terça-feira, 5 de maio de 2009

Saia às ruas, Gilmar ! E não volte ao Supremo

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por Paulo Henrique Amorim

Uma organização que se chama de “Saia às ruas, Gilmar” vai promover amanhã, às 19 horas, na Praça dos Três Poderes, em Brasília, uma manifestação para pedir que Gilmar Mendes, presidente do Supremo Tribunal Federal, acate conselho de seu colega, Ministro Joaquim Barbosa, e saia às ruas (e não fique, apenas, na mídia).

Barbosa deu o conselho numa reunião do Supremo em que afirmou que Gilmar tirou a credibilidade da Justiça e trata os colegas como se fossem seus (dele, Gilmar) capangas de Mato Grosso.

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O movimento “Saia ás ruas, Gilmar” pede que os cidadãos cheguem à Praça dos Três Poderes com uma vela acesa.

É uma tentativa de iluminar a Justiça brasileira, segundo João Francisco, um dos coordenadores do movimento.

Ele coincidirá com o lançamento, em Brasília, de um anuário, organizado pela FAAP e uma “publicação” que faz parte do Sistema Dantas de Comunicação, e cujo dono foi uma espécie de padrinho de casamento de Gilmar Mendes.

Os promotores do evento anunciam que Gilmar Mendes marcará presença no ágape.

Ouça a entrevista ou leia abaixo a íntegra da entrevista:

Paulo Henrique Amorim – Eu vou conversar agora com o João Francisco, coordenador do “Movimento Saia à rua, Gilmar”. João Francisco, além de Brasília que terá o lançamento de um anuário jurídico patrocinado pelo Conjur e pela FAAP, vocês, aparentemente, resgatarão o movimento Saia às ruas, Gilmar. Você poderia nos descrever isso?

João Francisco – Claro. Então, a gente está chamando a população do Brasil todo para sair às ruas na mão com uma vela. A gente vai estar se concentrando às 19h00 na Praça dos Três Poderes para uma vigília para uma nova luz no Judiciário. A gente acha que o Judiciário no Estado brasileiro iniciou um processo árduo de redemocratização nos últimos 30 anos, mas um processo que não alcançou o Judiciário. E a gente acha que o ministro Presidente do STF, Gilmar Mendes, é um símbolo do pensamento não-democrático, do pensamento autoritário, parcial e elitista do Judiciário do nosso País. É o símbolo do Judiciário que não se democratizou. Então, a gente está pedindo ao ministro Gilmar Mendes sair às ruas e não voltar ao Supremo e a gente está pedindo para a população sair às ruas com uma vela mostrando que ela não aceita um Judiciário nas trevas ainda, um Judiciário que não se modernizou. Esse é o mote do nosso ato amanhã e uma pauta positiva indicando o que não pode ser na nossa democracia e o que não pode ser no nosso Judiciário. A gente faz a pauta negativa e a gente quer montar uma mensagem de esperança. Quer levantar um movimento partidário, um movimento formado por cidadãos comuns unidos, né, que une diversas causas sociais e diversas ações sociais.

PHA – Deixa eu te perguntar uma coisa. Vocês vão fazer a movimentação na Praça dos Três Poderes ou no local onde o evento se realizará?

JF – Não, a gente vai fazer na Praça dos Três Poderes às 19h00. Por que existem outros eventos amanhã lá em Brasília, da OAB e da AJUFE, que são voltados eventos voltados para questão mais técnica. Então, a gente acha que tem pautas em comum, mas a gente está chamando o ato específico para a Praça dos Três Poderes. Então o ato é voltado ao Judiciário e à saída do ministro Gilmar Mendes do STF. E aí a gente tem vários apoios.

PHA – Então esse é um movimento pelo impeachment do presidente do Supremo?

JF – Sim, um movimento pela saída do presidente do Supremo.

PHA – É um movimento Saia à rua Gilmar e não volte ao Supremo. É isso?

JF – Isso, isso. É um movimento de muitos sentidos. É para que a população saia às ruas. A gente quer revigorar a energia das Diretas, a energia do impeachment, onde a população saia. Então a gente acha o seguinte. A fala do ministro Joaquim Barbosa não é uma fala entoada. A gente não é um movimento pró algum ministro específico ou outro. Mas a gente acha que aquela fala foi muito importante. Então, o conjunto da população está muito incomodado com a presença do ministro Gilmar Mendes como presidente do Supremo. Então chamamos essa parte da população que está incomodada que saia às ruas para manifestar seu descontentamento. Sair às ruas para pedir que o Gilmar Mendes saia do Supremo, mas que não volte mais.

PHA – Ta. Última pergunta. Que movimento é esse? Como se organiza, quem são os membros, como se financia? O que você pode dizer sobre isso?

JF – É um movimento de cidadãos e cidadãos comuns. Ele tem apoio de algumas entidades sociais. A gente fez uma união aqui com a UNE, a CUT DF está apoiando, o MST, organizações sociais e movimentos sociais da sociedade brasileira. Mas a gente não está fechado em nenhuma classe e Estado específico, não. Em nenhum partido ou movimento. É um acordo formal que nasce de um conjunto de entidades, mas a gente tem principalmente um diálogo direto com o cidadão comum. O cidadão que não é vinculado a nenhuma organização social e está indignado com a situação do Brasil. Então é um movimento do cidadão para o cidadão com o apoio de um conjunto de organizações sociais financiado integralmente com o apoio de seus apoios e por uma organização de pessoas que fazem parte de movimentos.

PHA – Contribuição voluntária?

JF – É, contribuição voluntária.

PHA – Ta ótimo. Muito obrigado pelas informações.

JF – Jóia, eu que agradeço. Então queria aproveitar e deixar o convite para a população: amanhã, quarta-feira, às 19h00, na Praça dos Três Poderes. E leve sua vela!

Fonte: Conversa Afiada

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