domingo, 17 de maio de 2009

“Liberte os agasalhos” – é bom!

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O analfabetismo é hegemônico no Palácio Piratini

por Cristóvão Feil

O governo de Yeda Crusius é (também) inimigo da boa concordância verbal e nominal. Açoita, espanca e dá de relho na língua mátria.

Quem sabe não ficaria melhor “libertem os agasalhos”? E prendam os corruptos.

Quando a gente pensa que os tucanos guascas já chegaram ao fundo do poço... nada, tem mais poço ainda.

Ninguém pode acusá-los de não serem surpreendentes. Religiosamente surpreendentes.

Fonte: Diário Gauche

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Um comentário:

Samir disse...

Calma aí. Criticar esse tipo de coisa é colocar-se no mesmo lugar da mais estúpida direita, que quando não tem nada de substancial para atacar a esquerda (exemplo: como faz com o presidente Lula), começa a atacar os insignificantes erros de linguagem. Isso representa muito pouco ou nada sobre um governo. Não que eu apóie, absolutamente, a governadora Yeda Crusius. E pra completar, vamos com calma, porque não há absolutamente nada de errado, conforme a norma culta de nossa língua, em "Liberte os agasalhos". Pra ver como esse tipo de crítica, além de inócua, é tola. Esse pedantismo não serve pra quem realmente quer o bem da nação, vamos ser francos.

Acredito que o redator imaginou que, já que o correto é "libertem-se os agasalhos" em vez de "liberte-se os agasalhos" (voz passiva sintética, sujeito "agasalhos"), o mesmo se aplicaria ao mote da campanha, mas é outra estória. Em "liberte os agasalhos" o sujeito é elíptico, da terceira pessoa do singular, no caso "você", e está tudo conforme a norma culta. Cabe também "libertem os agasalhos", em que o sujeito seria elíptico da terceira pessoa do plural ("vocês", "todos" ou expressão adequada), mas essa construção não é a única correta.

Enfim, vamos criticar onde nossa crítica tem substância, para que não fiquemos iguais aos tolos da direita que, por não ter críticas relevantes, baseiam seu argumento no escracho, no grito, na irrelevância.