Saiu no Estadão, house organ da Presidência Suprema do Supremo, na pág. A11:
“Faltas não atrapalham o Supremo, diz Mendes. Presidente do tribunal afirma que o trabalho não se restringe ao plenário… O quórum do Supremo esteve completo em apenas seis das 24 sessões plenárias de julgamento … neste ano.”
. À falta de uma crise terminal do Governo Lula, o PiG (*) se concentra em tentar fechar o Legislativo.. O Legislativo não é flor que se cheire. . O PiG (*), porém, fede mais, caro leitor. . Tive um bom amigo, o deputado janguista e brizolista Baby Bocayuva, que dizia: a maior virtude do Legislativo é estar aberto. . Quando o legislativo apoiou “ene” reformas constitucionais do Governo do Farol de Alexandria, quando o Legislativo vivia sob o cutelo de Antonio Carlos Magalhães (que acendia a luz do Farol), o PiG (*) tratava o Legislativo como se fosse um convento de carmelitas descalças: eram todos puros. . Até os que levavam grana para aprovar a reeleição do Farol. . Era uma propina santa. . Agora que o Legislativo e o PMDB estão com o presidente Lula, o Legislativo não presta. . O Legislativo é o Edmar ! . Mas, eu prefiro o Legislativo ao Judiciário. . Não tem ninguém na porta do Congresso a pedir a saída de Sarney ou de Temer. . Ninguém acusa Sarney ou Temer de ter negócios particulares incompatíveis com a função de legislar. . Sarney e Temer não perseguem jornalistas, como Leandro Fortes, repórter da revista carta Capital. . Sarney e Temer não chamam o povo brasileiro de “sujeito da esquina”. . Sarney e Temer não menosprezam colega de bancada, só porque foi melhor do que eles em profissão anterior. . Em suas manifestações fora do púlpito, Sarney e Temer, não ameaçam assumir funções do Executivo e do Judiciário, como se estivessem com as tropas na rua para dar um Golpe nas instituições. . Os artigos de Sarney na Folha (**) poderiam ser substituídos por uma seleta de poemas de Manoel Bandeira: os leitores estariam mais bem servidos. . Pela primeira vez na História de uma Corte de Justiça um juiz tem desplante de dizer que um Ministro que não está é tão útil quanto um que está. . Vá dizer isso a um professor do Colégio de Aplicação, no Rio, onde estudei. . Professor, o meu filho é melhor quando não vem … . Ou ao técnico do Corinthians: não, o Ronaldo é melhor quando não vem ao jogo. . Mas, no PiG (*), o Supremo Presidente pode dizer o que quiser que ninguém mais se espanta … . Agora, aqui entre nós, caríssimo navegante, pensando bem, é melhor não ter ali naquele palco de vaidades televisivas alguns dos ministros. . Por exemplo, as regras de bom comportamento recomendariam que Carlos Alberto Direto, um dos insignes Tartufos deste país, não aparecesse por lá, não é isso, caro amigo navegante ? . Essa entrevista que o Estadão publica hoje deve ser 569ª. deste semana, do mesmo Presidente Supremo. . A pauta será gorda … |
(*)Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista
(**)Já estava na hora de a Folha tirar os cães de guarda do armário e confessar que foi “Cão de Guarda” do regime militar. Instigado pelo Azenha – clique aqui para ir ao Viomundo – acabei de ler o excelente livro “Cães de Guarda – jornalistas e censores do AI-5 à Constituição de 1989”, de Beatriz Kushnir, Boitempo Editorial, que trata das relações especiais da Folha (e a Folha da Tarde) com a repressão dos anos militares. Octavio Frias Filho, publisher da Folha (da Tarde), não quis dar entrevista a Kushnir.
Fonte: Conversa Afiada::
Nenhum comentário:
Postar um comentário