse estar "se lixando" para a opinião pública. Para Maierovitch, Moraes faltou com decoro parlamentar.
No comentário semanal do “Sem fronteiras“, Wálter Maierovitch comenta a declaração do relator do processo contra o deputado Edmar Moreira (sem partido), no Conselho de Ética da Câmara. Sérgio Moraes (PTB-RS) afirmou que está se “lixando para a opinião pública” no caso do parlamentar que tem um Castelo em Minas Gerais. Para Maierovitch, Moraes pode ser cassado por falta de decoro. Veja o vídeo:
por Wálter Maierovitch
Acabo de gravar a conversa desta semana com o Bob Fernandes, editor-chefe de Terra Magazine. Como o nosso tempo de gravação é curto, escrevo sobre o que não deu para detalhar.
1.Battisti.
O presidente italiano, Giorgio Napolitano, irá receber, –no palácio Quirinal–, os familiares das vítimas do terrorismo, dos chamados “anos de chumbo”. O primeiro atentado ocorreu há 40 anos (1969), em Milão, na praça Fontana.
À época , a Itália vivia uma democracia, ou seja, havia um estado-democrático de Direito. O partido comunista era forte, crescia e ocupava o segundo posto em aceitação popular. Dentre os líderes do chamado eurocomunismo destacava-se Giorgio Napolitano, hoje presidente da Itália.
Os terroristas procuravam, pela luta armada, extinguir o regime democrático. Terroristas de direita e de esquerda objetivavam ocupar o poder pelas armas e não pelo voto.
Na ocasião, o presidente da Itália era Sandro Pertini, herói da resistência contra o fascismo de Mussolini. Frise-se: Pertini foi preso pelo fascismo e ocupou cela vizinha a Antonio Gramsci.
No encontro do próximo sábado, com o presidente Giorgio Napolitano, estarão os familiares das vítimas dos assassinatos, inclusive os perpetrados e da responsabilidade de Cesare Battisti.
Também estarão presentes os que sobreviveram, pois Battisti e o seu pequeno grupo atiravam com revólveres e fuzis nas pernas de transeuntes: para lesionar e não para matar.
Para o presidente Napolitano, o evento será um ato de memória voltado. “Ato de respeito aos direitos humanos”, consoante afirmou. Assim, adota Napolitano posição contrária à do ministro da Justiça Tarso Genro, que concedeu o status de refugiado político a Battisti.
Napolitano, ao contrário do ministro Tarso Genro, da Justiça, sabe que o direito internacional e as convenções não consideram crime político o homicídio (crimes de sangue) consumado num Estado democrático: caso diverso do Brasil, na ditadura militar.
Neste mês de maio, o Supremo Tribunal Federal deverá julgar o pedido de extradição de Battisti, formulado pela Itália.
Battisti, na sua luta para não ser extraditado e cumprir pena (até 30 anos, pois na Itália não existe mais prisão perpétua), continuará a sustentar a tese de crime político, depois de perceber, pelo parecer do Procurador Geral da República, que os homicídios não estão prescritos.
2.Berlusconi.
O premier Sílvio Berlusconi passa por momentos difíceis. O seu lado romântico parece incontrolável e a sua segunda esposa, Veronica Lario, prepara um pedido de divórcio.
Fosse só um divórcio, estaríamos no âmbito do privado. Acontece que Berlusconi é acusado de haver desfrutado de Noemi Letizia (esteve na sua festa napolitana de 18 anos e deu-lhe uma valiosa jóia em ouro cravejado de diamantes) quando ela era menor de idade, ou melhor, menor de 18 anos.
Berlusconi nega a aventura. E os jornais italianos de hoje mostram uma foto de Noemi com o namorado. Pelo jeito, arrumaram um namorado-laranja para a moça.
Noemi já virou celebridade, por evidente.
Ao jornal italiano Corriere della Sera, a jovem Noemi deixou escapar um segredo. Recebia “cds” de Berlusconi, com músicas de um cantor famoso. E, quando estavam juntos, passavam parte do tempo a cantar as músicas dos “cds”.
3.Saramago.
Ontem, o grande escritor Saramago foi homenageado na concorrida Feira do Livro de Torino.
Quando se falou das vítimas do equivocado ataque norte-americano no Afeganistão: cerca de 100 mortes (crianças, mulheres e velhos na maioria), foi lembrada uma frase de Saramago:
- A humanidade não foi educada para a paz, mas para a guerra e o conflito.
Fonte: Blog Sem Fronteiras - Terra Magazine –Wálter Fanganiello Maierovitch
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