terça-feira, 12 de maio de 2009

O "novo" papel do FMI: Mais do mesmo

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Faça a Islândia pagar pela desregulamentação incompetente dos britânicos

Gordon Brown abre o jogo sobre o FMI


por MICHAEL HUDSON, no Counterpunch, em 11/05/2009

No mês passado o G-20 autorizou o Fundo Monetário Internacional a aumentar os recursos para empréstimos em 1 trilhão de dólares. Não é difícil ver o motivo.

Moedas enfraquecidas nos estados pós-soviéticos ameaçam aumentar a inadimplência de hipotecas em moedas estrangeiras, com o colapso da bolha imobiliária no Báltico derrubando bancos suecos, enquanto a queda no mercado imobiliário da Hungria ameaça os bancos austríacos.

Parece razoável inferir que os bancos das nações-credoras esperam ser resgatados. O FMI deverá emprestar a governos do Báltico, da Europa Central e de outros países devedores o dinheiro com o qual eles pagarão suas dívidas.

Essas economias devedoras deverão seguir depois as "condicionalidades" do FMI para arrancar dinheiro suficiente de suas populações para pagar credores estrangeiros -- e pagar o emprestado ao Fundo através da imposição de impostos onerosos ao trabalho e à indústria, tornando-os ainda menos competitivos e fazendo com que se aprofunde ainda mais a dependência desses países de crédito e comércio externos.

É por isso que tem havido tantos quebra-quebras recentemente na Latvia, Lituânia, Estonia e Ucrânia, assim como aconteceu durante décadas na América Latina, em países que colocaram o termo "revolta do FMI" no vocabulário global.

[...]

Deveria ser meramente incidental que os maiores acionistas do FMI, os Estados Unidos e o Reino Unido, calham de ser as grandes nações credoras e seus bancos os maiores beneficiários de empréstimos do FMI. Mas em uma sessão do Parlamento no dia 6 de maio o primeiro-ministro Gordon Brown chutou o balde.

Sob pressão por ter instituído regulamentações "leves" quando foi presidente do Banco Central (1997-2007), ele acabou com meio século de retórica ao anunciar que pressionaria o FMI a salvar a Grã Bretanha em sua disputa com os islandeses que são donos de um banco britânico que faliu.

Ele saberia em detalhes quem era dono do que e quais as autoridades monetárias de que nação deveriam ser responsáveis por quais bancos. Quando ele disse que forçaria o FMI e outras organizações a exigir do governo da Islândia pagamento pelos erros cometidos por seu próprio governo, Brown presumivelmente sabia que estava rompendo com a regra não escrita de pretender que o FMI não é servo das nações credoras em disputas com economias menores.

Para a íntegra, em inglês, clique aqui

Nota do Viomundo: Aquele "é o cara", de Barack Obama, foi o preço pago pelos Estados Unidos para fazer com que o Brasil embarcasse no "relançamento" do FMI, para fazer mais do mesmo com a chancela dos países "em desenvolvimento".

Ou seja, o FMI promove políticas que levam um país à bancarrota. Então empresta dinheiro para "tirar" esse país da bancarrota, promovendo políticas que aprofundam a dependência do país... do FMI e daquelas políticas que, lá atrás, deram origem à bancarrota.

Fonte: Vi o Mundo

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