terça-feira, 12 de maio de 2009

Judiciário é pior que o Legislativo. Saia às ruas Gilmar!

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Direito: Molière não teria concebido um Tartufo melhor

Direito: Molière não teria concebido um Tartufo melhor


Saiu no Estadão, house organ da Presidência Suprema do Supremo, na pág. A11:

“Faltas não atrapalham o Supremo, diz Mendes. Presidente do tribunal afirma que o trabalho não se restringe ao plenário… O quórum do Supremo esteve completo em apenas seis das 24 sessões plenárias de julgamento … neste ano.”




por Paulo Henrique Amorim

. À falta de uma crise terminal do Governo Lula, o PiG (*) se concentra em tentar fechar o Legislativo.

. O Legislativo não é flor que se cheire.

. O PiG (*), porém, fede mais, caro leitor.

. Tive um bom amigo, o deputado janguista e brizolista Baby Bocayuva, que dizia: a maior virtude do Legislativo é estar aberto.

. Quando o legislativo apoiou “ene” reformas constitucionais do Governo do Farol de Alexandria, quando o Legislativo vivia sob o cutelo de Antonio Carlos Magalhães (que acendia a luz do Farol), o PiG (*) tratava o Legislativo como se fosse um convento de carmelitas descalças: eram todos puros.

. Até os que levavam grana para aprovar a reeleição do Farol.

. Era uma propina santa.

. Agora que o Legislativo e o PMDB estão com o presidente Lula, o Legislativo não presta.

. O Legislativo é o Edmar !

. Mas, eu prefiro o Legislativo ao Judiciário.

. Não tem ninguém na porta do Congresso a pedir a saída de Sarney ou de Temer.

. Ninguém acusa Sarney ou Temer de ter negócios particulares incompatíveis com a função de legislar.

. Sarney e Temer não perseguem jornalistas, como Leandro Fortes, repórter da revista carta Capital.

. Sarney e Temer não chamam o povo brasileiro de “sujeito da esquina”.

. Sarney e Temer não menosprezam colega de bancada, só porque foi melhor do que eles em profissão anterior.

. Em suas manifestações fora do púlpito, Sarney e Temer, não ameaçam assumir funções do Executivo e do Judiciário, como se estivessem com as tropas na rua para dar um Golpe nas instituições.

. Os artigos de Sarney na Folha (**) poderiam ser substituídos por uma seleta de poemas de Manoel Bandeira: os leitores estariam mais bem servidos.

. Pela primeira vez na História de uma Corte de Justiça um juiz tem desplante de dizer que um Ministro que não está é tão útil quanto um que está.

. Vá dizer isso a um professor do Colégio de Aplicação, no Rio, onde estudei.

. Professor, o meu filho é melhor quando não vem …

. Ou ao técnico do Corinthians: não, o Ronaldo é melhor quando não vem ao jogo.

. Mas, no PiG (*), o Supremo Presidente pode dizer o que quiser que ninguém mais se espanta …

. Agora, aqui entre nós, caríssimo navegante, pensando bem, é melhor não ter ali naquele palco de vaidades televisivas alguns dos ministros.

. Por exemplo, as regras de bom comportamento recomendariam que Carlos Alberto Direto, um dos insignes Tartufos deste país, não aparecesse por lá, não é isso, caro amigo navegante ?

. Essa entrevista que o Estadão publica hoje deve ser 569ª. deste semana, do mesmo Presidente Supremo.

. A pauta será gorda …

(*)Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista

(**)Já estava na hora de a Folha tirar os cães de guarda do armário e confessar que foi “Cão de Guarda” do regime militar. Instigado pelo Azenha – clique aqui para ir ao Viomundo – acabei de ler o excelente livro “Cães de Guarda – jornalistas e censores do AI-5 à Constituição de 1989”, de Beatriz Kushnir, Boitempo Editorial, que trata das relações especiais da Folha (e a Folha da Tarde) com a repressão dos anos militares. Octavio Frias Filho, publisher da Folha (da Tarde), não quis dar entrevista a Kushnir.

Fonte: Conversa Afiada

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