Se, por um lado, segue cultivando um ruidoso silêncio sobre as denúncias de corrupção no RS, o senador Pedro Simon (PMDB) anda conversando, e muito, para barrar a CPI proposta pela oposição ao governo Yeda Crusius (PSDB). Simon coordena pessoalmente as conversas para evitar que outros partidos além do PT, PSB e PC do B assinem o requerimento que tramita na Assembléia Legislativa. Com uma atenção toda especial sobre o PDT, o que inclui acordos e promessas para as eleições de 2010. O senador tem uma grande preocupação: as investigações em torno da Operação Solidária, onde estão sendo investigados, entre outros, os peemedebistas Eliseu Padilha, Alceu Moreira e Marco Alba. A instalação da CPI prevê a apuração do esquema montado para fraudar licitações nas áreas de pavimentação, saneamento e irrigação, que já teria desviado cerca de R$ 400 milhões.
As investigações do Ministério Público Federal e da Polícia Federal apontam para a participação de pessoas muito próximas à governadora, como Walna Villarins, sua principal assessora, e Delson Martini, ex-tesoureiro do PSDB e ex-secretário-geral do governo. São mencionados, ainda, a ex-secretária estadual adjunta de Obras, Rose Guedes Bernardes, e o coordenador da transição do governo, Chico Fraga (PTB). Os recursos desviados teriam financiado estruturas partidárias e promovido enriquecimento ilícito e caixa dois de campanha. O requerimento da CPI também propõe investigar a relação entre o esquema desbaratado pela Operação Solidária e a fraude que desviou mais de R$ 44 milhões no Detran. Há fortes indícios de que os personagens nas duas fraudes são os mesmos.
Autor de um pedido para a criação de uma CPI das Empreiteiras no Senado, Simon não quer saber desse assunto no Rio Grande do Sul. Nas conversas que Simon vêm mantendo com lideranças de outros partidos, cogita-se inclusive a hipótese de o PMDB apresentar um outro requerimento de CPI na Assembléia gaúcha, propondo apenas a investigação das denúncias de caixa dois contra a governadora Yeda Crusius a partir das recentes denúncias publicadas pela revista Veja. Com isso, o partido pretenderia barrar a CPI proposta pelo PT, que inclui a investigação de denúncias de fraudes envolvendo lideranças peemedebistas no Estado. Segundo essa lógica, que teria o aval de lideranças nacionais do PSDB, Yeda Crusius seria entregue na bacia das almas, e o PMDB conseguiria barrar essas investigações na Assembléia, protegendo a pele de Eliseu Padilha e outros.
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